Para evitar o caos social, governo precisa injetar muito dinheiro na economia

Todos os prognósticos mostram que o Governo Bolsonaro tem que adotar, o mais rápido possível, uma política fiscal expansionista para manter a economia minimamente estável. Os seiscentos reais por mês aos 40 milhões de informais é um valor irrisório para o tamanho da crise.

Nesta terça-feira, 31, o banco Goldman Sachs revisou para baixo suas estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, prevendo agora retração de 9% no primeiro trimestre e de 34% no segundo. Também revisou suas previsões de desemprego na economia americana para 15% no meio do ano, contra 9% na previsão anterior. A Organização Internacional do Trabalho projeta a perda de 25 milhões postos de trabalho.

No Brasil, antes mesmo da pandemia, a taxa de desemprego no Brasil subiu para 11,6% no trimestre encerrado em fevereiro, atingindo 12,3 milhões de pessoas, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB do Brasil está estagnado ou em queda nos últimos cinco anos.

O Banco Mundial está projetando uma queda nos preços das commodities nas economias emergentes entre 20% e 60% dependendo do produto. Em 11 de março, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia já estava prevendo uma redução nas exportações e queda dos preços de commodities.

Grandes empresários brasileiros estão sugerindo algo semelhante ao Plano Marshall para evitar que o Brasil entre em caos social. Alguns sugerem a injeção de muito dinheiro na economia, como as propostas da União Europeia e Estados Unidos, com repasses diretos para a população a fundo perdido.

No pós-2ª Guerra Mundial, com medo da expansão do comunismo, o governo dos Estados Unidos criou o Plano Marshall, com ajuda econômica aos países aliados da Europa destroçada no valor de cerca de 15 bilhões de dólares na época, equivalente a mais de cem bilhões de dólares em 2020, ajustado pela inflação.

O comércio global deve ter uma queda expressiva, com alguns setores podendo chegar até 30% neste ano, segundo documento da Organização Mundial do Comércio (OMC). As economias entrarão em recessão, pois o bloqueio global devido à pandemia afetará setores que chegam a um terço do PIB nas principais economias, diz a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pede uma ação mais rigorosa dos governos para absorver o choque.