Militarização das policias é colocada em discussão

Dois estados norte-americanos estão apaixonados pelos rigores da disciplina vertical no tratamento da segurança da população civil.
Este texto, da France Presse, foi encaminhado à Senasp (Secretaria Nacio-nal de Segurança Pública) pelo major da PM de Santa Catarina, Marcello Martinez Hipólito, professor de criminologia da Unisul e começou a ser discutido em todas as policiais militares brasileiras.
“O estado de Washington e o Distrito de Colúmbia, que são, atualmente, padrão nos EUA, iniciarão no próximo ano a militarização da polícia esta-dual, de acordo com o modelo brasileiro das polícias militares estaduais. De acordo com a regra geral norte-americana, as polícias são municipais e civis, divididas em departamentos de Polícia nas grandes cidades ou em Departamento do Xerife nas pequenas. Agem com policiamento ostensivo e fardado (ou não) e têm hierarquia, no entanto não há a cultura militar, com cadeia de comando e a disciplina vertical como bases. Os principais motivos que levaram a tais medidas são o melhor atendimento às situações de segurança pública. Havendo um comando mais firme e uma disciplina rígida, o que não existe em uma organização civil, tem, o atendimento das ocorrências torna-se rápido e eficiente.
De acordo com o chefe de Polícia Bill Donstway, do estado de Washing-ton, ‘uma organização militar atua de forma muito mais eficiente nas neces-sidades da segurança pública, com menos casos de corrupção, atendimento a situações e tomadas de decisões mais rápidas’. Diz também que ‘a divisão em companhias e batalhões com comandos próprios, mas ligados ao co-mando geral, onde entra a hierarquia e linha de comando, propicia uma or-ganização infinitamente maior no policiamento ostensivo e preventivo’. Pa-ra ele é um equívoco dizer que a cultura militar é incompatível com o aten-dimento à comunidade civil. Ele entende que é uma questão de educação do policial e uma cobrança firme de disciplina. Segundo Bill, truculência policial existe tanto na policia de organização civil como na militar. Em ambas, se não for bem educado, o policial pode vir a achar que é melhor que os cidadãos. É uma questão cultural, finaliza.’
A decisão dos dois estados é uma reviravolta e uma surpresa que foi elogi-ada por muitos intelectuais e organizações americanas e pode vir a gerar uma onda no país. Para o Brasil, trata-se de um fato inesperado, uma vez que vários intelectuais e ONG’s defendem a desmilitarização das PM’s ten-do como prisma a organização policial dos EUA.”
As policias militares brasileiras, evidentemente, estão festejando e discu-tindo com máxima seriedade este tema, que ainda não foi equacionado pe-las policias civis. Este humilde marquês estará atento a essa discussão, com a promessa de ficar aqui, no alto da torre, mas nunca em cima do muro.
Jornalista
Minha homenagem a Ercy Pereira Torma, presidente da ARI, a quem, ontem, tive a alegria de abraçar. Ercy é meu companheiro de décadas na estrada empoeirada do jornalismo e dos jornalistas de fato, hoje aniversari-ante. Os candidatos a prefeito, especialmente os de Porto Alegre, tão ciosos de beijos e abraços em criancinhas e velhinhos, estiveram plenamente au-sentes da confraternização, ocorrida ontem, no consagrado Bar da ARI, Is-so para citar apenas algumas das ausências ilustres.
Pais e filhos
Na próxima terça-feira, a psicanalista Cláudia Kowarick Halperin, reali-zará uma palestra sob o tema “Relações entre pais e filhos e sua influência no desenvolvimento psicológico do indivíduo”. O evento é promovido pelo Grupo de Estudos de Direito de Família do Iargs (Instituto dos Advogados do RS), coordenado pela vice-presidente da entidade, Helena Ibañez. Com ingresso gratuito, a palestra, que é da maior importância para chefes de fa-mília – mulheres e homens – será realizada na sede da entidade, na travessa Acelino Carvalho, 21, centro de Porto Alegre.
Inteligência
Oito pessoas foram presas por tráfico de drogas, na manhã de ontem, em São Borja. Segundo a Polícía Civil, o grupo fazia parte de uma das maiores quadrilhas de traficantes da Região das Missões. Entre outros erros, os ser-viços de inteligência da área de segurança chegaram a acreditar que a ex-pansão das drogas era fenômeno confinado nos grandes centros urbanos. Quando descobriram o equívoco, o fio da meada estava perdido.

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