“Jabutis” da privatização da Eletrobras podem custar mais de R$ 40 bilhões ao contribuinte

A colunista de economia da Rede Globo,  Miriam Leitão escreveu hoje que o “Consumidor vai pagar uma Eletrobras para o governo privatizar a Eletrobras”

A colunista diz que “uma fonte” lhe explicou quanto quanto vai custar ao consumidor a privatizações da Eletrobras.

Seriam 67 bilhões, sendo dois terços (R$ 41 bilhões) por conta dos “jabutis” que os interesses políticos e econômicos  penduraram na Medida Provisória.

“Seria como se o consumidor tivesse que pagar uma Eletrobras para o governo vender a Eletrobras”.

Tudo indica que a fonte dos números de Miriam Leitão seja o Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás o IBP. Em nota pública, no dia 04 de junho, o IBP avaliou como “grave retrocesso” a MP para privatizar a Eletrobras.

“Os dispositivos inseridos no texto da MP que determinam a contratação compulsória de 6.000 MW de térmicas a gás natural em locais predeterminados representam um grave retrocesso em relação às reformas em curso para os setores elétrico e de gás natural”, aponta a nota.

O instituto também critica a obrigatoriedade de contratação de termelétrica a gás nas regiões do Nordeste, Norte e Centro-Oeste, sem critério ou acesso ao gás natural.

“A obrigação de contratação de geração termelétrica a gás em estados do Nordeste, sem acesso ao gás natural, e em estados do Norte e Centro-Oeste, sem nenhum critério técnico, terá como consequência o aumento do custo da energia elétrica, com impactos para o orçamento das famílias e para competitividade da indústria brasileira, já fortemente impactados pelos efeitos da pandemia”.

Em resumo, o IBP acredita que as medidas inseridas na MP da Eletrobras são contrárias aos objetivos de uma política energética nacional transparente e sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental”.

Aprovada em maio na Câmara Federal, onde lhe foram inseridos os “jabutis’ a MP que autoriza a capitalização da Eletrobras será votada no Senado.

Hoje, a União possui 42,57% do capital da Eletrobras, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicos e Social (BNDES), outros 16,14%. Com 58,71%, o Estado é o maior acionista da empresa. Caso a MP seja aprovada, a privatização ocorrerá pela venda de ações na Bolsa de Valores, assim, nem a União e nem os bancos públicos poderão adquiri-la, mas ainda será possível uma sociedade econômica mista para manter a Eletronuclear e a Itaipu Binacional.

 

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