Fotógrafo Jorge Aguiar põe o projeto Click da Kombi para rodar

 

Higino Barros

O fotógrafo Jorge Aguiar, natural de Porto Alegre, 65 Anos, coloca para funcionar no final de maio um sonho profissional que começou há 20 anos, fruto de sua experiência de 45 anos como fotógrafo. O projeto Click da Kombi, em que realiza oficina gratuita para moradores de comunidades carentes. Aguiar leva o Click da Kombi à Viamão, Cachoeirinha e Guaíba. Os detalhes e datas dos cursos estão no card de divulgação.

O JÁ Porto Alegre enviou perguntas ao fotógrafo , que respondeu por email.

PERGUNTA: Quem é Jorge Aguiar?

RESPOSTA: Eu me realizo nas periferias, documento as minhas guerras urbanas, eu sou de alto risco… sem lenço, sem documento, somente uma câmera nas mãos.” Esse é Jorge Aguiar por ele mesmo. Seria muita pretensão defini-lo, mas eu arriscaria afirmar que esse é um daqueles fotógrafos que capturam a riqueza onde ninguém a vê. É nas coisas simples e cotidianas, nas culturas e tradições que se extinguem, nos sofrimentos anônimos, na poeira da estrada, nas lutas silenciosas e na
explosão das batalhas que ele encontra sua expressão máxima. Ladrão de instantes, congela para sempre o presente na sua caixa de Pandora, para depois abri-la e nos surpreender com a sua dor. A velocidade perfeita, a abertura exata, a composição sensível, a emoção lapidada no latejar das veias, com o peito aos saltos, e eis que o presente, esse prisioneiro do nunca antes e do nunca mais, se faz eterno. Emoção e domínio. Esse é o Jorge Aguiar”. Texto Lidia Fabrício

Foto: Lidiane Heins/ Divulgação

Trabalho há 45 anos com Fotojornalismo. Há 25 anos desenvolvo o Projeto Luz Reveladora Photo da Lata em periferias ministrando oficinas pinhole para jovens e adultos em áreas de vulnerabilidades sociais. Ganhador do Prêmio Direitos Humanos UNESCO em 2003-Projeto Photo da Lata e autor do Projeto Click da Kombi Escola de Fotografia Itinerante.

PERGUNTA:  Conte um pouco da suas andanças pelo mundo.
RESPOSTA: É muito difícil falar em primeira pessoa, mas tenho uma caminhada de um flaner pelo mundo observando o comportamento humano, sem pressa de chegar.

PERGUNTA: É conhecida sua admiração pelo fotógrafo Sebastião Salgado. O que gosta no trabalho dele?

RESPOSTA: O trabalho Trabalhadores
E mais alguém? Cartier-Bresson

PERGUNTA: O que é o Projeto Click da Kombi? Apresente para quem não conhece.

RESPOSTA: Idealizado há mais de 20 anos quando fiz uma vaquinha virtual e com a ajuda de milhares de amigos consegui adquirir a kombi, surgindo assim, o Click da Kombi – Escola de Fotografia Itinerante, que é um laboratório itinerante e levo educação e cultura das artes da fotografia para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

PERGUNTA: Qual tua motivação?

RESPOSTA: É o resgate da alto-estima e a capacitação profissional dando
acesso à cultura e a arte de fotografar, promovendo solidariedade e expressão com base em valores humanos.
PERGUNTA: Qual público alvo?

RESPOSTA: Não tem limites de idade

PERGUNTA: Qual é a percepção dos alunos sobre fotografia?

RESPOSTA: Os alunos se encantam com a arte de fotografar, abrindo um novo olhar e muitos deles seguem a carreira de fotógrafos comunitários.

PERGUNTA: Tiveste recusas de financiamento cultural para esse projeto da Kombi. O que aconteceu? O que tens a dizer sobre júri, critério de julgamento e os projetos de financiamento cultural em si?

RESPOSTA: Não falarei sobre isso.
PERGUNTA: Como tem sido fazer fotografia de rua, presencial como a tua, em tempos de pandemia?.
RESPOSTA: Muito difícil porque não tem como para ir nas periferias. Todo o meu trabalho é presencial, caminhar nas vilas, falar com as pessoas É nesse momento humanamente impossível.

Da série Manaslisas da Periferia. Jorge aguiar/ Divulgação

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