Os protestos nos Estados Unidos foram detonados pelo assassinato de um homem negro por um policial branco.
Começaram há nove dias em Minneapolis, onde ocorreu o crime, e já provocam toque de recolher em 40 cidades americanas, incluindo a capital, Washington, e a maior cidade, New Yok.
Movem-se contra o racismo desde o início. Nos últimos dias, porém, é crescente a presença de depredadores e saqueadores na esteira das manifestações que estendem por avenidas de grandes cidades.
Enquanto a policia acompanha o movimento dos manifestantes, grupos que se movem no contra-fluxo, arrombam e saqueiam lojas e edifícios.
O governo diz que são “baderneiros”, “ladrões” e “criminosos” e ameaça endurecer com a repressão policial.
Na verdade é mais um sinal de que o desemprego – outro problema americano que se agrava vertiginosamente- está ganhando corpo no ambiente de caos gerado pela pandemia.
Cerca de 20 milhões de trabalhadores perderam o emprego desde o início da crise. Os números do Departamento do Trabalho mostram que já são 38 milhões os que dependem do seguro de desemprego.
Os saques se repetem e multiplicam nos últimos dias indicando que esse ingrediente conjuntural- o desemprego, que atinge sobretudo negros – está se misturando ao caldo histórico do racismo, tornando ainda mais indigesta a sopa que ferve no caldeirão americano.
E os negros que estão saqueando lojas não sabem que isto só aumentará o racismo? Nos vídeos que passaram na TV não tinham brancos saqueando.