Celso de Mello anuncia que decidirá hoje sobre divulgação da reunião ministerial

O ministro Celso de Mello decidirá até as 17h desta sexta-feira (22) sobre o sigilo da gravação da reunião ministerial apontada pelo ex-ministro Sergio Moro como prova de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na autonomia da Polícia Federal.

A informação é da assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal.

O vídeo é parte do inquérito autorizado pelo ministro, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), para apurar a acusação de Moro.

Segundo o ex-ministro, Bolsonaro tentou interferir na PF para evitar que familiares fossem investigados.

Parte dos diálogos da reunião foram transcritos pela Advocacia Geral da União e entregues ao STF.

No trecho selecionado, o presidente aparece reclamando da falta de informações da Polícia Federal e afirmando que iria “interferir”.

De acordo com o documento, Bolsonaro afirmou na reunião que não iria esperar “foderem” alguém da família ou amigo dele para trocar a “segurança” no Rio.

A realizada em 22 de abril e teve a presença de Bolsonaro, do vice, Hamilton Mourão, de Moro e de outros ministros. Ao todo, teriam participado 25 autoridades.

Nesta quinta, Bolsonaro afirmou em uma transmissão ao vivo por uma rede social que a divulgação do vídeo mostrará que “não tem nada”, “nenhum indício” de que interferiu na Polícia Federal.

“Agora, só peço [a Celso de Mello]: não divulgue a fita toda. Tem questões reservadas, tem particularidades ali de interesse nacional. O resto, do que eu falei, tem dois pedacinhos de 15 segundos que é questão de política externa e não pode divulgar. O resto, divulga. E tem bastante palavrão, tá? Se o ministro resolver divulgar, vou cumprir a decisão judicial, tá certo?”, afirmou o presidente.

Para ele, o “mais importante” é que a divulgação do vídeo “vai dizer que não houve uma palavra” mencionando a Polícia Federal.

Na última segunda-feira (21), Celso de Mello assistiu ao vídeo e informou que decidiria até esta sexta. Segundo a imprensa, o ministro se declrarou estarrecido.

A defesa do ex-ministro Sérgio Moro pediu a retirada total do sigilo. Mas a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendem a divulgação apenas das falas do presidente.

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