O Fundo Clima, linha de crédito do Banco Mundial, repassada no Brasil pelo BNDES, está na origem da expansão geométrica de projetos de energia eólica e solar, nos últimos cinco anos.
Com juros de 3,4% ao ano, é um crédito para pequenos projetos, com limite de valores para pessoas jurídicas: até R$ 4 milhões ao ano de faturamento.
Na pessoa física são projetos pequenos, não têm limite de valor. Em torno de R$ 50 mil é a média.
Para projetos maiores há a linha do Finame Energias Renováveis. Tem que estar cadastrado e assegurar um índice de nacionalização no projeto, para estimular a indústria nacional de equipamentos nesse setor.
A maioria dos projetos em busca de financiamento no Banrisul estão enquadrados no CDC Sustentabilidade. Juros de 4,3% ao ano, 72 meses para pagar, com seis meses de carência. A média dos projetos financiados pelo Banrisul é de R$ 1 milhão, mais ou menos.
Os projetos de energia eólica financeiramente transitam num outro patamar, na ordem dos R$ 100 milhões.
Esse mercado é movimentado por empresas especializadas que prospectam os locais onde há vento que torne viável uma usina eólica.
Elas formatam pacotes com o potencial de energia medido, o custo, o licenciamento, a rentabilidade e saem em busca do investidor. Muitas vezes têm até o contrato de concessão e vendem para o fundo de investimento.
Uma estimativa não oficial, que circula entre os operadores dos bancos, é de que os projetos de energia eólica já aprovados, com recursos e em fase de implantação somam R$ 1 bilhão em investimentos.
Os projetos em elaboração, sendo preparados para disputar os próximos leilões de energia, somam mais de R$ 5 bilhões.
Nos projetos de energia eólica, como os valores são muito maiores, acima de 100 milhões, é inevitável o envolvimento do BNDES.
No Estado, os repassadores dos programas são o Banrisul, o BRDE e Badesul.
Tag: BRDE
Evento em Curitiba debate inovação e energias renováveis
Para incentivar o debate e a busca por soluções e inovações em energias renováveis, a Conferência Smart Energy chega a sua sexta edição nos dias 19 e 20 de novembro, no Centro de Eventos da Fiep em Curitiba (PR).
“A conferência proporciona a discussão de projetos sobre o setor de energias renováveis e inteligentes que estão em andamento no cenário nacional e internacional.
Trata-se de uma oportunidade para conhecer os trabalhos que apresentam resultados práticos, para fomentar e motivar a inserção dessas tecnologias no setor de energias paranaense e brasileiro”, aponta Jorge Callado, diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), organizador do evento.
O objetivo do evento é unir gestores públicos, agências e entidades de governo, profissionais do setor elétrico, empreendedores, startups, consultores, pesquisadores, estudantes e consumidores para debater os temas e problemáticas atuais mais relevantes, apresentar os avanços e tendências tecnológicas, além das oportunidades que o mercado oferece para a inovação.
“É fundamental estimular toda essa interação, pois com ela aumenta-se cada vez mais o entendimento da importância da utilização de fontes renováveis para geração de energia”, ressalta Celso Kloss, diretor-superintendente da Paraná Metrologia, também organizadora da Conferência Smart Energy.
A programação foi baseada em temas que refletem todos os processos e mudanças que o setor tem atravessado e a transição energética que está ocorrendo nos últimos anos, que impactam todo o sistema elétrico, desde a produção até o consumidor final.
O evento conta com sessões sobre gestão de energia e eficiência energética, fontes alternativas, smart grids e microgrids, smart cities, armazenamento de energia e veículos elétricos.
Entre os assuntos das palestras estão o papel das energias renováveis na transição energética nas cidades, ações para disseminação dessas energias, a eficiência energética na indústria, incluindo linhas de financiamento, projetos que promovem a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, os avanços na implementação de smart grids, cases de sucesso de produção de energia a partir de biomassa, o uso do biogás e a política nacional do gás natural, o impacto da geração distribuída no sistema de energia, a transformação digital das indústrias e cidades inteligentes, o futuro da mobilidade elétrica, entre outras questões apresentadas por especialistas e profissionais do mercado, incluindo a presença do diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Associação Brasileira das Agências de Regulação (Abar), Sandoval Feitosa Neto na palestra de abertura.
O coordenador da programação científica da Smart Energy, prof. Dr. Alexandre Aoki, explica que alguns temas que serão debatidos são de áreas em que já há alguns avanços, como a gestão de energia e eficiência energética, impulsionadas pela Copel Distribuição através do Programa de Eficiência Energética e a micro e minigeração distribuída, que possuem isenção do ICMS na energia injetada na rede.
As inscrições podem ser feitas no site www.smartenergy.org.br/ciexpo-2019/, onde a programação completa também está disponível.
Inovação e ciência
Segundo o diretor de Indústria e Inovação do Tecpar, Rafael Rodrigues, o setor ainda tem muito espaço para o desenvolvimento de novas tecnologias. “A inovação no setor elétrico brasileiro ainda está engatinhando”.
“Todo o processo de aceleração, incubação e criação de ecossistema de inovação nessa área começou somente de uns cinco anos para cá, principalmente, com hackatons dos principais agentes, com aplicabilidade de startups vocacionadas às necessidades do setor”, revela.
As lacunas que ainda existem no setor podem ser preenchidas justamente por startups, ajudando a acelerar o processo.
A pesquisa científica é um dos suportes da inovação e novamente terá espaço na Smart Energy 2019, com apresentações de artigos durante todo o evento.
A energia solar foi o tema mais abordado, segundo o prof. Aoki.
“Os sistemas com armazenamento de energia em baterias, incluindo microrredes, também foram bastante abordados. No aspecto prático, acredito que são áreas que estão demandando mais conhecimentos e estudos no momento, inclusive pelo interesse na aplicação real desses sistemas. Por outro lado, ainda há lacunas interessantes para pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação nessas áreas”, considera.
A Smart Energy 2019 é uma iniciativa do Tecpar, organizada em parceria com a Paraná Metrologia, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e demais instituições que compõe o comitê gestor do projeto Smart Energy Paraná.
O evento tem o patrocínio da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Fundação Araucária, ENGIE Brasil, Itaipu Binacional, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Klabin, Fomento Paraná, L8 Energy, Rumo Logística, Compagas e Sanepar e apoio da Copel, WEG, Siemens, iCities, Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Lactec, Comerc Energia e Ribeiro Solar.
(Com informações da Assessoria de Imprensa)