A imprensa pode se queixar de Jair Bolsonaro em relação a tudo, menos que ele não lhe forneça manchetes.
É um ataque homofóbico, é um relatório falso do TCU, é uma acusação à China, é a defesa da cloroquina, A cada dia um factóide que, na boca do presidente da República, acaba nas manchetes.
Nesta quinta-feira (10), por exemplo, anunciou que quer desobrigar o uso de máscara por pessoas que já estejam vacinadas ou que tiveram a covid-19.
“Acabei de conversar com um tal de Queiroga, não sei se vocês sabem quem é. Nosso ministro da Saúde. Ele vai ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram contaminados para tirar este símbolo que, obviamente, tem a sua utilidade para quem está infectado”, afirmou o presidente durante solenidade para anúncio de medidas do Ministério do Turismo.
A própria agência oficial do governo, a Agência Brasil fez uma ressalva na notícia:
“A obrigação do uso de máscara em espaços e ambientes públicos, entre outras medidas sanitárias, é definida em decretos estaduais e municipais, por iniciativa de prefeitos e governadores, conforme decisão vigente do Supremo Tribunal Federal (STF)”.
“De acordo com epidemiologistas, a população vacinada ou que já teve a doença deve continuar usando máscaras porque, mesmo imunizada, ainda pode transmitir o vírus para outras pessoas. Segundo especialistas, a desobrigação do uso de máscara só seria recomendável quando o país alcançar um número expressivo de pessoas completamente vacinadas”.
Um presidente normal pediria o parecer ao Ministério da Saúde e aguardaria o resultado para anunciar. Mas Jair Bolsonaro não se preocupa com os fatos. Ele quer estar nas manchetes, na vã tentativa de encobrir com factóides os descaminhos de seu governo.