A Justiça acatou a ação movida pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANAQ) pedindo anulação do edital da licitação para as obras de “Revitalização do Cais da Mauá”.
As intimações ao governo do Estado e à Superintendência de Portos e Hidrovias foram expedidas no dia 28 de outubro, com 30 dias para que apresentem suas justificativas.
A decisão do juiz Gabriel Menna Barreto, da 5ª.Vara Federal, implica no reconhecimento preliminar de que a licitação não poderia ser efetivada sem a anuência da ANTAQ.
Ação judicial torna incerto o futuro do projeto grandioso, uma das peças de campanha da governadora Yeda Crusius, para ocupação do cais de Porto Alegre.
O projeto prevê a construção de grandes prédios para hotéis e comércio, marina, passeios e espaços de recreação – algo semelhante ao que foi feito em Buenos Aires com o Puerto Madero.
Dados da ação judicial:
> AÇÃO ORDINÁRIA (PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO) Nº 5016114-68.2010.404.7100
> (Processo Eletrônico – RS)
> Data de autuação: 05/08/2010 16:15:35
> Tutela: Requerida
> Juiz: GABRIEL MENNA BARRETO VON GEHLEN
> Órgão Julgador: JUÍZO SUBS. DA 05A VF DE PORTO ALEGRE
> Localizador: P28
> Situação: MOVIMENTO
> Justiça gratuita: Não Requerida
> Valor da causa: 10000.00
> Intervenção MP: Sim
> Maior de 60 anos: Não
> Assuntos:
> 1. Edital
>
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> PARTES
> AUTOR: AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – ANTAQ
>
> RÉU: SUPERINTENDÊNCIA DE PORTOS E HIDROVIAS
>
> RÉU: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
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> ADVOGADOS
> Nome: PRF4 – LÚCIA SAMPAIO ALHO (AUTOR)
> Nome: MILENA BORTONCELLO SCARTON (RÉU)
> Nome: PAULO MOURA JARDIM (RÉU)
> Nome: MILENA BORTONCELLO SCARTON (RÉU)
> Nome: PAULO MOURA JARDIM (RÉU)
>
> —————————————————-
> FASES
> 28/10/2010 Intimação Eletrônica – Expedida/Certificada (RÉU –
> SUPERINTENDÊNCIA DE PORTOS E HIDROVIAS) Prazo: 30 dias
> 28/10/2010 Intimação Eletrônica – Expedida/Certificada (RÉU – ESTADO DO
> RIO GRANDE DO SUL) Prazo: 30 dias
> 28/10/2010 Intimação Eletrônica – Expedida/Certificada (MPF –
> MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL) Prazo: 30 dias
Tag: governo Yeda
Yeda candidata começa a capitalizar erros da oposição
Começa a cair a ficha nos redutos petistas: já reconhecem que Yeda Crusius não “está morta”, como chegaram a dizer referindo-se às possibilidades de reeleição da governadora.
Talvez, menos por seus méritos e mais pelos equívocos da oposição, Yeda recompõe sua imagem e começa a ganhar terreno nas pesquisas, com a ajuda da mídia que sempre tende a ser generosa com quem tem a caneta para assinar.
Repita-se: o erro crucial da oposição foi jogar todas as fichas na possibilidade de embretar o governo Yeda com as denúncias de corrupção.
O “Fora Yeda” foi uma bandeira levantada pelo PSOL, que o PT abraçou provavelmente por medo de perder mais votos à esquerda, como já ocorreu na última eleição municipal em Porto Alegre.
Ao concentrar suas energias para colar em Yeda o rótulo da corrupção, a oposição deixou de fazer, ou não fez com a ênfase devida, a crítica à administração de Yeda.
Não quer dizer que corrupção não exista, mas na medida em a estratégia não deu certo, resta uma governadora aparentemente blindada e com um discurso de gestão que pode não ser verdadeiro, mas será eleitoralmente eficaz…
Se fechar a aliança com o PP e levar Otomar Vivian de vice, como se especula, a candidatura à reeleição estará de pé.
Na perspectiva de hoje, são pequenas as chances de Yeda.
Considere-se, porém, que ela já sofreu o maior desgaste que poderia sofrer e não é difícil concluir que Yeda está no páreo, como gostam de dizer os turfistas que comentam política.(EB)
Manifestantes realizam “velório” de Yeda
Cerca de 1,5 mil pessoas se encontraram às 19 horas dessa quinta-feira em frente à sede do CPERS para, através de um velório simbólico, pedir a renúncia da governadora do Estado, Yeda Crusius. O protesto foi organizado pelo Fórum dos Servidores Públicos Estaduais (FSPE) e marca os “860 dias de agonia para o Rio Grande do Sul que representa o governo Yeda”.
Sob gritos de “fora Yeda”, refrão que já ganhou às ruas e os muros da cidade, os manifestantes caminharam da rua Alberto Bins até o Palácio Piratini levando velas e faixas com palavras de ordem. Para Antônio, aluno de letras na UFRGS, o protesto teve um ar de mea culpa. “Essa vela aqui é também de vergonha, porque votei na Yeda nas últimas eleições”.
A marcha, formada principalmente por estudantes, militantes e funcionários públicos, foi puxada por uma corrente de sindicalistas e avançava rápida ao ritmo de instrumentos de percussão. Em meio à multidão, além de bandeiras do PSOL e do PSTU, havia até mesmo vendedores de pipoca e sorvete. Durante todo a trajeto, a procissão foi acompanhada pela Brigada Militar, que bloqueou as vias transversais.
Estudantes cantavam “não tem dinheiro pra educação, mas tem dinheiro pra comprar uma mansão”, referência ao negócio da casa da governadora, investigado pelo Ministério Público. Alguns reivindicavam que Yeda “voltasse para São Paulo”, outros gritavam “um dois três, Yeda no xadrez”.
Ao fim do percurso, os manifestantes colocaram suas velas no chão formando a palavra impeachment. Para as entidades que fazem parte do FSPE, o governo Yeda não tem mais legitimidade para continuar, muito menos encaminhar projetos que retirem direitos dos servidores públicos.
Entidades pedem posse de diretor eleito há oito meses
Oito meses depois de iniciado o processo para eleger o diretor técnico da Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (Fepam), o eleito para o cargo, Flávio Wiegand, ainda não foi empossado.
A demora levou à Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente do RS (APEDeMA) a enviar ofício à Fepam, exigindo o comprimento da nomeação, de acordo com a lei.
A APEDeMA entende que “a eleição autônoma do diretor técnico pelos servidores é uma das principais conquistas democráticas da Política Ambiental em nosso Estado. O processo garante que o licenciamento ambiental e demais atividades da Fundação procedam de forma independente aos interesses políticos do governo, ao contrário do que vem ocorrendo na hipótese de ser ele indicado pela governadora. Por esses motivos, as entidades ambientais requerem a pronta nomeação de Flávio Wiegand”.
Manifestantes pedem impeachment de Yeda
Por Paula Bianca Bianchi
A chuva atrapalhou, mas não impediu a realização de um ato pelo impeachment da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, hoje pela manhã em Porto Alegre. Coordenada pelo CPERS, a manifestação reuniu cerca de 1,5 mil pessoas e foi motivada pelas recentes denúncias publicadas contra Yeda na revista Veja.
Armados de guarda-chuvas os manifestantes, em sua maioria professores, servidores públicos e estudantes, subiram a Borges de Medeiros em direção ao Palácio do Piratini gritando as palavras de ordem, “ai, ai, ai. Empurra Yeda que ela cai!”. Eles pediam a investigação das denúncias de corrupção e o impeachment imediato da governadora.
“Uma governadora sob suspeita não tem legitimidade para continuar no cargo”, afirmou a presidente do CPERS, Rejane de Oliveira. O sindicato argumenta que a saída de Yeda é necessária para dar lisura à investigação.
A manifestação, que começou às 10h30 e durou cerca de uma hora e meia, resultou também em um “calendário de jornadas”, como explica a estudante Ana Paula Madruga, do DCE da UFRGS. “Essa é uma forma de evitar que a investigação seja deixada de lado”, lembra Ana Paula. A idéia é que uma série de ações contra a governadora sejam realizadas na cidade nas próximas semanas.
Yeda e integrantes de seu governo são acusados de desvio de dinheiro no Detran-RS, fraude em licitações, além de caixa dois na campanha eleitoral de 2006. O governo não se posicionou sobre a manifestação.
Ao final do ato, os estudantes ocuparam a Assembléia Legislativa e foram recebidos pelo presidente da casa, Ivan Pavan (PT). Ele prometeu pressionar o governo pela abertura de uma CPI para investigar o caso. Até o momento o PT conseguiu dez, das 19 assinaturas necessárias para dar início a comissão.
Polícia quer mais tempo para investigar morte de Marcelo Cavalcante
Por Lucas Azevedo | Especial para o JÁ
Na sexta 17, faz dois meses que o corpo do ex-representante do governo gaúcho em Brasília, Marcelo Cavalcante, foi encontrado boiando no Lago Paranoá, próximo à Ponte Juscelino Kubitschek – e o inquérito instaurado pela 10ª Delegacia de Polícia da Capital Federal não chegou a nenhuma conclusão. Mais: há cerca de um mês a sindicância tramita na Justiça à espera de autorização para mais 60 dias de investigações.
No entanto, a viúva de Cavalcante, a empresária Magda Cunha Koenigkan, diz ter material importante para esclarecer a morte do ex-marido. Ela diz saber de detalhes obtidos em conversas com Cavalcante que explicariam as pressões que ele vinha sofrendo meses antes de morrer. Para isso, Magda contratou um renomado advogado de Brasília para auxiliá-la.
“Posso repetir o que o Marcelo dizia, e são coisas muito pesadas. Ele era totalmente pressionado e não estava de acordo com a administração do Sul. De repente, ele aparece boiando. Tive que contratar um bom advogado para descobrir a causa, já que nem eu nem a polícia de Brasília somos capazes disso.”
O conteúdo dessas conversas poderia causar danos ao governo gaúcho, já que Cavalcante era “peça importante” na ascensão ao Piratini e na primeira parte do governo de Yeda Crusius. Magda reafirmou o encontro entre o ex-marido e a governadora, no final do ano passado, no qual foi feito o convite ao ex-assessor voltar ao time. Cavalcante foi afastado do governo em junho de 2008, após a revelação de uma conversa telefônica onde ele intermediava uma reunião do lobista Lair Ferst na Secretaria estadual da Fazenda.
“Vem fazer parte da equipe. Você tem que voltar. Você faz parte da minha equipe e é uma peça importante para a gente”, teria dito Yeda a Cavalcante, segundo Magda.
A viúva ressalta que nos últimos três meses de vida, Cavalcante se mostrava muito apreensivo e recebia ligações no início da manhã, as quais preferia atender no banheiro, longe dela. O ex-assessor tratava o seu interlocutor com reverência, “sempre com um ‘sim senhor’ e ‘não senhor’”, lembra.
Magda também confirmou existir uma gravação na qual Cavalcante aparece em uma conversa com alguém que participou da campanha para o Piratini em 2006. Na conversa, o ex-representante do governo se mostra estarrecido ao descobrir que parte do dinheiro arrecadado para a campanha tomou outro fim. “Foi aí que tudo começou. Essa gravação dele, que mostra coisa não legais. Eu já vi várias vezes. O Marcelo me dizia: ‘Se for pro ar, eu tô ferrado. O governo cai no outro dia!’ Era a peça importante pro governo.”
Cavalcante revelou a Magda que não se tratava de irregularidade, mas algo “fora da normalidade” da campanha política. O material teria sido gravado pelo interlocutor, que integraria a campanha, e entregue a Cavalcante tempos depois. Magda disse não saber identificar quem está com Cavalcante. “Não é negociação. É ele falando estarrecido do dinheiro que eles conseguiram e que foi colocado para outro fundo. Ele ficou muito abatido com aquilo.”
A empresária salientou não ter mais acesso a essa gravação, que estava em posse de um amigo do ex-marido. O fiel depositário da prova informou a ela que devolveu o material ao ex-assessor meses antes de sua morte.
“Tudo o que eu tiver em mãos será revelado. Não existe a hipótese de eu ficar calada. Quero saber a causa da morte de Marcelo. Tem que averiguar o que ele falava em casa para que as partes competentes avaliem o que tem por trás disso”, afirmou.
Brigas de família
A visita que Magda recebeu do empresário Lair Ferst, em 18 de fevereiro, após o enterro de Marcelo Cavalcante, e o conteúdo das mensagens que o ex-marido enviou a ela no dia de sua morte gerou o rompimento da ligação da viúva com a família do ex-marido.
Segundo o comerciante Marcos Cavalcante, irmão de Marcelo, a família teria tentando ajudar se soubesse que ele havia ameaçado tirar a própria vida. “A gente tinha dado um jeito de colar nele e não deixar que acontecesse isso.” Já conforme Antônio Cavalcante, pai do ex-assessor, após o encontro com Ferst, Magda teria mudado o conteúdo dos seus comentários sobre a morte do filho.
Magda nega. “Todos nós achamos que o Marcelo não era capaz de tirar a própria vida. É natural que ele (Antônio) pense qualquer coisa. Mas não sei de onde ele tirou essa idéia sobre a visita do Lair”, afirmou.
Marcos defende o pai e prefere desqualificar a ex-cunhada. Ele utiliza o fato de Magda ser ré em alguns processos na Justiça de Brasília.
Walna, Marcelo e a assessora lobista
Marcelo Cavalcante e a misteriosa assessora toda-poderosa Walna Villarins Meneses formavam em Brasília, entre 2002 e 2006, o gabinete da então deputada federal Yeda Crusius. Com o lançamento da candidatura ao Piratini, Yeda manteve o seu núcleo de trabalho, incorporando a ele mais funções e poder.
Atual responsável pela Coordenação de Ações Administrativas do Gabinete da Governadora, Walna, que é citada em investigação da Polícia Federal na Operação Solidária, viaja freqüentemente a Brasília. No final do ano passado, Walna voltou à Capital Federal, quando esteve com Cavalcante. “Em novembro ou dezembro eles tiveram encontros. Mas não sei se foi sobre política”, lembra Magda.
Próxima ao ex-representante do governo, talvez a assessora possa ter o que acrescentar no inquérito que apura a morte suspeita, já que tem amplo trânsito no governo gaúcho, tanto em solo rio-grandense como brasiliense. Walna voltou a Brasília no dia 17 de fevereiro, quando o corpo do ex-assessor foi encontrado.
Por outro lado, Magda revela que o ex-marido tinha “pavor” de uma certa assessora de Yeda. “Ele se arrepiava quando falava dela. Não falava com ela de jeito nenhum. Não entrava no carro da governadora com ela junto. Ele dizia que ela fazia lobby.” A assessora em questão seria a jornalista Sandra Terra.
Mais uma vez Lair
Um personagem que pode ter trazido novos elementos à investigação é o empresário Lair Ferst. Ele prestou depoimento em 23 de março à polícia de Brasília. Ele e Cavalcante atuaram juntos na campanha para governador do Estado e se conheciam desde a década de 1990, quando trabalharam no gabinete do então deputado Nelson Marchezan (PSDB).
Magda afirma que nos últimos meses o contato entre os dois ex-colegas diminuiu. Ela ressaltou que a mulher de Ferst, a ex-miss Brasil Deise Nunes, era quem mantinha mais conversas com Cavalcante.
PSOL investiga morte de assessor de Yeda
As lideranças do PSOL no Rio Grande do Sul convocaram uma entrevista coletiva na quinta-feira para “partilhar informações” sobre a morte de Marcelo Cavalcante, supostamente por suicidio.
Segundo a deputada federal Luciana Genro, a morte misteriosa do ex-representante do Governo Yeda em Brasília obrigou o PSOL a compartilhar com o público as informações que vinha levantando sobre casos de corrupção do governo gaúcho, dos quais o assessor tinha conhecimento. “São informações graves e importantes. Marcelo estava prestes a ser ouvido sobre o caso do Detran e negociando sua delação premiada, pois quando abrisse seu arquivo ao Ministério Público Federal também se tornaria réu”, explicou a parlamentar.
Na coletiva, foram apresentados nove dados baseados em provas testemunhais e gravações em vídeo. Luciana, o presidente estadual do PSOL, Roberto Robaina, e o vereador Pedro Ruas contaram aos jornalistas que ouviram dezenas de fontes sobre os esquemas relatados, inclusive Marcelo e o lobista Lair Ferst, mas os três preferiram não revelar quem deu cada informação para preservar as fontes.
Segundo apuraram os membros do PSOL, os seguintes fatos teriam ocorrido no escritório de Ferst:
Para a campanha pelo governo do Estado, em 2006, foram entregues R$ 500 mil pela Mac Engenharia. Na reunião, estariam presentes Marcelo, Ferst, Chico Alencar, Aod Cunha, Delson Martini e Carlos Crusius.
Fumegeiras de Santa Cruz e Venâncio Aires teriam entregue duas parcelas de R$ 200 mil à campanha, na presença de Ferst e Aod, que enfatizaram o fato de que não dariam recibo por ordem da então candidata Yeda Crusius.
O deputado José Otávio Germano teria doado R$ 400 mil para a campanha a título de “crédito político”, na presença de Marcelo, Ferst e da própria candidata.
Outro vídeo mostraria toda a formatação da compra da casa da governadora eleita, com a entrega de R$ 400 mil em dinheiro. Estavam presentes Ferst e o corretor Alberti.
Já empossada, a governadora não teria aceito a distribuição do lucro do esquema no Detran, pois consideraria R$ 100 mil mensais muito pouco. A reunião – única citada sem registro em vídeo – teria tido a presença de Yeda, Ferst, Vaz Neto e Dorneu Maciel.
A secretária de Yeda, Walna, e Martini teriam feito a distribuição de “mensalinhos”, na presença de Marcelo e Ferst.
Humberto Busnello entrega R$ 100 mil para Aod, na presença de Ferst.
Conversa revela que contas particulares de pessoas ligadas ao governo, inclusive Yeda, seriam pagas por agências de publicidade, principalmente a DCS. Ferst e Marcelo aparecem no vídeo.
Ferst negocia reforma da casa da governadora com a Magna Engenharia.
Investigações
A investigação no MPF está sendo coordenada pelo procurador federal Enrico Rodrigues de Freitas. Também participam os procuradores Adriano Haudi, Alexandre Schneider e Ivan Mrx. A juíza é Simone Barbisan.
A deputada Luciana Genro disse que pedirá ao presidente da Câmara Federal, Michel Temer, que os deputados possam ter acesso aos laudos sobre a morte de Marcelo, para assegurar que o caso seja devidamente investigado. “Independentemente de ter sido assassinato ou suicídio, foi uma morte, e só por isso já merece apuração”.
Servidores apontam Yeda como face da destruição
Por Pedro Lauxen
Outdoor com imagem da governadora será espalhado pelo Estado.
Acabou o suspense. O rosto que aparecia encoberto em 300 outdoors espalhados pelo Estado foi revelado hoje, em manifestação organizada pelo Cpers e outros nove* sindicatos de servidores públicos. O ato, que reuniu centenas de trabalhadores e estudantes, teve início às 16h, no Parque da Harmonia, aonde se reuniram todas as entidades envolvidas na campanha que começou há 15 dias.
Depois de discursos contra a política do executivo estadual, os sindicalistas substituíram um banner com a imagem distorcida por outro, com a foto da governadora Yeda Crussius e a inscrição “essa é a face da destruição no RS”. A partir de amanhã, 400 outdoors com a nova imagem serão espalhados pela capital e interior.
Presidente do Cpers mostra chapéu com temas da campanha.
Os organizadores da campanha também distribuíram mil máscaras com o rosto de Yeda e outras mil placas com os dizeres “arrocho salarial”, “destruição”, “corrupção”, “autoritarismo”, “mentira” e “violência”. Após a revelação, os manifestantes se dirigiram em marcha que durou 45 minutos até a Esquina democrática, aonde entregaram panfletos da campanha.
Durante a semana, o Piratini estudou uma medida judicial a ser adotada para que as novas propagandas não sejam colocadas nas ruas. Sob a justificativa de que o conteúdo seria muito ofensivo e atacaria a honra da governadora. No entanto, o executivo resolveu aguardar a publicação das peças para tomar alguma atitude neste sentido. “O chapéu serviu direitinho”, sugeriu Rejane de Oliveira, presidente do Cpers, ao comentar a reação do Palácio.
Trabalhadores se deslocaram pela Borges até a esquina democrática.
Segundo Rejane, este tipo de manifestação é única forma de chamar a atenção do governo. “Estamos exercendo o nosso direito através de um mecanismo democrático e desempenhando um papel importante de sermos a voz da sociedade”, afirmou. Ela não teme que algum instrumento jurídico possa frear a mobilização. “Se quiserem calar os servidores, eles certamente serão derrotados”, sentenciou.
*Os nove sindicatos que assinam a campanha juntamente com o Cpers:
SEMAPI – Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais
SIMPE-RS – Sindicato dos Servidores do Ministério Público do RS
SINDET-RS – Sindicato dos Servidores do Detran do RS
SINDIÁGUA-RS – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul
SINDSEP-RS – Sindicato dos Servidores Públicos do RS
SINDICAIXA – Sindicado dos Servidores da Caixa Econômica Estadual do RS
UGEIRM – Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia
SINDIJUS – Sindicato dos Servidores da Justiça do RS
FEEB-RS – Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul
Empréstimo do Banco Mundial garantiu superávit
Mesmo com o extraordinário crescimento da receita, o governo gaúcho teria fechado seu balanço de 2008 no vermelho, se não fosse o empréstimo do Banco Mundial, que injetou quase R$ 1,2 bilhão nos cofres do Tesouro do Estado.
Esse valor equivale à primeira parcela (650 milhões de dólares) do empréstimo de 1,1 bilhão de dólares que o governo contratou com a instituição internacional em setembro do ano passado e que foi liberada ainda dentro do exercício.
Sem esse montante, o superávit da administração direta de R$ 364 milhões se transformaria num déficit de mais de R$ 800 milhões. No ano passado, o que garantiu equilíbrio nas contas estaduais foi a venda de ações do Banrisul, que permitiram ao governo agregar ao seu balanço cerca de R$ 1,1 bilhão.
O aumento da receita superou as expectativas do próprio governo, que previu no orçamento uma receita tributária de R$ 14,4 bilhões, mas acabou realizando R$ 16,6 bilhões.
Em relação à receita total (impostos, mais transferências e créditos) a diferença a mais entre o que foi previsto e o que foi executado chegou aos R$ 3,2 bilhões, praticamente o valor a mais que a governadora pretendia arrecadar em três anos com o aumento de impostos proposto no início e rejeitado pela Assembléia.
Em relação a 2007, o crescimento da receita de impostos superou os 20%, em cima dos R$ 13,8 bilhões realizados naquele exercício, que já apresentou um crescimento expressivo sobre o ano anterior.
Os números do balanço orçamentário, publicado na sexta-feira passada, ainda não foram analisados em detalhe. Mas há evidências de melhora na situação financeira global do setor público gaúcho. Por exemplo, o governo pela primeira vez repôs em vez de sacar dinheiro do Caixa Único.
No final de 2007, os saques no Caixa Único totalizavam R$ 4,7 bilhões. No balanço de 2008, houve uma redução de R$ 100 milhões. Graves distorções, no entanto, ainda persistem.
É o caso dos recursos do salário educação que apresentam um saldo negativo de R$ 539 milhões no Caixa Único. É um dinheiro que foi repassado ao Estado e deveria ser aplicado na construção, reforma e manutenção de escolas, mas foi usado para outros fins pelo governo.
Governo libera hoje o tráfego na Baltazar
O governo do Estado marcou para sexta-feira(31/10) às 15h, a liberação do tráfego da nova Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, próximo a rua Manuel Elias. Serão entregues as pistas de rolamento, a iluminação completa, parte da sinalização vertical e horizontal e as divisórias do corredor de ônibus. Em dezembro serão finalizadas as obras de colocação das nove estações de passageiros, a sinalização semafórica (sinaleiras ou semáforos), a sinalização vertical e horizontal (placas) e os passeios (calçadas).
O trecho de 5,5 quilômetros na Zona Norte de Porto Alegre faz parte do Programa Linha Rápida. Prevista para ser entregue em outubro, a obra teve que vencer algumas interferências (desapropriações, substituições de galerias do Dmae, reposição de postes de fios da CEEE e de empresas de telecomunicações, retiradas de cabos de fibra ótica e as mudanças climáticas) e a aprovação do projeto de estações de ônibus, que só agora foi obtida.
“Desde o reinício da obra, em 28 de agosto de 2007, o governo vem cumprindo rigorosamente os compromissos assumidos, com a garantia dos recursos. Entregamos a penúltima etapa e em 30 dias ou 40 dias entregaremos o corredor de ônibus finalizando desta forma a nova Baltazar”, afirma o secretário da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sehadur), Marco Alba.
Entretanto, os moradores da região reclamam bastante da demora para a conclusão da obra. “Eu já estou quase me formando e desde quando passei no vestibular enfrento problemas de trânsito para chegar à Universidade”, conta Rodrigo Padilha, estudante da PUCRS e morador do bairro Santa Fé. “Tenho que enfrentar buracos e desvios diferentes semanalmente”.
Projeto de 1996, orçada em R$ 34 milhões, a obra foi paralisada em setembro de 2006 e retomada em agosto de 2007. Iniciadas em fevereiro de 2006, a reconstrução da via vai desde o Terminal Triângulo da Avenida Assis Brasil à rua Serapião Goulart, em Alvorada. O trecho atinge 400 mil moradores e comerciantes da região. São 230 mil deslocamentos diários por ônibus no corredor.