Faísca atrasada e oportunismo

GERALDO HASSE
Faz dois anos que o governo Temer mudou a direção da Petrobras e uma das primeiras medidas do novo presidente Pedro Parente foi cancelar encomendas de plataformas navais a estaleiros nativos como o de Rio Grande.
Nenhuma voz se ergueu contra a medida absurda que, sob o argumento falacioso de que é mais barato comprar as plataformas no exterior, joga no lixo uma década de investimentos públicos pesados e um projeto que representava a redenção de uma região empobrecida.
Nenhuma voz se ergueu no governo e as poucas vozes da oposição que tentaram reagir foram silenciadas. Não renderam sequer nota em jornal.
Agora que a “Noiva do Mar” está à míngua, com 24 mil demitidos e a Ecovix devendo R$ 7,5 bi, o governo Sartori resolve “lutar pela reabertura do polo naval”.
Tudo porque a RBS, que à época também calou sobre o desmonte anunciado por Pedro Parente, decidiu agora fazer uma campanha de “jornalismo construtivo” e discutir saídas para a dramática situação de Rio Grande.
Então, o governador, que pela omissão apoiou o desmonte do polo naval, aproveita o barulho midiático e pega uma carona, de olho na reeleição.
Eis aí a mais explícita confissão de incompetência, faísca atrasada e oportunismo eleitoral.
 

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