O local e o global

Com o teto colocado, a reforma do auditório Araújo Viana não depende mais do tempo para estar concluída no prazo – março de 2012, e ser solenemente reinaugurado na Semana de Porto Alegre. Um presente para o prefeito José Fortunati, candidato a reeleição e favorito nas pesquisas até o momento.
Agora, o que está emperrando os trabalhos é a falta de mão de obra qualificada, o que se tornou nacional nos últimos anos, por conta de muitos fatores – o crescimento da economia, os pesados investimentos do governo federal e das obras para a Copa de 2014, em 12 capitais brasileiras.
A construção civil é, obviamente, o setor mais aquecido e um dos poucos que ainda não viu sinal da recessão mundial. Por enquanto, a tendência é que a mão de obra continue escassa por aqui. Nada que comprometa o prazo das obras.
O Araújo Viana, que nasceu como espaço público, está concedido a uma empresa privada, a Opus Produções, e será uma das maiores casas de espetáculos do Estado, com três mil poltronas, palco ampliado, ar condicionado e acústica de alta qualidade. A empresa vai bancar a reforma, estimada em R$ 15 milhões, e vai explorar o local por 25 anos. A prefeitura terá 25% das datas para realizar seus eventos. O calendário já está sendo feito.Sem recursos para a reforma, a prefeitura optou por transferi-lo à iniciativa privada, em 2002, na primeira gestão do prefeito José Fogaça.
Previu-se inicialmente que em 18 meses estaria funcionando. Resistências políticas à “privatização”, questões ambientais, entraves burocráticos, problemas estruturais do prédio – uma série de fatores retardou em uma década a reforma. O atraso vai beneficiar o atual prefeito José Fortunati, candidato a reeleição em 2012, que poderá reinaugurá-lo com grande pompa e circunstância. Sem o ônus de ter que explicar a “privatização”, será uma das grandes obras de sua administração, a primeira de uma série previstas na expectativa da Copa. (E.B.)

Araújo Viana reabre em março de 2012

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Somados os dias de chuva que atrapalharam as obras, a reforma do Auditório Araújo Viana,  no Parque da Redenção, chega há quase três meses. Mesmo assim os responsáveis garantem que o cronograma que prevê a reabertura da casa em março de 2012 continua de pé.

Com o bom tempo das últimas semanas, a colocação do teto avançou e quase metade da área já está coberta.
São pequenas placas de tamanhos variáveis que vão sendo encaixadas na estrutura de aço. Elas são formadas por quatro camadas de madeira naval e resinas plásticas. Depois vai uma camada plástica por cima e outra por baixo, para garantir o total isolamento acústico.
Os equipamentos do ar condicionados vão exigir cinco casas de máquinas. Uma grande na parte externa, quatro menores no subsolo do palco. No momento estão sendo preparados os espaços e iniciadas as compras do material.
O auditório está fechado há quase uma década. A reforma, depois de muitas protelações, começou este ano e vai custar mais de R$ 10 milhões. Quando reabrir, com  três mil poltronas e totalmente climatizado, o Araújo Viana será a maior casa de espetáculos de Porto Alegre.

Um ano depois, reforma do Araújo Viana está aprovada

Depois de um ano, o projeto de reforma do Araújo está aprovado pela burocracia municipal.
Todas as licenças já foram concedidas e, nos próximos dias, o secretário de Cultura de Porto Alegre, Sérgius Gonzaga vai fazer a entrega simbólica da documentação à Opus Produções, empresa que venceu a concorrência para explorar o auditório por dez anos.
O auditório está interditado há quase dez anos, por questões de segurança. Sem dinheiro para as reformas, a prefeitura decidiu concedê-lo à iniciativa privada. Há três anos, a Opus foi escolhida e anunciou que em 18 meses o auditório estaria reabilitado.
Em maio de 2008, a empresa anunciou que o projeto estava quase pronto. “Na segunda quinzena de junho o canteiro de obras estará instalado e o Araújo será reinaugurado na Semana de Porto Alegre, de 2009”, prometeu o secretário Gonzaga.
No dia 12 de março de 2009, a Opus e a Secretaria reuniram a imprensa no parque da Redenção, junto ao auditório, para mostrar o projeto e o estudo de viabilidade que seria submetido aos orgãos técnicos municipais, para licenciamento.
O secretário disse na ocasião que as dez secretarias envolvidas no processo já haviam recebido toda a documentação e que já trabalhavam “sob a coordenação de uma equipe designada pelo prefeito José Fogaça”.
A lentidão da burocracia, somada a problemas inesperados, como a necessidade de remoção de animais que se instalaram no prédio abandonado, frustraram o otimismo do secretário. Só há poucas semanas foi concedida a última licença, a ambiental.
O projeto de reforma é de autoria do arquiteto Moacyr Moojen, um dos autores do projeto original do auditório, e prevê um novo telhado fixo, climatização, bar, poltronas para três mil espectadores, reestruturação do palco, camarins e banheiros.
O custo estimado em R$ 10 milhões e a previsão para conclusão da obra é de um ano.

Reforma do auditório Araújo Viana pode incluir garagem subterrânea no parque

Pelo termo de permissão assinado em maio de 2007 entre a Prefeitura de Porto Alegre e a Opus Promoções, vencedora da licitação, a empresa deveria “concluir a reforma do auditório Araújo Viana em 18 meses, prorrogáveis mediante concordância das partes”.
O projeto de reforma começou a ser feito pelo escritório do arquiteto Moacyr Moojen Marques, autor do projeto original do auditório (com Luiz Carlos Fayet, já falecido). Já estaria pronto, mas o “Estudo de Viabilidade Urbanística”, indispensável para começar a obra, não foi encaminhado à Secretaria de Obras. Moojen disse no mês passado que estava “finalizando alguns pontos” (Já Bom Fim, 389).
Nesta quinta-feira, 18, o secretário da Cultura, Sérgius Gonzaga e os arquitetos Moojem e Sérgio Marques deram uma entrevista coletiva sobre o andamento da reforma.
Notas nos jornais chegaram a informar que seria apresentado o projeto. Não foi. Os arquitetos informaram que ainda faltam detalhamentos, dando a entender que o trabalho estava parado porque ainda não existia um contrato para execução do projeto.
O contrato entre os arquitetos e a Opus foi assinado um dia antes, na quarta-feira, 17.
O site da prefeitura anunciou que “Reforma do Araújo Viana pode começar em 60 dias” e que “em 18 meses a reforma que dará um teto definitivo e climatização ao Auditório Araújo Vianna deverá estar pronta”. “A estimativa é de que no final de 2009 a obra deverá estar concluída”.
O secretário Sergius Gonzaga informou que “um grupo interdisciplinar de trabalho, envolvendo as secretarias de Planejamento (SPM), de Meio Ambiente (Smam) e Obras e Viação (Smov), será formado para dar agilidade ao Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU), tão logo o detalhamento do projeto seja entregue pelos arquitetos”.
“A partir deste momento, estimado em torno de 60 dias, a obra estrutural poderá ser iniciada”.
”Sobre o prazo decorrido entre a assinatura do contrato que legalizou a licitação e a autorização para o início da obra, o arquiteto Moacyr Moojen Marques explicou que a empresa vencedora sugeriu várias melhorias que ultrapassam as exigências originais”.
“A licitação prevê um esqueleto. A empresa que vai utilizar o local pode perfeitamente incluir melhorias que julga fundamentais. Será, por exemplo, aumentado o palco, que ocupará também o antigo fosso para a orquestra. Os camarins serão ampliados, será incluída uma área para as pausas nos espetáculos, com cafeteria, e haverá um tratamento acústico bem mais elaborado. Isso tudo acrescentará pelo menos mais R$ 3 milhões a custo original, que era R$ 7 milhões. Essa demora inicial é normal, basta ver outras grandes obras do gênero na cidade”, explicou Marques, que já foi secretário municipal de Obras e Viação.
Estacionamento subterrâneo
“Marques acrescentou que está sendo estudado e será oferecido um pré-projeto que contemple o impacto do estacionamento de carros sobre o entorno do Araújo Vianna em dias de espetáculo”.
“Foi aventada a possibilidade de nova licitação, em forma de Parceria Público-Privada (PPP), para construção de um estacionamento subterrâneo no Parque Farroupilha”.
Sergius Gonzaga advertiu que é antes é necessário fazer um estudo ambiental e um debate público sobre essa alternativa.(Com reportagem de Helen Lopes)
Histórico
O auditório Araujo Vianna encontra-se interditado desde o início de 2005. Sua cobertura de lona, construída em 1996, expirou em 2002, quando laudo técnico da Smov apontou risco de segurança.
A reforma da antiga cobertura móvel tornou-se inviável em meados de 2006, quando o Ministério Público deu ganho de causa a uma ação dos moradores do Bairro Bom Fim, determinando o completo isolamento acústico do local. A medida inviabilizou estudos que estavam sendo realizados para sua reforma e elevou o custo de uma revitalização para R$ 7 milhões. Isso equivale a três anos do orçamento da SMC para recuperação patrimonial, representando despesa inviável para o Município.
A solução encontrada foi oferecer a parceiros privados, por meio de licitação pública editada em fevereiro de 2007 e vencida pela empresa porto-alegrense Opus Produções, um aluguel compartilhado. Em troca da reforma, a empresa ocupará o auditório 274 dias por ano e os outros 91 dias serão usados pela prefeitura. Esses três meses representam três vezes mais do que a média de uso do auditório, que permanecia fechado cerca de 11 meses por ano, segundo medição realizada entre a reabertura em 1992 e a interdição do local em 2005. Depois de dez anos de compartilhamento, a prefeitura retomará o controle completo.(Da assessoria de imprensa)