O fantasma que assombra Temer

 P.C. de Lester                  
O Globo destacou duas repórteres – Junia Gama e Isabel Braga – para apurar a real influência de Eduardo Cunha junto ao governo interino de Michel Temer.
Elas produziram duas matérias no fim de semana, concluindo que Temer aposta numa gradativa redução da força Cunha, pelo afastamento das instâncias formais do poder.
A primeira matéria reproduz uma declaração de Cunha, feita a vários deputados da sua bancada: “Se eu renunciar vocês tem alguma dúvida de que vou ser preso? Se for preso, vocês acham que vou sozinho?”
Isso foi dito, dias depois do afastamento de Cunha da presidência da Câmara. É um recado e uma ameaça, que seus interlocutores trataram logo de fazer chegar ao Planalto.
As expectativas de Temer, segundo O Globo: à medida que seu isolamento vai se consolidando, Cunha vai perdendo a influência junto aos deputados de sua bancada, mais preocupados com suas próprias trajetórias.
O jornal estima que hoje Cunha tem 50% de sua força na Câmara, “ou menos”. Chegará um momento em que para , salvar os dedos, ele entregará os anéis.
Cunha certamente não pensa assim, ainda. Montou seu gabinete em casa e segue despachando e conversando com seus aliados como se estivesse na ativa. Mais: nesta segunda-feira, promete voltar a frequentar a Câmara, numa clara afronta ao STF que determinou seu afastamento.
Por enquanto, segundo O Globo, a ordem do Planalto é atender no que for possível as demandas de Cunha e evitar ataques a ele. Elio Gaspari, no mesmo O Globo, diz que “Cunha tem um aliado em André Moura (lider de Temer na Câmara) e não se pode dizer que tenha uma adversário no Planalto”.
Ao desafiar o STF, voltando a frequentar seu gabinete na Câmara, como anuncia, Cunha joga uma cartada decisiva.
Não só para ele, como para o governo Temer que já enfrenta várias frentes de desgaste – desde o recuo em relação ao Ministério da Cultura até a reforma da previdência, que quer elevar a idade para aposentadoria, quando o próprio presidente interino se aposentou como Procurador aos 55 anos.
                                                                                             
 

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