O Ministério da Dengue em Porto Alegre

A prática de denunciar e depois negar o que foi dito está se tornando lugar comum quando se trata da dengue em Porto Alegre. Uma contraprova do exame que confirmava o primeiro caso contraído na Capital desmentiu as manchetes dos jornais, em 16 de abril.
No mesmo dia, uma equipe da Vigilância Sanitária esteve no “piscinão da Ramiro”, um buraco com água parada no subsolo de um prédio abandonado, na esquina das ruas Cabral e Ramiro Barcelos.
Em 2007, um técnico confirmou a existência de larvas do mosquito Aedes egypti. Mas a equipe que esteve no local, em abril, garantiu que nunca foram encontradas larvas nem o mosquito da dengue no piscinão, apenas de outras espécies.
O que intriga é a recomendação para a aplicação sistemática de larvicida no local, prática pouco usual quando se trata de um mosquito comum, que não representa uma ameaça. Desde julho de 2007 o produto é empregado mensalmente no local.
Depois de esclarecer o caso da esquina da Ramiro Barcelos com a Cabral, o funcionário da Vigilância Sanitária fez um alerta: “Na obra do Rosário foram encontradas larvas do Aedes egypti”. A empresa responsável e a direção do colégio teriam sido até notificadas e tinham 15 dias para tomar providências.
Quando a reportagem do Jornal JÁ Bom Fim/Moinhos foi confirmar a informação, a versão já era outra. O mesmo integrante da equipe afirmou que foram encontradas larvas na obra, mas que não eram do mosquito da dengue, e sim do culex, inseto comum. Estranhamente, a notificação à empresa está confirmada.
Em abril de 2008, uma fonte ligada à Vigilância Sanitária revelou que uma mulher havia sido contaminada no bairro Floresta, em dezembro de 2008. Equipes do órgão municipal estavam preocupadas diante da decisão da Prefeitura de não informar a população do caso. Foram enviados apenas alertas para os hospitais e clínicas.
Da mesma forma, a versão foi desmentida e amenizada pelos técnicos. O caso não foi esclarecido, pois a mulher tinha viajado para o Rio de Janeiro. Convém ressaltar que a viagem ocorrera meses antes, mas os sintomas se manifestaram muito depois do prazo usual, de quinze dias.

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