Ritual das apresentações

Pasta da Segurança Pública está nas mãos de homens probos, porém neófitos. Seja o que Deus quiser.
Ao assumir a titularidade da Secretaria de Segurança do RS. Na manhã tempestuosa de um domingo invernal, 27 de julho deste ano, Edson de Oli-veira Goularte, sucedendo a José Francisco Mallmann, aquele que introdu-ziu, nas manhãs de segundas-feiras, orações matinais em seu gabinete, ti-nha pela frente duas questões imediatas: a greve dos servidores do sistema penitenciário, que estava em andamento, e o desconhecimento das pessoas com quem primeiro deveria manter contatos na pasta que, nunca deixarei de repetir, corresponde ao nervo vivo e exposto de todos os governos. A greve foi suspensa, mas continua latente. E, hoje, ainda restam dúvidas se Goularte assimilou todos os caminhos e escaninhos da segurança pública, que este humilde marquês entende como um terreno minado. E Goularte, general reformado do Exército, era da arma de infantaria e, portanto, não, exatamente, um sapador mineiro. Sigam-me.
Braço-direito
Ainda que na condição de um humilde marquês, tenho escrito, aqui, em minha torre, que, em favor da sociedade, todas as decisões na área da segu-rança devem ser tomadas sem pressa, mas com urgência. Dentro deste qua-dro, gizo que, ao faltar pouco mais de dois anos para o final do governo Yeda Crusius, Goularte não parece ter tomado, de forma plena, o pulso da política da segurança e, mesmo assim, convocou para seu braço direito o coronel da reserva do Exército, Rubens Edison Pinto, 67 anos, um homo probo, porém absolutamente desconhecido no campo em que deverá obrar. Isso significa que as primeiras semanas de Rubens na segurança obedece-rão ao ritual das apresentações, ainda não finalizadas por Goularte. Eviden-temente este ritual obedece ao aval do novo jeito de governar.
Sem feridos
Agentes do 1º BPM estouraram uma casa de bingo, no início da madru-gada de ontem, e recolheu 28 máquinas caça níqueis do local. A casa de jogos funcionava na avenida Azenha 1337. Quando a polícia chegou, for-temente armada, cerca de 30 pessoas estavam jogando tranquilamente. Ninguém restou ferido.
Médico
Dois assaltantes foram presos depois de manter, ontem, um médico e sua família como reféns no bairro Glória, em Porto Alegre. Os criminosos a-bandaram a vítima, que dirigia um Gol, na avenida Oscar Pereira esquina com a avenida Belém Velho. O médico foi obrigado a levar os bandidos até a sua casa, na rua Madre Ana. Os PMs monitoravam tudo e negociaram a rendição dos assaltantes. Foi apreendida uma moto clonada, um revólver e uma faquinha utilizada no assalto.
Vexame
A Asdep (Associação dos Delegados de Polícia do RS), através do seu presidente, Wilson Müller, apresentou apoio à paralisação realizada pelos agentes da Polícia Civil, na Região Metropolitana, de quarta a quinta feira, desta semana. O governo, como sempre, finge ignorar a importância desses movimentos que protestam contra a vexaminosa marginalização da política de segurança do Estado.
Cadeirantes
Agentes da 2ª DP de Pelotas, coordenados pelo delegado Adilson Mazim, esclareceram um caso insólito ocorrido no município em 18 de setembro deste ano. Dois cadeirantes morreram em disputa pelo ponto de droga, no bairro Pestano. Segundo os policiais, um cadeirante, de 30 anos, conhecido por Tipiu, traficante de drogas, chegou no bairro Pestano, conduzido por um adolescente, disposto a matar seu oponente, um homem, também cadei-rante e traficante de drogas, de 20 anos, conhecido por Quinzinho. Ocorre que Quinzinho antecipou-se e atirou e matou Tipiu com um tiro no peito. De acordo com a investigação policial, um tiro desferido pelo adolescente que acompanhava Tipiu atingiu a cabeça de Quinzinho, provocando sua morte. O adolescente, que também foi baleado, encontra-se foragido.
Nepotismo
No Tribunal de Justiça do RS há casos de nepotismo cruzado absoluta-mente claros. Não consigo entender os motivos que levam os responsáveis por esses deslizes a desafiar a inteligência das pessoas que acompanham o funcionamento da corte a partir de simples publicações oficiais.

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