Alguns estudiosos do assunto apontam a reforma tributária do governo Castelo Branco, em 1967, como a gênese do “processo de causação circular”, que hoje asfixia não só o setor público mas já faz metástases por toda a economia do Rio Grande do Sul.
Outros vão até mais longe na busca das raízes históricas da crise e chegam a 1930, quando se inicia um grande ciclo centralista autoritário, sob o comando de Vargas. Reserve-se esses ingredientes remotos.
Tome-se a reforma tributária de 1967.
Base de um plano de crescimento que o regime militar engendrou para dizer a que veio, a reforma drenou recursos dos “entes federados” para a União.
Para compensar o governo Federal deu cobertura aos estados na emissão de títulos, as Obrigações Reajustáveis do Tesouro Estadual , para captar dinheiro no mercado financeiro. Foi uma farra.
Aí se originou a dívida que daria partida ao “processo de causação circular da desgraça do Rio Grande”, como dizia o secretário Hipólito Campos .
Some-se o efeito financeiro da sequência de governadores nomeados e do projeto nacional desenvolvimentista a que todos aderiram.
Acumulavam-se os apaniguados de cada um, já que todos eram do mesmo partido. Havia estatal até para fabricar cebola em pó.
Dez anos depois, quando o milagre brasileiro começou a fazer água e o tesouro gaúcho estava abarrotado de papéis sem liquidez, o secretário Babot Miranda fez o seu alerta.
Passaram-se 44 anos. Onze governadores sucumbiram ao desafio de equilibrar o orçamento. Houve resultados pontuais, mas a tendência não foi contida, ao contrário.
Eduardo Leite conseguirá?
Esta é uma pergunta que o governador, talvez, precise de mais quatro anos para responder.