Formada por mais de 100 mil famílias espalhadas por cerca de 300 municípios brasileiros, os festejos do cinquentenário iniciam hoje, 12 de abril, e encerram em 23 de novembro.
A Coopercentral Aurora Alimentos é um conglomerado agroindustrial sediado em Chapecó (SC) que pertence a 11 cooperativas agropecuárias. Ela sustenta 28 mil empregos diretos e tem uma capacidade de abate de 20 mil suínos/dia, 1 milhão de aves/dia e um processamento de 1,5 milhão de litros de leite/dia. Com oito unidades industriais de suínos, sete unidades industriais de aves, seis fábricas de rações, 13 unidades de ativos biológicos (incluindo granjas, incubatórios e unidade de disseminação de gens), 16 unidades de vendas e a sede central.
Nessas operações estão 65,5 mil famílias rurais cooperadas que formam a base produtiva no campo e 10,2 mil colaboradores das 11 cooperativas agropecuárias que a constituem, totalizando 104.000 famílias.
“As perspectivas para 2019 são estimulantes em face da decisão da nova administração federal em manter uma política econômica ortodoxa e priorizar a aprovação de reformas estruturais, que podem promover o reequilíbrio fiscal, abrindo espaço para recuperação mais rápida da economia.”, opina o presidente da Coopercentral, Mário Lanznaster, reeleito em janeiro.
Dezoito fazem história
No dia 15 de abril de 1969, dezoito homens representando oito cooperativas do Oeste Catarinense assinaram uma ata com o objetivo comum: construir uma Cooperativa Central para industrializar e comercializar a produção de suínos dos associados.
Ao organizar a produção e obter uma oferta em escala, a Coopercentral criou as bases para a industrialização da produção gerada pelos associados das cooperativas filiadas. A determinação e o arrojo dos dirigentes cooperativistas – tendo à frente o pioneiro Aury Luiz Bodanese – permitiram construir uma estrutura agroindustrial capaz de absorver, transformar e conquistar mercado para essa produção.
Em uma época em que as políticas de desenvolvimento não chegavam ao campo e ao produtor rural era destinado o incipiente papel de fornecedor de matérias-primas baratas para a indústria de transformação de outras regiões, Aury Luiz Bodanese, no comando da Coopercentral e da CooperAlfa, projetou a instalação do parque agroindustrial das próprias cooperativas para processar carnes, grãos e leite.
Começava, assim, um movimento de autoindustrialização que marcou o cooperativismo brasileiro, agregando valor à produção e garantindo renda à família rural. Assegurando assistência técnica, extensão rural e benefícios à população – inclusive um inédito serviço de assistência médica no campo – muito antes do Poder Público estruturar e oferecer algo parecido.
A Aurora tem atuado também como difusora do conhecimento científico, assegurando o acesso do pequeno produtor aos avanços da pesquisa agropecuária. Graças ao cooperativismo, o campo incorporou novas tecnologias, diversificou as atividades, tecnificou a agricultura e outras explorações pecuárias, adquiriu mais máquinas e equipamentos, automóveis e utilitários, móveis e eletrodomésticos. O cooperativismo ajudou a levar a eletrificação rural a todos os recantos, garantiu assistência técnica em todas as propriedades rurais, proporcionou habitação e saneamento.
Crescimento em meio à crise
Em 2018, a receita bruta com vendas da Cooperativa alcançou R$ 9,1 bilhões, um crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior. O mercado interno representou 76% das receitas e, o mercado externo, 24%.
Na área de suinocultura, as oito plantas industriais operaram à plena carga, totalizando, em 2018, o abate e processamento de 5 milhões e 80 mil cabeças, aumento de 7,7% em relação ao ano anterior. A produção in natura de carnes suínas atingiu 424,7 mil toneladas, com 8,3% de expansão. A industrialização também cresceu (6,3%) e totalizou 347,4 mil toneladas de curados, defumados, empanados, linha festa, fatiados, hambúrgueres, linguiças cozidas, linguiças frescais, mortadelas, presuntaria, refinados, salsichas e porcionados.
A Aurora Alimentos investiu R$ 188 milhões para a ampliação e contínua modernização de unidades industriais: implantação do terceiro turno no Frigorífico Aurora Chapecó I (R$ 42,7 milhões); incremento de linguiças cozidas e curados na Indústria Aurora Chapecó (R$ 31,8 milhões), aquisição de máquinas desossadoras de pernas no Frigorífico Aurora Guatambu (R$ 16,9 milhões) e de máquinas desossadoras de coxas Mayekawa no Frigorífico Aurora Mandaguari (R$ 8,4 milhões), e incremento de linguiças cozidas e mortadelas no Frigorífico Aurora Chapecó II (R$ 6,6 milhões).
O desempenho econômico da Aurora repercutiu na sociedade: nos quase 300 municípios onde atua nos Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul – diretamente ou através de suas cooperativas filiadas – a Aurora gerou R$ 1,2 bilhão em ICMS, R$ 3,5 bilhões em valor adicionado na atividade agropecuária, R$ 2,8 bilhões na atividade industrial e R$ 1 bilhão em remuneração e encargos sobre a folha de pagamento.
Em 2018 a cooperativa contava com 28.149 colaboradores, sendo 16.343 homens e 11.806 mulheres.