Salário mínimo sem aumento real mais uma vez: em 7 anos o ganho é de apenas 1,57%

Gráfico: Dieese/Nota Técnica

O novo salário mínimo, em vigor a partir  deste 1° de janeiro, deve ficar em R$ 1.212,oo, segundo estimativa do Dieese.

O cálculo leva em conta a intenção do governo de não conceder aumento real, repondo apenas a inflação prevista pelo IBGE, de 10,16%.

Será o oitavo ano em que o valor do salário mínimo não tem ganho real considerável.

Nos últimos 20 anos (desde 2003) o ganho real do salário mínimo soma  78,7%, segundo números do Dieese. Desse total, apenas 1,57% correspondem aos últimos sete anos, desde 2016.

Nesse período o maior aumento real concedido  foi de 1,14%, em 2019.

Segundo o Dieese os três grupos de preços que mais contribuíram para a alta da inflação foram “Alimentação e bebidas”, “Transportes” e “Habitação”.

“Isso significa que aqueles trabalhadores com renda muito próxima ao salário mínimo foram os mais afetados com o rebaixamento drástico do poder decompra”, diz a nota técnica do Dieese, que estima em 56,7 milhões o número de pessoas que têm rendimento referenciado no salário mínimo.

Os 10,6% de correção do mínimo representarão uma injeção de R$ 81,2 bilhões, sendo que mais da metade desse valor (R$ 43,8 bilhões) correspondem ao aumento na arrecadação tributária sobre o consumo.

 

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