“A filha do Dilúvio” de Miguel da Costa Franco: história de uma sociedade anestesiada pela frieza

Nessa quarta-feira, dia 12 de maio , às 19 horas, acontece o lançamento do livro “A filha do Dilúvio”, na Sala Libretos no  Facebook/libretoseditora, com reapresentação no dia 14 (sexta-feira), no mesmo horário, no YouTube (libretos100). Durante a live A sociedade em metástase, o autor Miguel da Costa Franco conversa com a escritora Leticia Wierzchowski e o jornalista e escritor Rafael Guimaraens sobre a estrutura de seu romance e as questões abordadas em A filha do Dilúvio.

Segundo o material de divulgação, Rosa e Caçapava são moradores de rua; João e Sandra, um casal de classe média. De um lado, uma herança inesperada e a ascensão social; de outro, o cruento desenrolar da vida em meio à miséria e à falta de opções. Quando a realidade obriga os quatro ao convívio, duas realidades paralelas se sobrepõem de forma explosiva, reorganizando desejos, afetos, traumas e dilemas pessoais. Para alguns, chorar é da vida. Para outros, o conforto está dado. Gerar descendência passa de escolha a conflito em um país desigual e fraturado. Entre extremos, a humanidade insiste em pedir passagem.

Em “A filha do Dilúvio” (Libretos, 2021, 208 páginas), Miguel da Costa Franco pariu uma história das entranhas de uma sociedade anestesiada pela frieza. O livro trata de temas urgentes como a desigualdade e a dureza da vida, nossas culpas e contradições. Denuncia de forma visceral e explícita a inoperância das instituições e a hipocrisia que enfraquece o tecido social, e aponta para os dilemas da paternidade e da maternidade numa espécie em colapso.

Miguel nos apunhala com um mundo em metástase e nos põe em confronto com a nossa própria incapacidade de agir. O jornalista e escritor Rafael Guimaraens endossa o impacto desta narrativa dinâmica e intensa: “É uma história inquietante e profundamente humana, pro bem e pro mal. (…) Envereda por caminhos surpreendentes e desconcertantes. O leitor não sai dessa experiência incólume.”

 

Cuidadoso na construção de personagens complexos – o ‘povo das casas’ e o ‘povo das ruas’-, o autor comenta que foi de fundamental importância seu acesso ao jornal Boca de Rua, realizado com o apoio da Alice – Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação. “Esse periódico, vendido pelas esquinas da cidade – com o qual aprendi muito -, dá vez e voz ao ‘povo das ruas’, falando de seu universo, de seu desamparo e das dificuldades cotidianas, da violência institucional, da ausência de políticas públicas efetivas para enfrentar o problema da exclusão.”

Nessa quarta-feira, dia 12 de maio , às 19 horas, acontece o lançamento na Sala Libretos no  Facebook/libretoseditora, com reapresentação no dia 14 (sexta-feira), no mesmo horário, no YouTube (libretos100). Durante a live A sociedade em metástase, o autor Miguel da Costa Franco conversa com a escritora Leticia Wierzchowski e o jornalista e escritor Rafael Guimaraens sobre a estrutura de seu romance e as questões abordadas em A filha do Dilúvio.

Trecho:

“Os dois parceiros passariam a madrugada inteira nessa novela encardida. Rosa, bufando e praguejando, foi se livrando das roupas aos poucos, até ficar totalmente nua. Caçapava, na maior parte do tempo, assobiava milongas e chamamés. No mais, tinham com eles o crepitar do fogo, o frescor úmido da brisa, os sapos e os grilos, o desassossego das águas buliçosas do rio lambendo o juncal e as pedras da margem. A cadela Furiosa, companheira dedicada, se encarregava de vigiar o acampamento erguendo as orelhas e o focinho a cada tanto e acoando para os bichos, visíveis ou invisíveis, que se aproximavam. Quando as dores nas costas apertaram e uma manada de elefantes começou a pisotear sem dó os quadris de Rosa, esmigalhando o que podia de seus ossos, ela se pôs de quatro, como um animal. Era como ficava mais confortável. Já pouco ouvia do que o outro lhe perguntava. Com os sentidos voltados para o seu interior, circulava por outros mundos.”

Miguel da Costa Franco. Foto: Acervo pessoal/ Divulgação

Miguel da Costa Franco

A filha do Dilúvio é o seu segundo romance. É autor de Imóveis Paredes (Libretos, 2015) e Não Romance (Metamorfose, 2018), contos selecionados. Foi finalista do Prêmio da Associação Gaúcha de Escritores na categoria Narrativas Curtas e recebeu premiações também por conto, crônica e poesia. Participou de coletâneas, entre as quais a Antologia de Contistas Bissextos (L&PM, 2007). Escreveu o roteiro do filme O último desejo do Dr. Genarinho (2002), foi corroteirista do telefilme e da série de tevê Doce de Mãe (2012 e 2014), vencedora do International Emmy Award for Best Comedy em 2015, e colaborou no roteiro de Aos Olhos de Ernesto (2019), todos produzidos pela Casa de Cinema de Porto Alegre. Mantém o site www.migueldacostafranco.com.br. Colaborou com jornais e revistas, como Correio do Povo, Pasquim Sul, Não, Parêntese e Sepé. Nasceu em Roca Sales/RS, em 1958.

A filha do Dilúvio (Libretos, 2021)

de Miguel da Costa Franco

Romance, 208 páginas, formato 14cm x 21cm (brochura)

ISBN 978-65-86264-29-6 

Preço sugerido 40,00

Lançamento: 

Dia 12 de maio, às 19h

Sala Libretos (facebook@libretoseditora) 

A sociedade em metástase

Lançamento do romance “A filha do Dilúvio”

com Miguel da Costa Franco, Leticia Wierzchowski e Rafael Guimaraens

 

Reapresentação

Dia 14 de maio, às 19h

(Youtube/libretos100)

 Onde encontrar: 

Nas livrarias e no site www.libretos.com.br

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