Cais Mauá: Governo promete debater modelo de revitalização com entidades da sociedade civil

Armazéns do Cais Mauá, patrimônio histórico e cultural da cidade. Foto: Cleber Dioni Tentardini

O secretário Extraordinário de Parcerias do Estado, Leonardo Busatto, garantiu ao procurador-geral do MPC, Geraldo Da Camino, que irá marcar reunião para o início de junho com representantes de entidades da sociedade civil para debater o novo modelo de revitalização do Cais Mauá.

A promessa foi feita durante reunião virtual promovida pelo Ministério Público de Contas do RS (MPC), no final da tarde de terça-feira (17), reuniu, além de Busatto e Da Camino, o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, o secretário do Planejamento e Gestão, Claudio Gastal, o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS),  Tiago Holzmann da Silva, e a advogada Jaqueline Custódio, representante da Associação dos Amigos do Cais Mauá (AMACAIS).

O encontro  foi motivado por uma carta aberta, assinada por mais de 50 entidades, em que pedem participação nas discussões.

O procurador Da Camino sugeriu que o poder público fizesse contato, o mais rápido possível, com as entidades. E expressou sua preocupação com o risco de judicialização, que pode travar, novamente, o processo de remodelação de toda aquela área junto ao Guaíba.

Busatto pediu um prazo até o início de junho para organizar melhor o encontro.  Explicou que o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -, contratado pelo governo do Estado, já selecionou um consórcio formado por oito empresas, que vai definir a modelagem do projeto de revitalização.

A primeira reunião do consórcio  está marcada para esta quinta-feira (20/05).

Coordenadora do Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro/RS e membro do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (do inglês ICOMOS), Jaqueline entende que os projetos de revitalização têm de respeitar a vocação do Cais para atividades culturais.

Lembrou, na reunião, que os bens tombados fazem parte do Sistema Nacional de Cultura, citou alguns eventos que já foram realizados no local, como a Feira do Livro, a Bienal, Casa Cor, espaços dedicados a oficinas culturais, peças de teatro, entre outras atividades.

A advogada disse, ainda, que existe um grupo formado pela comunidade cultural, que vem desenhando uma proposta de ocupação cultural dos armazéns do cais, em conjunto com a UFRGS, especialmente as faculdades de arquitetura, administração e economia.

Interior de um dos armazéns do Cais Mauá.. Fotos: Cleber Dioni Tentardini
Armazéns estão em péssimas condições de conservação

 

 

 

 

 

 

– Aquele patrimônio está em risco justamente pelo descumprimento contratual do consórcio anterior, que jamais fez qualquer tipo de manutenção das estruturas tombadas. Por isso, é importante que algo seja feito rapidamente neste sentido, ressaltou .

Jaqueline elogiou a iniciativa do procurador-geral do MPC e a abertura para o diálogo com representantes do governo.

-O secretário Cláudio Gastal disse que houve uma mudança de concepção de modelo, posicionando-se contrário à construção de shopping no Cais, e assegurou que irão buscar o diálogo com a população, no que se refere à apropriação dos espaços públicos. Um bom sinal, completou a integrante do AMACAIS.

 

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