Desestatização da Carris: processo deve durar até o fim do ano que vem

Foto: Cesar Lopes/ PMPA

Aprovado o projeto  que autoriza a desestatização da estatal Carris Porto Alegrense, o governo começa a trabalhar no Edital, o que na verdade já viem sendo feito, como admitiu a secretária de Parcerias, Ana Pellini.

Segundo ela, o edital de venda estará pronto até o fim do ano.

Será, então, encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado que terá até 60 dias para analisar.

“Não é um processo simples, é longo. Eu acredito que se tivermos um comprador bom, isso se definirá no final do ano que vem”  explicou Pellini.

Publicado o edital,  é de 60 dias o prazo para que apareçam as propostas.

Caso não apareça comprador a Carris deverá ser liquidada. Nesse caso serão licitadas as linhas e tudo mais o que possa ser vendido.

Projeto não resolve admite secretário

A privatização da Carris não resolve a crise do transporte público, todos sabem. O secretário de Mobilidade, Luiz Fernando Záchia, é um dos que reconhecem a necessidade de outras medidas.

Ele falou a respeito do conjunto de propostas apresentado pelo comitê de funcionários: “Eu respeito o Mauri (Mauri Cruz, desenvolvedor das propostas), já foi secretário, conhece o assunto, mas são apenas tópicos, não eram propostas profundas” resumiu Záchia.

O secretário também explicou que o governo entendeu que não havia necessidade de seis meses( tempo que o grupo pediu) para analisar e discutir as propostas.

“ Estamos atacando duas frentes, uma é o sistema, cobradores e isenções tem uma incidência no sistema forte, a Carris traz um prejuízo. São R$ 60 milhões por ano. Essas medidas não resolvem, tem que vir outras medidas. Receitas extraordinárias, temos que buscar subsidio cruzado.”

Valor da Carris será definido pelo Edital 

O valo de venda da Carris ainda é desconhecido. O edital de venda, previsto para até o fim do ano, deve levar em conta a auditoria realizada pela empresa Valor e Foco.

São mais de quinhentas páginas de estudo. Entre passivo e ativos sobrariam aproximadamente R$ 20 milhões segundo a auditoria.

O terreno da Carris é avaliado em torno de R$ 50 milhões.

As dívidas trabalhistas conhecidas já soma R$ 18 milhões em processos já julgados, podendo chegar a R$ 30 milhões.

Da frota de 315 ônibus, pouco menos de cem foram recém adquiridos em 2020, num total de R$ 40 milhões ainda não pagos. A primeira parcela está sendo paga agora em setembro.

Os outros duzentos, em circulação, valeriam entre R$ 80 e 200mil reais cada.

Há ainda, aproximadamente 90 onibus antigos que foram substituídos e estão estacionados no antigo estádio Olímpico, do Grêmio, à espera de compradores.

A cotação inicial de 30 mil cada um dos ônibus, todos com mais de dez anos de uso, não atraiu interessados, mas os primeiros já foram vendidos com o preço reduzido para R$ 25 mil.

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