Grupo de empresários de entretenimento projeta retomada gradual

Grupo TE2 realizou evento online e arrecadou mais de 23 toneladas de alimentos que foram doados à instituições sociais. Foto; Divulgação

Grupo de empresários do ramo do entretenimento se une a fim de apresentar plano de retomada gradual do setor. Iniciativa conta com a participação de Grupo TE2 (Business For Fun e Provocateur), Grupo Austral, Opinião, Combo Agência, representantes de casas como Coolture, Complex, Club 688, NY72, Bar1Bar2 e URB Stage e visa trazer alternativas à área que movimentou em 2019 mais de R$ 1 bilhão em eventos realizados no Rio Grande do Sul.

O contexto criado pelas medidas de distanciamento social tiveram impacto em todas as camadas econômicas. Entre elas, uma das que mais sentiu foi o setor de entretenimento. Responsável por movimentar mais de R$ 1 bilhão no ano de 2019 com eventos realizados no Rio Grande do Sul, um grupo de empresários gaúchos se reuniu para pensar os caminhos que podem ser trilhados para a retomada da área. A ideia é levar à Prefeitura de Porto Alegre e ao Governo do Estado na próxima semana um estudo com possibilidades e sugestões de reabertura gradual dos locais de entretenimento, tanto na capital gaúcha, quanto na Serra e no Litoral Norte, já de olho no verão.

Fizeram parte do encontro nomes ligados ao Grupo TE2 (Business For Fun e Provocateur), Grupo Austral, Opinião, Combo Agência, Coolture, Complex, Club 688, NY72, Bar1Bar2 e URB Stage. Segundo Tiago Escher, um dos nomes à frente do Grupo TE2, a importância da área para a economia gaúcha é um dos pilares dessa movimentação. “Geramos mais de 50 mil empregos diretos e indiretos anualmente e o faturamento do setor no estado chega à casa dos R$ 20 bilhões, cerca de 5% do PIB do Rio Grande do Sul. Compreendemos o cenário, mas ressaltamos que precisamos caminhar para uma volta ao normal”, avalia.

Eduardo Corte, responsável pelo Grupo Austral, destaca a necessidade de protocolos e um honesto diálogo com o setor. Afinal, o público já parece estar no limite do comportamento e começa a dar sinais mais claros de desobediência civil. “No feriado de 7 de setembro observamos o alto número de eventos clandestinos aqui no Sul. Estimamos que mais de 35 mil pessoas foram às ruas nestes ambientes de lazer noturno e as forças de segurança não conseguiram impedir as aglomerações. Por que, então, não iniciar a retomada gradual do setor? Num ambiente controlado, com credibilidade e responsabilidade, seria muito mais fácil adotar medidas de segurança”, explica.

O grupo de empresários que desenvolve esse projeto — que, por sinal, está aberto e disposto a receber novos participantes — tem o auxílio de médicos infectologistas que tem atuado diretamente no contexto de crise vivido neste período. Todos compreendem que a reabertura é algo possível de ser feito, desde que respeitadas as medidas de segurança previamente apontadas por um corpo técnico do poder público. Por isso, proposições que buscam indicar um modelo interessante de reabertura gradual e quais medidas as casas precisam estar atentas são centrais neste plano que será apresentado.

Já Roberto Huwwari, do Club 688, ressalta que neste contexto de eventos ilegais e saturação das medidas de restrição, é fundamental o envolvimento e engajamento da iniciativa privada para encontrar soluções que atendam todas as necessidades dos diversos personagens da sociedade. “No último final de semana presenciamos novamente cenas de aglomeração na Rua Padre Chagas. Estamos no limite quanto sociedade. É inegável a atmosfera de transgressão civil que parece ganhar força entre parte significativa da população. Por isso, temos que abraçar esse compromisso e encontrar soluções”, pondera o empresário, que vai além:

“A manutenção da paralisação do setor significa desemprego e famílias com menos recursos, impostos que deixam de ser arrecadados e alternativas mais seguras para a saúde emocional e psicológica das pessoas. Afinal, caminhamos para um limite quanto dinâmica de distanciamento. Com tantos anos de atuação na área, confiamos que a participação da iniciativa privada ao lado do poder público pode, sim, promover essa reabertura gradual de forma segura”, conclui Huwwari.

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