Tag: eleições 2008

  • Ataques de Luciana à Maria do Rosário e de Onyx a Fogaça marcaram o debate na Record

    O debate da Record confirmou o que os outros quatro promovidos por emissoras de televisão já haviam deixado claro: ainda não se encontrou um formato que permita um verdadeiro confronto de idéias e propostas entre diversos candidados que disputam o primeiro turno.
    A preocupação em dar oportunidades iguais a todos e o medo de infringir as rígidas regras eleitorais, acabam por restringir os embates entre candidatos. O resultado é uma repetição cansativa dos discursos já repetidos à exaustão no horário eleitoral.
    Neste domingo, os poucos momentos de tensão capazes de impedir o telespectador de cochilar diante da tevê, foram patrocinados por Luciana Genro, candidata do Psol, e por Onyx Lorenzoni, do Dem.
    Luciana, embalada pelo crescimento nas últimas pesquisas, ampliou seus ataques principalmente à candidata petista Maria do Rosário, sua colega na Câmara Federal.
    Onyx, com a campanha em dificuldades financeiras, procurou desgastar Fogaça e lançar pontes em direção à Manuela D´Avila, preparando terreno para um eventual acordo no segundo turno.
    Luciana Genro, que cresceu três pontos nas últimas pesquisas demonstrou estar acreditando que pode ser “a zebra da vez”, a candidata sem chance que acaba no segundo turno pelo “voto útil”, como aconteceu nas duas últimas eleições estaduais. Partiu para o ataque.
    Ela igualou acusou o PT, PMDB e PCdoB de estarem mais preocupados com o loteamento de cargos e lembrou que estes partidos estão disputando votos em Porto Alegre, mas estão aliados em Brasília na sustentação ao governo Lula.
    Os ataques mais fortes e diretos, no entanto, foram dirigidos à Maria do Rosário, a quem acusou de ter se aliado ao ex-ministro José Dirceu, “o mentor do mensalão” para derrotar as principais lideranças do PT gaúcho na prévia que a indicou como candidata do partido.
    Onyx visou o prefeito Fogaça, candidato à reeleição, líder absoluto nas pesquisas. Mostrou recortes de jornais da campanha passada para provar que Fogaça fez várias promessas que não cumpriu, como a passagem única para o transporte coletivo.
    Rosário reagiu acusando Luciana de se tornar, com sua postura, em “linha auxiliar da direita, ao atacar os candidatos de esquerda” e lembrou que o pai dela, Tarso Genro, “um homem honrado” está engajado na campanha petista. Luciana lembrou que na prévia, Rosário não teve o apoio de Tarso.
    Fogaça ante os ataques de Onyx procurou manter-se olímpico e não alterou a postura nem quando o adversário mostrou recordes de jornal com as declarações do prefeito, prometendo a passagem única caso vencesse a eleição.
    Luciana também desfechou uma pesada denúncia contra Fogaça, acusando-o de entregar o camelódromo a uma empresa privada que, sem ônus vai cobrar 570 reais por mes de cada camelô e ainda vai explorar o estacionamento no local. Fogaça pediu direito de resposta, mas a produção não concedeu.
    O debate durou duas horas.

  • Rosário diz que carroças não sairão das ruas sem emprego para carroceiros

    A candidata da Frente Popular, Maria do Rosário, disse em campanha nas vilas Dique e Nazaré que se for eleita não permitirá que os carroças sejam retiradas das ruas antes que esteja garantida uma outra fonte de renda para o carroceiro.
    Apresentada como “a candidata do presidente Lula à Prefeitura de Porto Alegre”, Rosário prometeu as lideranças comunitárias e aos moradores: “ Só vamos retirar as carroças das ruas no dia em que estiver garantido outro trabalho com a mesma renda aos catadores. E nós temos proposta concreta para isto”. A Câmara aprovou recentemente uma lei que prevê a retirada das carroças das ruas da capital num prazo de oito anos. A questão é polêmica e deve entrar nos debates que ainda serão feitos (há pelo menos três programados) antes do primeiro turno da eleição, em 5 de outubro.
    Aos moradores da Vila Dique, divida entre sair do local ou permanecer, devido à ampliação da pista do aeroporto. “Nada será feito sem discutir com o conjunto dos moradores. Independente de qualquer coisa, a Dique precisa de moradia popular, de saúde e de trabalho e renda”.
    A vila Dique, onde vivem 1.200 familias, de papeleiros e carroceiros, que vivem da reciclagem do lixo. Na lista da Associação dos Amigos e Moradores da Vila Dique, as prioridades iluminação, saneamento e asfalto, segundo a presidente Enedina Espíndola.
    É outra questão polêmica porque da remoção da comunidade depende a ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho, já projetada e importante para os negócios e a economia. Outra questão concreta que ainda não frequentou os debates.
    (Com informações da assessoria)

  • Porto Alegre desenha "pior dos mundos" para o PT

    Elmar Bones
    Com sua candidata em queda nas pesquisas, militância retraída e caciques fazendo corpo mole. o Partido dos Trabalhadores corre o risco de ficar fora do segundo turno, pela primeira vez em 20 anos e, pior do que isso, pode ficar sem escolha, tendo que votar nos seus adversários históricos. 
    É claro que embora estejamos a menos de 20 dias do primeiro turno da eleição, o quadro eleitoral não está fixado e pode mudar radicalmente. Como diz a própria candidata, Maria do Rosário, “o PT é bom de chegada”.
    O alto índice, acima dos 30%, dos que na pesquisa espontânea declaram não saber em quem votar, é um indicativo de que o quadro é volátil. Mas a tendência não se altera.
    Na última pesquisa, divulgada nesta segunda-feira pelo Correio do Povo, por exemplo: os indecisos chegam a 31,6%  na espontânea. Na estimulada, os que não sabem em quem votar caem para 11,2%.
    Ou seja, mais de 20% dos consultados apontam um candidato, quando os nomes são apresentados. E aí, é natural, a maioria (6,7%) aponta Fogaça, que está na prefeitura há quatro anos e é com certeza o nome mais conhecido de todos.
    Em segundo lugar, é lembrada a candidata Manuela D´Avila, do PCdoB/PPS, cara nova de ascensão fulminante, que faz uma campanha de grande visibilidade. Para ela, vão 6,1% dos votos dos indecisos quando os nomes são apontados.
    Maria do Rosário, a candidata petista, na estimulada ganha apenas 3,8% em relação à indicação espontânea. E na comparação entre uma modalidade ou outra (estimulada e espontânea), aumenta a distância entre ela e Manuela, o que também é natural, uma vez que a tendência dos indecisos é sempre ir para a novidade ou  para “o nome da hora”.        
    “Essas pesquisas nunca nos ajudam, mas a verdade é que essa guria está na nossa frente e a situação é muito difícil”. O comentário da vereadora Margarete Moraes, em campanha pela reeleição, domingo no Brique da Redenção, é um indicador.
    O certo é que para reverter o quadro, Rosário terá que tirar votos de  Fogaça, que se mantém estável na liderança ou de Manuela, que já teve 6 pontos abaixo da candidata petista e hoje, em ascensão, leva mais de 5 pontos de vantagem.
    Fogaça parece mais vulnerável e aí entra a esperança petista de um “efeito Rigotto”. De qualquer forma o horizonte não é tranquilo numa capital que se tornou quase marca registrada da “administração popular”.
    Para complicar tudo, as denúncias de um ex-assessor, jogando farinha grossa no ventilador petista. O caso tem todas as características de uma armação, mas no clima em que se vive terá suas consequências na campanha.    
    Se ficar fora do segundo turno, o PT ficará na contingência de apoiar seus adversários históricos do PPS, que estão na coligação com Manuela, candidata do PCdoB, aliado  não menos histórico dos petistas.
    Aliás, o PPS dividido entre Fogaça e Manuela é o único dos partidos concorrentes que já está garantido no segundo turno.
     Candid.  Espont.     Estim.        Dif.
     Fogaça     22,5            29,2                6,7
     Manoela   15,4            21,5                6,1
     Maria        12,2           16,o                 3,8
     Luciana      3,8             4,8                 1,o
     Onyx          3,6             6,4                  2,8
    Outros        –                 –               –
    Não sabem 31,6          11,2                20,4
    Fonte: Correio do Povo, 15.09   

  • Denúncias mexem no cenário de 2010

    Mesmo que nada seja provado contra os parlamentares gaúchos envolvidos nas investigações da Operação Solidária, a ampla exposição negativa deles e de seus partidos já produziu um prejuízo político, que ainda não pode ser contabilizado, mas que já é evidente. Ele se refletirá nas campanhas para as eleições municipais do mês que vem. Até o cenário que se desenhava para a sucessão estadual em 2010 pode ser alterado.
    Qual será, por exemplo, o impacto que o envolvimento de próceres do PMDB terá na campanha de José Fogaça, candidado do partido à reeleição e que lidera as pesquisas na disputa pela prefeitura de Porto Alegre? Essa resposta terá que esperar no mínimo as próximas pesquisas.
    Quanto a 2010, envolvimento do ex-ministro e deputado Eliseu Padilha, secretário geral do PMDB. prejudica talvez de modo irremediável, seus planos de ser o candidato do partido ao governo do Estado. Ele havia conseguido que até seu mais forte concorrente, o ex-governador Germano Rigotto, admitisse uma candidatura ao senado, para evitar uma disputa interna.
    Agora, aparentemente, Rigotto fica sózinho no cenário do PMDB. Até José Fogaça, o favorito na eleição em Porto Alegre, já declarou que seu candidato em 2010 é Rigotto.

  • Medo do "efeito Rigotto" leva Fogaça a pedir licença

    Elmar Bones
    Há algum tempo o prefeito José Fogaça, candidato à reeleição em Porto Alegre,  vinha ouvindo advertêcias de assessores e correligionários sobre o risco de permanecer no cargo, limitado para as atividades da campanha.
    Lembravam o que aconteceu com o ex-governador Germano Rigotto, também do PMDB, candidato à reeleição francamente favorito, que acabou fora do segundo turno na disputa pelo governo do Estado, em 2006.
    Até a condição de favorito, reforçava os temores. Assim como acontecia com Rigotto, governador-candidato, as pesquisas de intenção de voto dão  ampla vantagem ao prefeito-candidato Fogaça (mais de dez pontos acima do segundo colocado).
    Como Rigotto, ele também tem o apoio quase explícito da grande mídia, que foi benévola com suas deficiências e é generosa com as realizações que ele apresenta na fase final do mandato.
    Como Rigotto, por fim, ele permanecia no cargo, mantendo-se afastado do dia a dia da campanha. O temor dos assessores era de que, como Rigotto, Fogaça acabasse surpreendido na reta final da campanha. Rigotto, como se sabe, foi superado por Yeda Crusius, do PSDB, candidata que não tinha mais do que 4% nas primeiras pesquisas.
    Fogaça se manteve irredutível, até que o próprio Germano Rigotto ligou para advertí-lo do perigo. Na quinta-feira, 4/9, anunciou que vai deixar o cargo e entrar na campanha a partir da próxima segunda-feira. Em declaração aos jornais, Fogaça disse não temer um eventual “efeito Rigotto”, mas reconheceu que foi aconselhado pelo ex-governador. “O que ocorreu com Rigotto, não serve de lição, mas ele mesmo me aconselhou que tirasse essa licença”, disse.

  • Ala masculina é conservadora

    Enquanto as quatro candidatas à Prefeitura de Porto Alegre podem ser consideradas de esquerda, os quatro homens da disputa têm em comum posições mais alinhadas à direita – ainda que seja cada vez mais difícil identificar as diferenças entre as duas ideologias e apesar das coligações não muito coerentes.
    Em comum também o fato de terem nascido na cidade que pretendem administrar. Outra peculiaridade é que a ala masculina concentra os maiores partidos do Estado e do Município, excluindo-se o PT, de Maria do Rosário. Fogaça conta com os três mais influentes da Capital, PTB, PMDB e PDT. Só o PTB tem mais de 40 núcleos espalhados por diversos bairros de Porto Alegre.
    O Partido Progressista, segundo lugar em número de prefeituras no Estado, ganhou novas lideranças nas últimas eleições, como o cantor Mano Changes, e será importante aliado de Onyx, cujo partido ainda enfrenta resistência entre os porto-alegrenses.
    Dando continuidade a apresentação dos oito candidatos ao Paço Municipal, iniciada na edição 388 do JÁ Bom Fim/Moinhos [2ª quinzena de julho de 2008], vamos conhecer um breve perfil dos prefeituráveis do sexo masculino.
    Mais experiente entre os candidatos, o prefeito José Alberto Fogaça concorre à reeleição ao lado do xará José Alberto Fortunati (PMDB, PDT, PSDC e PTB). Fogaça interrompeu a trajetória de vitórias do PT na Capital gaúcha em 2004 e lidera as pesquisas, mas também tem o maior índice de rejeição. Ingressou na política em 1978, sendo um dos coordenadores da campanha pelas Diretas Já. Peemedebista desde o nascimento do MDB, Fogaça migrou para o PPS em 2001. No ano passado, retornou para a sigla de origem. Já foi deputado estadual e federal, além de duas vezes senador pelo Rio Grande do Sul. É conhecido por suas composições dedicadas a Porto Alegre, interpretadas pela mulher Isabela.
    Concorrendo pela terceira vez ao Paço Municipal, Onyx Lorenzoni (DEM – PP – PSC) mudou o tom da campanha de 2004, quando ficou em terceiro colocado. Como ele mesmo define, está “mais paz e amor” e pretende mostrar que se preparou nos últimos quatro anos para administrar a cidade. Casado e pai de quatro filhos, o veterinário de 53 anos iniciou sua carreira política no Partido Liberal, em 1987. Foi pela extinta sigla que Onyx disputou a primeira eleição municipal em 1992. Após dez anos no partido, ingressou no PFL, atual Democratas. Está em seu quarto mandato parlamentar: deputado estadual entre 1995-2002 e desde 2003, federal.
    Mais jovem da ala masculina, Nelson Marchezan Jr (PSDB), 36 anos, disputa pela primeira vez um cargo no Executivo. Herdeiro político do pai, o ex-deputado federal Nelson Marchezan, o tucano foi o último a confirmar a candidatura e chegou a subir no palanque de Onyx Lorenzoni, na convenção do Democratas. Eleito deputado estadual em 2006, Marchezan Jr tem seis anos de vida pública. Começou em 2002, quando foi deputado federal, mas não chegou a assumir, pois a Justiça Eleitoral entendeu que ele não conseguiu comprovar que sua filiação ao partido aconteceu dentro do prazo. Marchezan Jr. foi pai há poucos meses. É seu primeiro filho.
    Conhecido na zona sul da Capital por manter uma organização assistencial, Paulo Leonar Rogowski (PHS) faz sua estréia no pleito municipal. Aos 49 anos, começou a trabalhar cedo, durante as férias escolares, como aprendiz de mecânico e auxiliar de padaria. Em 1981, mudou-se para São Paulo, onde foi vendedor de fotocopiadoras. Sete anos depois, montou uma empresa de microcomputadores, que mantém até hoje. Em 1998, Rogowski disputou uma vaga na Câmara Federal pelo extinto PPB, atual PP, obtendo cerca de 10 mil votos. Em 2002, concorreu pelo PFL, atual DEM, e ficou na suplência. Em 2006, já pelo PHS, começou a campanha mas desistiu em seguida.
    Essa reportagem é um dos destaques da edição 389 do jornal JÁ Bom Fim/Moinhos. A publicação é quinzenal e circula gratuitamente nos 10 bairros da área central de Porto Alegre.

  • Rosário parte para o ataque

    Na entrevista concedida à Rádio Guaíba, na tarde desta terça-feira (26), a candidata à prefeitura disse que a Frente Popular trabalha com a afirmação do seu projeto e apresenta as suas idéias. “O eleitor quer nitidez programática. As pessoas não gostam de discurso gelatinoso. Nós temos lado, partido e opinião: somos de esquerda. E esta posição dá segurança ao eleitor”, observou Maria. E completou: “é uma postura diferente de quem quer passar a idéia de novidade, mesmo estando de braços dados com o PPS, partido que ajudou a eleger Fogaça e Yeda e acaba de ganhar uma diretoria na CEEE”.
    *Crédito da foto: Inês Arigoni

  • Uma disputa de batom, saia e salto alto

    Quatro mulheres e quatro homens na disputa pela prefeitura de Porto Alegre. Se as eleitoras votarem só em mulheres, uma delas vence. Acontece que entre os mais de um milhão (1.038.885) de eleitores na Capital gaúcha, as mulheres são maioria, exatos 93.501 votos a mais.
    A realidade se repete no Estado, com diferença ainda mais acentuada: 293.119 eleitoras a mais, em quase oito milhões de pessoas habilitadas a votar de Aceguá à Xangrilá, nas 173 zonas eleitorais dos 496 municípios gaúchos. É o quinto maior colégio eleitoral do Brasil, com 7.925.459, o que representa 6,068% do total nacional.
    Tudo indica que a eleição não vai se decidir em primeiro turno, no dia 5 de outubro. É que além do apelo feminino nas urnas, o atual prefeito concorre à reeleição e ainda há dois deputados na disputa, um federal e um estadual. Ou seja, todos têm ou deveriam ter o que mostrar à população em termos de realizações. O segundo round é dia 26 de outubro.
    A campanha começou devagar, uma caminhada na Rua da Praia, panfletagem na Esquina Democrática, barraquinhas no Largo Glênio Peres, um bate-papo nos altos do Mercado Público, um debate na rádio A, outro na tevê C, alguns comitês recém inaugurados, outros, desorganizados. O clima promete esquentar mesmo daqui há um mês (19 de agosto), quando começa a propaganda eleitoral nas emissoras.
    Juntas, as quatro candidatas registraram na Justiça Eleitoral estimativas de gastos na campanha que ultrapassam R$ 9 milhões. Mais da metade (R$ 4,8 milhões) foi declarado pela coligação Frente Popular, que tem na chapa Maria do Rosário e Marcelo Daneris, ambos do Partido dos Trabalhadores. Completam a Frente PSL, PTC e PRB.
    Em segundo lugar na previsão de gastos ficou a coligação Porto Alegre é mais, com Manuela D’Ávila e Berfran Rosado. Prevêem gastar R$ 3,5 milhões. Manu representa o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Berfran, o Partido Popular Socialista (PPS). Outros cinco compõe a chapa: PR, PMN, PTN, PT do B, e PSB.
    A estimativa de gastos na campanha pela coligação Sol e Verde, de Luciana Genro, do Partido Socialismo e Liberdade (PSol), e Edison de Souza, do Partido Verde (PV), foi de R$ 700 mil. E a previsão da coligação Frente de Esquerda, de Vera Guasso e Humberto Carvalho, ambos do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), é de investir até R$ 50 mil.
    Mais de meio milhão de reais em bens
    O patrimônio das candidatas, declarado ao TSE, soma R$ 639,1 mil. Rosário declarou bens no valor de R$ 335,6 mil, uma casa na Capital gaúcha, um carro, um plano de previdência e um saldo bancário. Seu vice, o vereador Danéris, 37 anos, declarou como patrimônio um apartamento de R$ 46 mil.
    Luciana tem um apartamento financiado e um carro que somam R$ 120 mil. Seu vice, o advogado porto-alegrense, de 55 anos, registrou R$ 635 mil em bens, de dois imóveis, dois carros e dois estabelecimentos comerciais. Vera também declarou possuir um apartamento e um carro, que somam R$ 71 mil, e seu companheiro na chapa, porto-alegrense, membro do Ministério Público do Estado, de 65 anos, declarou possuir quatro imóveis e dois carros no valor total de R$ 389 mil.
    Já, Manuela registrou como patrimônio um carro de R$ 42,5 mil e seu vice, engenheiro de Rosário do Sul, 50 anos, registrou R$ 311 mil, divididos em um apartamento na Capital, um terreno na praia e um carro.
    Entre os homens que disputam o Paço Municipal, o maior patrimônio foi apresentado por Paulo Rogowski (PHS), com R$ 1,09 milhão, seguido do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM), com R$ 681,80 mil, e do atual prefeito, José Fogaça (PMDB), com R$ 508 mil. O deputado estadual Nelson Marchezan Júnior (PSDB) informou não possuir bens.
    Marcadas pela defesa de ideais
    As quatro candidatas prometem fazer desta uma eleição histórica. Todas são de esquerda, se é que ainda existe essa definição. Três são deputadas federais com altos índices de votação em pleitos anteriores.
    A quarta é funcionária pública, sem experiência parlamentar, mas não menos combativa. Todas têm forte participação nos movimentos sociais. Elas negam, mas exploram a beleza física em seus materiais publicitários.
    Luciana Krebs Genro, santamariense de 37 anos, casada e um filho, é professora de inglês e deputada federal. Começou a militância estudantil do colégio Júlio de Castilhos, aos 14 anos. Em 1994, foi eleita deputada estadual com 17 mil votos pelo PT, pautando seu mandato na luta contra as privatizações da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e Companhia Rio-Grandense de Telecomunicações (CRT). Foi reconduzida ao parlamento gaúcho em 1998 com o dobro dos votos, 36 mil.
    Em 2002, ganhou 100 mil votos para deputada federal. Entrou em choque com a política do governo Lula ao combater a reforma da Previdência – fato que provocou seu rompimento e expulsão do PT, em dezembro de 2003. No ano seguinte, participou da formação do PSol. Em 2006, foi eleita a deputada federal mais votada em Porto Alegre, com mais de 185 mil votos.
    A mais jovem das candidatas é Manuela Pinto Vieira D’Ávila. Porto-alegrense de 26 anos, jornalista e deputada federal, Manu começa a colecionar recordes. Foi a vereadora mais jovem da história da Capital gaúcha, eleita em 2004, e a deputada federal mais votada do Estado, em 2006, com 271.939 votos.
    Começou a atuar no movimento estudantil em 1999, quando filiou-se à União da Juventude Socialista (UJS). Em 2001, ingressou no Partido Comunista do Brasil. Nos dois anos seguintes, integrou a direção nacional da UJS e a vice-presidência Sul da União Nacional dos Estudantes (UNES). Sua campanha tem marca registrada – “E aí, beleza?” -, que busca a identificação com o jovem, público para o qual prioriza sua atuação parlamentar.
    Maria do Rosário Nunes, 41 anos, casada e um filho, é a mais experiente. A professora de Veranópolis foi vereadora de Porto Alegre por dois mandatos, deputada estadual e já está no segundo mandato na Câmara Federal.
    Iniciou a militância no movimento estudantil secundarista e no Centro de professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato). Seu trabalho envolve principalmente a proteção aos direitos humanos e de crianças e adolescentes.
    Já, a presidente estadual do PSTU, Vera Justina Guasso, é a mais combatente no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores. Natural de Santiago, 45 anos, uma filha, é técnica em informática e servidora pública federal. Trabalha no Serviço de Processamento de Dados (Serpro).
    Sua luta política começou ainda na adolescência, contra a ditadura militar, e segue, hoje, através do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados do RS (Sindppd-RS) e da coordenação nacional da Conlutas. Vera já disputou eleições à Câmara Municipal de Porto Alegre, Assembléia Legislativa, Prefeitura de Porto Alegre e Senado, não vencendo nenhum dos pleitos.