ELMAR BONES/ A pergunta que Eduardo Leite ainda não pode responder

Alguns estudiosos do assunto apontam a reforma tributária do governo Castelo Branco, em 1967,  como a gênese do  “processo de causação circular”,  que hoje asfixia não só o setor público mas já faz metástases por toda a economia do Rio Grande do Sul.

Outros  vão até mais longe na busca das raízes históricas da crise e chegam a 1930, quando se inicia um grande ciclo centralista autoritário, sob o comando de Vargas. Reserve-se esses ingredientes remotos.

Tome-se a reforma tributária de 1967.

Base de um plano de crescimento que o regime militar engendrou para dizer a que veio, a reforma drenou recursos dos “entes federados” para a União.

Para compensar o governo Federal deu cobertura aos estados na emissão de títulos, as Obrigações Reajustáveis do Tesouro Estadual , para captar dinheiro no mercado financeiro. Foi uma farra.

Aí se originou a dívida que daria partida ao “processo de causação circular da desgraça do Rio Grande”, como dizia o secretário Hipólito Campos .

Some-se o efeito financeiro da sequência de governadores nomeados e do projeto nacional desenvolvimentista a que todos aderiram.

Acumulavam-se os apaniguados de cada um, já que todos eram do mesmo partido. Havia estatal até para fabricar cebola em pó.

Dez anos depois, quando o milagre brasileiro começou a fazer água e o tesouro gaúcho estava abarrotado de papéis sem liquidez, o secretário Babot Miranda fez o seu alerta.

Passaram-se 44 anos. Onze governadores sucumbiram ao desafio de equilibrar o orçamento. Houve resultados pontuais, mas a tendência não foi contida, ao contrário.

Eduardo Leite conseguirá?

Esta é uma pergunta que o governador, talvez, precise de mais quatro anos para responder.

 

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