Um coronel acusado de colorado e gremista

A segurança pública do RS, sob o ângulo midiático, repousa num único nome.
Hoje, quando se fala em estratégias de segurança pública no Rio Grande do Sul – contra ou a favor – um nome aparece em primeiro plano. Digo mais, apenas um nome aparece. Não precisava nem citá-lo, mas cito: comandante geral da Brigada Militar, coronel Paulo Roberto Mendes. A Brigada vive em torno de Mendes; as entidades classistas da Brigada (de oficiais a sol-dados) vivem em torno de Mendes; a Polícia Civil não gosta, mas respeita Mendes; o MST odeia Mendes; a UDR ama Mendes; a governadora Yeda Crusius só acredita em Mendes; nos debates dos comitês da política parti-dária, das paróquias, das cozinhas, das cercas, das beiras das sangas e dos bares, Mendes é apontado como fascista, moralista, populista, trabalhista, anarquista, católico, evangélico, carreirista, colorado e gremista.
E as massas do que acusam ou defendem o chefe da Polícia Civil, o discre-to delegado Pedro Rodrigues? E as massas do que acusam ou defendem o secretário da Segurança Pública do RS, o invisível Edson de Oliveira Gou-larte?
Da minha torre, por dever de ofício, tenho acompanhado os passos solda-descos e varonis de Mendes e obrigo-me a observar o caminhar civilista e ofegante de Pedro e de Goularte. Preocupa-me isso. Não desejo para nin-guém a liderança atenta e militarista nem a pusilanimidade de paisanos dis-traídos. Sigam-me.
Imbróglios
A Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários), um dos braços da SSP-RS (Secretaria da Segurança Pública), sustenta uma estrutura com três mil servidores no entorno de uma média de 27 mil apenados. Pois, des-de que Goularte, num domingo tempestuoso de julho último, assumiu a pasta da Segurança, esse órgão estava com um superintendente interino, Bruno Trindade. Pois Bruno, agora, está demissionário. De outra banda, o chefe da Polícia Civil, Pedro Rodrigues, entrou em rota de colisão com o ouvidor geral da Segurança Pública do RS, Adão Paiani. Um comissário da Polícia Civil, dos principais assessores de Paiani, esteve na iminência de sair da Ouvidoria, por decisão de Pedro, onde ele – o comissário – analisa procedimentos que envolvem policiais que atuam sob a jurisdição direta da chefia de polícia, o que gerou um clima de retaliação.
Faceiros
A governadora Yeda Crusius está sem pressa em nomear um coronel da Brigada Militar para assumir a cadeira vazia existente no Tribunal de Justi-ça Militar do Estado. Isso representa uma economia para o erário, pois, com certeza, isso corresponde à redução da remuneração correspondente a de um desembargador. E os assessores do magistrado, atualmente inexis-tente naquela corte, remunerados com polpudas CCs (cargos de confiança) devem ter sido mandados para casa, ou será que continuam lá faceiros e desocupados? Creio que não, pois, se isso estiver acontecendo, contraria a filosofia do novo jeito de governar.
Esporte
O Ministério Público está de olho num espaço da praça esportiva da Aca-demia de Polícia Militar para ser transformada em estacionamento que faci-litará a vida de suas excelências que operam no foro do Partenon. Esta área de esportes existe há, pelo menos, 60 anos.
Sumiço
Até o fechamento desta coluna, a polícia investigava o desaparecimento de um jovem de 20 anos que foi levado como refém após um assalto ocor-rido na tarde de domingo em Eldorado do Sul. Além do rapaz, estavam no local duas adolescentes e o proprietário da casa , um funcionário público aposentado investigado por pedofilia.
Candidatos
O comandante geral da Brigada Militar, o onipresente coronel Paulo Ro-berto Mendes, quer que os candidatos à prefeitura da capital se comprome-tam com a segurança pública na Vila Bom Jesus. Todos estão sendo convi-dados para participar de evento, hoje, no acampamento que a corporação mantém desde a semana passada na região. Mendes entende que os pro-blemas daquela comunidade não se resumem em providências policiais. A idéia de Mendes tem sentido, pois nem todos os candidatos têm coragem de sentir o cheiro do povo e, muito menos, conhecem os seus problemas.
Malandro
Um jovem de 24 anos acusado de falsificar carteira funcional do IGP (INstituto Geral de Perícias) foi preso em Viamão. Segundo o delegado João Cesar Nazário, o moço é funcionário de uma funerária e se apresen-tava à famílias de defuntos como servidor do órgão com o objetivo de obter alguma vantagem da realização de “perícias”. O malandro, que controlava o sucateado sistema de rádio da Brigada Militar, foi autuado por porte ile-gal de arma.
Barbárie
Uma mulher de 89 anos, identificada como Leonor de Lemos Xavier de Souza, foi assassinada dentro de casa no bairro Vera Cruz, em Gravataí. Ela foi encontrada foi encontrada na cozinha, com as mãos amar-radas e amordaçada. A vítima apresentava ferimentos pelo corpo. A policia civil trabalha com a hipótese de latrocínio, pois a moradia estava toda revi-rada. Trata-se de um crime hediondo que não pode ficar no rol do esqueci-mento.

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