De Bolsonaro a William Bonner, 102 milhões de nomes nos cadastros roubados

Propostas sobre proteção de dados pessoais são debatidas no Congresso. Foto: Marcelo Casal Jr./AB

Mais de 102 milhões (102.828.815) de brasileiros tiveram seus dados pessoais furtados do cadastro das operadoras de telefonia celular Vivo e Claro.

Entre as pessoas que teriam seus dados expostos estão o presidente Jair Bolsonaro e os jornalistas William Bonner e Fátima Bernardes, da Rede Globo.

Quem identificou o vazamento foi a empresa de cibersegurança PSafe, conforme a informação publicada no site  NeoFeed nesta 4ª feira (10.fev.).

De acordo com a empresa, os dados foram divulgados na dark web por um hacker estrangeiro e estâo à venda.

A empresa de segurança conseguiu contato com o hacker que teria, inclusive, fornecido dados do presidente Jair Bolsonaro, Bonner e Fátima, para provar que não estava blefando.

Os arquivos roubados incluem dados pessoais como CPF, endereço, telefone, valor da conta bancária, volume de minutos gastos por dia no telefone, número do celular, data de nascimento e outras informações.

O hacker entrevistado pela PSafe disse que as informações foram extraídas das bases das operadoras Vivo e Claro, mas a própria empresa disse que ainda não tem como identificar se elas realmente correspondem a base de dados das duas empresas.

“Não temos como dizer se são informações de clientes da Vivo e da Claro. Mas temos certeza que são dados de grandes operadoras de telefonia do Brasil”, afirmou Marco DeMello, CEO e fundador da PSafe.

O cibercriminoso, segundo o site,  disse ter informações de 57,2 milhões de contas telefônicas da Vivo e de 45,6 milhões da Claro, mas os números são menores que os cadastrados nas duas operados telefônicas.

A Vivo possui uma base de 78,5 milhões de contas, enquanto a Claro possui 63,1 milhões.

As duas operadoras disseram que não identificaram sinais de invasão de seus cadastros e que estão investigando.

A PSafe informou que enviará um documento com as informações sobre o vazamento para a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), vinculada ao Governo Federal.

A PSafe diz  que informações estão disponíveis para venda na camada da internet onde ocorrem crimes, por um pouco mais de R$ 12 mil.

É um mercado clandestino onde os hackers cobram para fornecer esses dados que podem ser usados por outros criminosos em fraudes.

No mês passado, essa empresa identificou outros dois vazamentos. Um envolvendo 223 milhões de CPFs e um outro com informações mais detalhadas de 140 milhões de pessoas.

Neste último, foram vazados dados como telefone, formação acadêmica, salário, endereços e até fotos.

O executivo da PSafe, Marco de Mello, diz que a frequência e o tamanho dos vazamentos recentes preocupam: “A magnitude é muito grande, é realmente um padrão alarmante”.

(Com G1, Poder 360, NeoFeed)

 

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