Autor: Patrícia Marini

  • Ocupantes da Câmara divulgam programação

    Mesmo sob o risco permanente de despejo, os manifestantes do Bloco de Lutas montaram uma intensa agenda para o final de semana, na Câmara Municipal de Porto Alegre, e discutem como flexibilizar o acesso do público ao plenário.
    Há programação nos três turnos. Um dos destaques é o seminário programado para sábado à tarde, com palestrantes do Tribunal de Contas, representantes dos professores universitários e dos trabalhadores rodiviários. À noite, a Agapan promove uma oficina e haverá um cine-debate. “Não é festa; atividade cultural é política, sim”. Domingo à tarde, nova reunião plenária.
    Para saber mais, #ocupacamarapoa, #midianinjars, no Twuitter, ou www.postv.org.

  • Ocupação da Câmara de Porto Alegre antecipa mobilização nacional

    Cinco horas da tarde, quando a preocupação geral eram os protestos programados para o dia seguinte, dezenas de jovens ocuparam o plenário da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, nesta quarta-feira.
    Os manifestantes do Bloco de Lutas e Movimento Passe Livre interromperam a sessão plenária que acabou suspensa, e pretendem ficar por lá até que o passe livre seja criado.
    O Movimento Passe Livre não quer mais projetos, mais anúncios depois adiados. Quer tarifa zero já para estudantes e outros grupos, a exemplo do que já acontece com idosos no Brasil.
    É a tarifa de ônibus entrando no rol de serviços sociais, como saúde e educação.
    Como prometido, o portal da Prefeitura de Porto Alegre na internet publicou, dia 3/7, a planilha de custos usada para definir o preço da tarifa de ônibus na cidade, uma das exigências do movimento. Mas naturalmente é difícil a qualquer usuário compreendê-la. A planilha é só uma das informações necessárias à compreensão.
    Em Porto Alegre, o mote inicial das manifestações de rua que depois se reproduziram pelo país, ampliadas por outras demandas, foi o aumento da passagem de 2,85 para 3,05 reais bem no dia do aniversário da cidade, 26 de março.
    A faísca detonadora, que legitimou o clamor das ruas na capital gaúcha, foi o entendimento do Ministério Público de que a frota reserva não podia constar no cálculo do custo (que inclui combustível, pneus, pessoal e outros, só aplicáveis a veículos em serviço). Primeiro por liminar, a passagem voltou aos 2,85 reais. Agora, foi reduzida R$ 2,80, depois que o fisco municipal isentou as empresas de transporte público do ISS. Pode cair mais, com isenções federais.
    Mas o movimento não começava ali. Apenas outra etapa do no caminho que trilha organizadamente pelo menos desde 2003, quando foi criado durante um Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.
    Agora ficou evidente a necessidade de trazer à luz o teor dos contratos de concessão e promover auditoria nas empresas.
    No pioneiro movimento ambientalista gaúcho foi assim: após uma era de muito barulho, as conquistas mais consistentes deram-se pela via jurídica.
    O Parlamento houve e se mexe
    Estão em Brasília, em passo acelerado, vários projetos de lei: para tornar obrigatória a demonstração dos cálculos de forma clara e a auditoria nas concessionárias, para isentar ou reduzir impostos das empresas de transporte público e sobre o combustível usado por elas, para criar conselhos municipais de transporte público.
    Ontem (9/7) foi criada na Câmara dos Deputados uma comissão geral sobre o tema. É quando nas sessões sobre assunto relevante ou projeto de iniciativa popular, passam a falar também pessoas da sociedade: especialistas em mobilidade, representantes de movimentos sociais e gestores públicos cobraram no Plenário mudanças na política de transporte público do Brasil. Criticaram o fato de a maior parte dos recursos públicos ser atualmente investida para beneficiar o transporte privado e defenderam a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 90/11, da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que reconhece o transporte público como direito social.
    Lucas Monteiro de Oliveira, do Movimento Passe Livre (MPL), frisou à Agência Câmara Notícias que uma das conquistas das ruas foi ter trazido a discussão para a pauta do Congresso. “Em 2013, essa foi a principal vitória que conseguimos, depois de muito trabalho e mobilização”, disse ele, que participou da comissão geral proposta pelo deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) para debater políticas públicas de mobilidade urbana.
    Segundo Monteiro, as manifestações que ocuparam as ruas do País em junho passado conseguiram revogar o aumento das tarifas do transporte coletivo em mais de 100 cidades. Porém, a discussão deve ultrapassar a questão financeira.
    O deputado Beto Albuquerque concordou que o governo errou ao priorizar a política de desonerações para o setor automobilístico e propôs a revisão do financiamento do transporte público no País. “O transporte é financiado hoje 100% por quem paga a tarifa.”
    Tarifa Zero
    Outro a falar na sessão foi o prefeito Everton Octaviani, de Agudos (SP), uma das quatro cidades brasileiras que têm tarifa zero. Após uma década (desde 2003), a cidade arrecada mais, diversos fatores sociais e econômicos melhoraram. “Vimos um comércio que era quase inexistente ser fortalecido, os prestadores de serviço com mais facilidade para se deslocar e, assim, melhoramos as taxas de emprego e reduzimos a miséria”, relatou.
    Circulam em Agudos 14 ônibus, que percorrem cerca de 30 mil quilômetros por mês e custam ao município 2% do orçamento municipal, tirados de cortes de gastos do município, especialmente com cargos comissionados.

  • Tarso prega uma Constituinte revisora

    Em um extenso artigo que circula nas redes sociais desde segunda-feira, o governador Tarso Genro, do Rio Grande do Sul, lança o que seria uma “plataforma de esquerda” para fazer frente à “crise que emerge das ruas”.
    “Quinta-feira, 27 de junho, Porto Alegre, frente do Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Nove horas da noite. Na Praça da Matriz, mais de quatro mil manifestantes fazem seu protesto legítimo em perfeita harmonia, inclusive com as forças da Brigada Militar, que garantem a segurança para a cidadania manifestar-se livremente. Um cordão de isolamento de policiais militares, protegidos por escudos, garante a integridade do Palácio.
    “Durante uma hora e meia os policiais aguentam impávidos e disciplinados, por ordem originária do próprio Governador, uma chuva de pedras, garrafas e paus, jogadas por aproximadamente 150 mascarados, postados no lado esquerdo do Praça, fundidos no meio de uns 200 manifestantes, que não impedem suas ações violentas e provocativas, mas inibem uma resposta da Polícia, cuja reação poderia atingir pessoas que, inocentemente ou não, não estavam envolvidas na“ação direta”.
    Esses dois parágrafos do artigo “Uma Esquerda à Altura da Crise da República” indicam que o governador Tarso Genro corrigiu o comportamento da força militar, a nota desafinada na sua estratégia para enfrentar a “crise das ruas”.
    Na manifestação anterior, a Brigada atacou manifestantes pacíficos – embretou-os no Viaduto Otávio Rocha e carregou com bombas e cavalaria, contrariando aquilo que o governador sempre disse – que a força estaria lá para garantir a integridade dos manifestantes e o seu direito de protestar.
    No artigo, o governador também deu a pista para o trabalho policial que as circunstâncias requerem:
    “No céu, um helicóptero com letreiros eletrônicos voeja rente à Praça, com dizeres contra a existência dos Partidos e afirma que, desta forma – sem os partidos – o Brasil “tem jeito”. Quem promoveu este vôo? Quem o pagou? Como ele se conecta com as manifestações?”
    Em seguida, apresenta as credenciais que o legitimam para enfrentar o clamor das ruas:
    “Dentro do Palácio, um “governo de partidos”, eleito no primeiro turno, que governa com mecanismos de participação popular combinados de forma inédita, tais como o Orçamento Participativo, o Gabinete Digital, os Conselhos Regionais de Desenvolvimento, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, a Consulta Popular.
    Esta, por exemplo, é um procedimento de votação eletrônica (1 milhão e 100 mil votos no ano passado) que, através de perguntas diretas à população, promove a liberação hierarquizada de recursos (este ano, mais de duzentos milhões de reais) para investimentos, principalmente em pequenas obras e nas áreas da saúde e da educação”.
    Grupos sem rosto
    Na avaliação que faz no artigo, Tarso vê “três protagonistas claros da crise”:
    – a cidadania manifestando-se na defesa de direitos;
    – grupos “sem rosto” que servem de massa de manobra para provocações, como ocorre historicamente nestas conjunturas (cujos objetivos são obscuros, mas funcionam como desestabilizadores da democracia política);
    – e a direita conspirativa, que trabalha nas “sombras” – no caso, “no ar” – dando seqüência ao trabalho feito pela mídia dominante, que nos últimos anos dissolveu o prestígio dos partidos, dos políticos em geral e de todas as instituições democráticas da República.
    Quanto às “causas mais visíveis da insatisfação popular”:
    – as péssimas condições do transporte coletivo e do sistema de saúde pública nas grandes regiões metropolitanas.
    (“Na verdade faltou Estado, seja como prestador, seja como organizador-controlador, o que se combinou com o ascenso de milhões de jovens ao mundo do trabalho e às universidades públicas e não públicas (estas, através do Prouni), sufocando, não só a mobilidade destas grandes regiões, mas também a capacidade da estruturas públicas prestarem serviços de mediana qualidade. De outra parte, os apelos da sociedade consumista oferecem promessas espetaculares que apenas uma parte da população pode acessar, transformando o desejo sonegado de muitos em frustração, crime e violência irracional”).
    Entre as causas, Tarso menciona “um processo geral de hipnose fascista, que não tem precedentes na História do país”.
    Promovida pela mídia, essa “hipnose” consiste basicamente numa inversão de prioridades, com manipulação dos fatos: em vez de “denunciar as desigualdades e a riqueza concentrada”, verdadeira causa das mazelas nacional, a mídia se fixa na denúncia da corrupção, “como se ela fosse uma propriedade e uma qualidade dos políticos atuais e dos governos atuais”.
    “Não foi promovido o combate à corrupção como mazela de um Estado reprodutor de desigualdades e protetor de privilégios corporativos e de classe, pois isso suporia reconhecer que tanto nos partidos, no serviço público, como nas empresas, em todas instituições (até mesmo na mídia), há uma grande maioria de pessoas que não tolera a corrupção e que não a aceita, por princípios morais e políticos”.
    “A campanha foi feita de modo a incriminar de maneira plena a esfera da política, os partidos e, particularmente, os dois governos que colocaram os pobres e os trabalhadores como protagonistas da cena pública”.
    Moralidade republicana
    Tarso vai ao ponto de atribuir a esse discurso repisado pela mídia a motivação aos grupos violentos que se infiltram nas manifestações:
    “Ao fazer uma incriminação generalizada colocando, de um lado, a grande imprensa como a virtude moral do país, e, de outro lado, os partidos e os agentes públicos como a fontes da corrupção, o que ocorreu foi a degradação dos instrumentos democráticos para combater a própria corrupção, restando a grande mídia como fonte de toda a moralidade republicana, com poderes totalitários para dizer quem presta e quem não presta, quem merece confiança e quem não merece”.
    “Assim, quando um Juiz Privado, a mídia, transforma-se em monopólio do Juízo Público, estamos entrando numa crise da República: a marginalidade violenta e os fascistas clássicos e pós-modernos, que emergem nesta situação, não precisam mais se conter e sentem-se autorizados ideologicamente a saquear e a incendiar”.
    O governador gaúcho, porém, não vê inocentes na cena política:
    “É preciso compreender, porém, que o que está ocorrendo no país não é mera invenção midiática. É óbvio que os partidos de esquerda e as instituições “dissolvidas” por esta manipulação sobre a corrupção não são inocentes”.
    “Seus vícios, seu acomodamento ideológico, seu afastamento das questões mais intensas que desqualificam a vida cotidiana do povo, facilitaram esta agenda da direita que, como se vê, sorri satisfeita com toda a crise e pretende transformá-la em cavalo de batalha eleitoral”.
    “Nossos partidos precisam captar esta energia criadora que vem das ruas e transformá-la em políticas democráticas de largo alcance”.
    “Nestas circunstâncias, a crise da democracia transmudou-se em crise da República. Isso não quer dizer, no entanto, que o pacto democrático não possa ser recuperado, tanto pela “via conservadora”, como pela “via da radicalização da democracia”.
    “Na primeira hipótese, pela “via conservadora”, basta que os poderes voltem a funcionar em relativa harmonia, para simular que “as coisas começaram a melhorar”. Se eles voltarem a operar nesta relativa harmonia, os clamores populares poderão deixar de ser valorizados pelos meios de comunicação e a situação poderá se acalmar, mas a democracia não será revalorizada e a República não será reformada. Nem serão criadas novas instituições que permitam fortalecer a intervenção do povo no processo político e, em consequência, as “crises” virão ainda mais fortes no futuro”.
    Demandas populares
    “A essência da crise atual, portanto, é que os poderes republicanos e as suas instituições políticas não têm mais chances de recuperar sua plena legitimidade para dar eficiência à democracia – capacidade de resposta à justas demandas populares -, sem novas formas de participação nas decisões públicas e sem novas fontes de legitimação do poder.
    O Congresso tem mecanismos burocráticos de funcionamento que permitem, frequentemente, que interesses escusos impeçam votações e que minorias sem programa e sem princípios dominem a cena parlamentar, desprestigiando todo o corpo representativo. É preciso um sopro “direto” do povo para que ele se atualize e se sensibilize com os problemas reais que o país atravessa.
    “Falo aqui de uma assembléia constituinte (revisora) específica, convocada conforme a Constituição, por Emenda Constitucional, para conectar as instituições políticas da República com o povo, que é o poder constituinte real. Seu objetivo é integrar, de forma direta, a atual energia política despertada pelas grandes manifestações de massas, com delegados eleitos especialmente para fazer a Reforma Política.”
    “Estes representantes, eleitos para este fim específico, impossibilitados de concorrerem nas próximas eleições (admitido um percentual de representantes “sem partido”), pressionados democraticamente pela sociedade em movimento poderiam, através de mudanças substancias nas normas constitucionais que versam sobre os Partidos, financiamento das campanhas e Direito Eleitoral, “democratizar a democracia”, como diz Boaventura Souza Santos. E assim expandir os marcos da participação direta do povo, já previstos na atual Constituição Federal, combinando-a com a representação estável e previsível dos processos eleitorais tradicionais”.
    A direita também usa as redes socias
    “O que está ocorrendo durante as manifestações é também a seqüência de uma lenta e eficaz lavagem cerebral midiática, acolhida amplamente nas “redes sociais”, cujo objetivo está sintetizado na visão de que “o gigante acordou”, “vamos construir um novo Brasil” e “vamos varrer com a corrupção”. Tais sínteses traduzem uma mentira meticulosamente construída, pois os avanços democráticos que o país vem sofrendo, inclusive na luta contra a corrupção, datam da Constituição de 88 e, no plano social, dos dois governos do Presidente Lula, ampliados inclusive no atual governo”.
    “Estas “palavras de ordem”, induzidas dos porões da direita extrema, levam as novas gerações a uma romantização do futuro, com graves frustrações de médio prazo. Embora a crise das regiões metropolitanas – motivação imediata das inconformidades em pauta – venha de erros e omissões dos atuais e anteriores governos (especialmente no que refere ao transporte urbano e a saúde), nenhuma destas questões será resolvida em profundidade nos próximos dez anos.
    São bilhões a serem investidos e repassados aos Estados e às Prefeituras, que precisam enfrentar as agruras da crise mundial e a promoção de uma Reforma Tributária, que principalmente desonere os pobres e as novas classes médias e, em contrapartida, onere as grandes fortunas e as transações do capital especulativo e rentista”.
    “O fato é que as grandes mobilizações populares abriram caminhos que estão em disputa no campo da política. Os partidos de esquerda, se estiveram à altura da crise atual, se forem mesmo de esquerda e democráticos, devem adotar uma estratégia unitária de revalorização da ação política e dos partidos, combinando-a com a criação de novos canais de democracia direta e de participação popular, articulados com a democracia representativa.
    Ou seremos vencidos pelo conservadorismo, que poderá nos levar às novas formas de totalitarismo pós-moderno, que tanto controlará as mentes, a pauta, como ditará o que é lícito ou ilícito, numa democracia ainda mais elitista do que a presente”.
    Tarso Genro é Governador do Estado do Rio Grande do Sul

  • “Volta Lula” solapa popularidade de Dilma

    As massas que se manifestaram nas ruas “contra tudo isso que está aí” pesaram na pesquisa em que Dilma perdeu 27 pontos na aprovação popular. Não há dúvida.
    Mas há um fator mais insidioso nessa queda – as hostes petistas entre as quais prospera o movimento “Volta Lula”.
    São segmentos numerosos, descontentes com a gestão de Dilma, muito deles no poder. Estão em campanha há algum tempo
    O “Não” de Lula, até agora peremptório, é o aval de Dilma.
    Nas atuais circunstâncias, se ele quiser ser candidato, com certeza será. Favorito, candidato a conciliador da nação. Dilma não terá outra coisa a fazer senão apoiá-lo.
    Por que Lula não quer ser candidato?
    1) Fez um acordo com Dilma: se ela ganhasse e fosse bem, seria a candidata à reeleição; se fosse mal, apoiaria a candidatura dele em 2014. (Ainda não dá para dizer que vai mal!)
    2) Ele teme não ter saúde para enfrentar uma campanha presidencial.
    3) Ele acha que o Brasil está em boas mãos e não precisa mais dele.
    Ou Lula quer mesmo ser candidato e só está esperando a hora certa?

  • Passagem a R$ 2,80 a partir de quinta-feira

    Por 34 votos favoráveis e um contrário, a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou, no início da madrugada desta terça-feira (2/7), o projeto de lei complementar do Executivo que isenta do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) as empresas de transporte coletivo por ônibus da Capital. Iniciada às 14 horas de ontem no plenário, a sessão se estendeu até os primeiros 40 minutos da terça-feira.
    O prefeito em exercício, Sebastião Melo, deve sancionar a isenção ainda hoje, com publicação no Diário Oficial amanhã. De Brasília, o prefeito José Fortunati lembrou que o município deixará de arrecadar R$ 15 milhões sem o ISS das empresas de ônibus
    Das 15 emendas propostas ao projeto original, foi aprovada apenas a nº 12, que fazia uma correção ao texto do projeto. As emendas 1 (e subemenda 1) e 7 foram retiradas de votação pelos autores, tendo ainda o plenário rejeitado as outras 12 emendas discutidas. Em acordo construído pelos vereadores, as bancadas rejeitaram a emenda 11 e se comprometeram formalmente em aprovar um futuro projeto de lei do vereador Clàudio Janta (PDT) que obrigue as empresas concessionárias a manterem banheiros para seus funcionários no início e no final de linhas de ônibus. Ao final da votação, a bancada do PT manifestou, formalmente, a sua contrariedade pela rejeição das emendas propostas.
    A atual alíquota em vigor do ISSQN para o serviço de transporte coletivo por ônibus é de 2,5%. Segundo o prefeito José Fortunati, com a isenção, o valor da passagem dos ônibus urbanos, fixado em R$ 2,85, baixará para R$ 2,80. “A desoneração do transporte coletivo é de fundamental importância para os cidadãos, sendo um dos desafios da mobilidade urbana e metropolitana o financiamento da tarifa”, defende. O PLCE aprovado tramitou na Câmara em regime de urgência.
    Abaixo, as 15 emendas apresentadas pelos vereadores e o resultado das votações:
    *(Retirada) Emenda 1, de autoria dos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, ambos do PSOL, estabelece que a base de cálculo para isenção do ISS será o valor atual das passagens de ônibus, de R$ 2,85, e de R$ 4,25 da lotação. Uma subemenda (retirada) apresentada pelos dois vereadores, porém, retira dos cálculos o serviço de lotação.
    (Rejeitada) Emenda 2, também de Ruas e Fernanda, prevê que futuros reajustes nas tarifas serão condicionados à apresenção à Câmara – 30 dias antes da reunião do Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu), que analisará o reajuste – da tabela de custos, com a descrição e valores de todos os insumos e tributos. Além disso, prevê a realização de audiências públicas e consultas populares antes de qualquer aumento.
    (Rejeitada) Emenda 3, de Ruas e Fernanda, prevê que qualquer aumento futuro das tarifas só poderá ser praticado por empresas com contratos firmados com o município por meio da Lei 8.666/93 (Lei das Licitações).
    (Rejeitada) Emenda 4, de Alberto Kopittke (PT), institui o controle e gestão públicos do sistema de bilhetagem eletrônica, cujos recursos serão depositados em fundo público próprio, administrado pelo município, com os redimentos revertidos para a redução da tarifa.
    (Rejeitada) Emenda 5, de Sofia Cavedon (PT), estabelece que somente será válido o reajuste se a Prefeitura disponibilizar na Internet a planilha de cálculo tarifário 30 dias antes da apreciação do reajuste pelo Comtu.
    (Rejeitada) Emenda 6, de Engenheiro Comassetto (PT), determina a revisão de todos os componentes da planilha de cálculo do transporte coletivo por ônibus.
    *(Retirada) Emenda 7, de Alberto Kopittke (PT), define a base de cálculo para redução do ISS em R$ 2,60.
    (Rejeitada) Emenda 8, da bancada do PT, altera a composição do Comtu. Pela proposta, o conselho será tripartite: um terço de membros do Executivo, um terço de representantes de entidades da sociedade civil e um terço por cidadãos eleitos diretamente pelos usuários.
    (Rejeitada) Emenda 9, de Ruas e Fernanda, estabelece que o aumento salarial dos rodoviários só poderá ser incluído na tabela de cálculo das tarifas depois que o dissídio for aprovado pela categoria.
    (Rejeitadas) Emendas 10 e 11, de Cláudio Janta (PDT), estabelecem que só poderão se beneficiar da isenção de ISS as empresas de ônibus que atenderem os requisitos da Lei das Licitações (8.666/93), que estiverem em dia com suas obrigações tributárias e trabalhistas e que disponibilizarem banheiros no início e final de linhas para os funcionários.
    (Aprovada) Emenda 12, do líder do governo, Airto Ferronato (PSB), formaliza a isenção do ISS ao “serviço público de transporte coletivo por ônibus”, acrescentando o inciso XVII ao artigo 71 da Lei Complementar 7/1973. (emenda corretiva de texto, retirando a expressão “em linhas regulares”.)
    (Rejeitada) Emenda 13, de Ruas e Fernanda, prevê que a renúncia tributária com a isenção do ISS será compensada com redução no número de cargos de confiança e verbas destinadas a publicidade.
    (Rejeitada) Emenda 14, de Ruas e Fernanda, prevê que o valor da tarifa de ônibus deve levar em conta as desonerações de ISS (2,5%) e PIS/Cofins (3,65%) sobre o valor da tarifa vigente, de R$ 2,85.
    (Rejeitada) Emenda 15, da bancada do PT, determina que a isenção incidirá imediatamente na mesma proporção na redução do preço da passagem.
    *As emendas 1 (e subemenda 1) e 7 foram retiradas a pedido dos autores e não foram votadas.

    (Com informações das assessorias de imprensa da Câmara de Vereadores e da Prefeitura Municipal)

  • Projeto para mídias locais recebe parecer favorável

    O parecer sobre o Projeto de Lei 159/2012 – Política Estadual de Incentivo às Mídias Locais, Regionais e Comunitárias, de autoria do deputado Aldacir Oliboni (PT) estará na ordem do dia da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, amanhã. O relator, deputado Jorge Pozzobom (PSDB), construiu parecer favorável, com emenda.
    A reunião ordinária da CCJ ocorre nesta terça-feira (02), a partir das 9h, na sala Maurício Cardoso (4º andar da Assembleia).

  • Criatura inventa criador

    Nada justifica a mentira que Veja plantou e a imprensa toda,       desavisada ou cúmplice, reproduziu.
    Roberto Civita  não foi o “criador da Veja”, como está na capa da revista e nas matérias de vários jornalões.
    Ele era figura secundária.  E se não fosse o velho Civita, a revista teria sido fechada depois do fracasso das primeiras edições.
    Entendo os coleguinhas da Veja. Estavam consternados com a morte de seu patrão, Roberto Civita. É natural, compreensível.
    Nada justifica, porém, a mentira que eles plantaram e a imprensa toda, desavisada ou cúmplice, reproduziu.
    Roberto Civita não foi o “criador da Veja”, como está na capa da revista e nas matérias de vários jornalões.
    Nada contra o Roberto Civita. Conheci-o no tempo em que ele era o Robert, filho do “seu Victor”, recém-chegado dos Estados Unidos. Era um rapaz atencioso, inteligente, que se preparava para suceder o pai, como de fato aconteceu.
    Mas quem criou a Veja, em 1968, não foi ele. Foi o Mino Carta, segundo os planos de Vitor Civita. Consultei vários colegas que estavam lá, naquele começo. Ele era figura secundária. E se não fosse o velho Civita, a revista teria sido fechada depois do fracasso das primeiras edições. Com o apoio de Robert.

  • Primeira audiência pública sobre a lei do lixo

    Os municípios do Vale do Sinos, Vale do Caí, do Paranhana e a região metropolitana de Porto Alegre terão no dia 19 a primeira audiência pública regionalizada sobre a adequação à “Lei do Lixo” (nº 12.305), sancionada pelo ex-presidente Lula em agosto de 2010.
    Pela lei, as cidades teriam que eliminar os lixões a céu aberto ainda este ano e introduzir a coleta seletiva. Na prática, a própria Fepam acha impossível cumprir o prazo. Hoje, são menos de dez os municípios que se dizem adequados. Mesmo nesses, como Porto Alegre, há ajustes a fazer.
    Os municípios do Vale do Sinos, Vale do Caí, do Paranhana e a região metropolitana de Porto Alegre terão dia 19 a primeira audiência pública regionalizada sobre a adequação à “Lei do Lixo” (nº 12.305), sancionada pelo ex-presidente Lula em agosto de 2010. Será na Feevale, em Novo Hamburgo.
    Recém-instalada na Assembleia, para trabalhar por 120 dias, a Subcomissão dos Planos Municipais de Resíduos Sólidos ainda não tomou pé. Nesta quarta-feira (4), o coordenador, deputado Giovani Feltes (PMDB), participa da reunião do Condimma (Conselho dos Dirigentes Municipais do Meio Ambiente).
    Pretende traçar um panorama de como cada prefeitura está se adaptando, mapear quais precisam de auxílio e difundir as boas experiências que estão em andamento.

  • Painel sobre ditaduras do passado e do presente

    “Ditaduras de Segurança Nacional: Essência Histórica e Embates do Tempo Presente (Ação, Perdão e Insubordinação)” é o título do painel que acontece na noite de sexta-feira, 24, das 19h às 21h30. Promovido pelo programa de pós-graduação do Departamento de História da UFRGS, será no Espaço de Convergência da Assembleia Legislativa.
    Os painelistas serão Luiz Dario Teixeira Ribeiro, do Departamento de História da UFRGS, Caroline Silveira Bauer, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, e Enrique Serra Padrós, do Programa de Pós-Graduação da Universidade.
    O evento tem apoio do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS), Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (ALERS) e Núcleo de Pesquisa em História (NPH/UFRGS).

  • Maternidade do Clínicas fechada para reforma

    Até o dia 26 de março, a maternidade do Hospital de Clínicas de Porto Alegre estará em reformas. Será feita uma limpeza nos dutos de ar condicionado do Centro Obstétrico e da Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN), além de reformas nas instalações da UTIN, com a individualização dos leitos para isolamento. Gestantes devem procurar outros hospitais neste período.