Mãos de Cunha contaminam o impeachment

Por mais que se deteste a presidente Dilma, não há como não ver a fragilidade desse processo de impeachment deflagrado contra ela.
Os fundamentos jurídicos são´discutíveis. A legitimidade política está contaminada pelas mãos do presidente  da Câmara. O respaldo popular é uma hipótese, que ainda precisa se materializar.
O que anima o impeachment é o noticiário golpista, com seu discurso únitário .
Mais interessados em provar suas teses do que mostrar a realidade, os grandes canais da mídia, quase em uníssono, valorizam as razões jurídicas, extrapolam o apoio popular e minimizam o fato de Educardo Cunha ter contra ele graves e consistentes acusações de corrupção e quebra de decoro parlamentar.
Tem-se o suspeito de crimes, em vez de afastá-lo e investigá-lo, deixa-se na mão dele uma arma que pode abalar a República. Isso não vem ao caso?
O PMDB que nada fez em relação a Cunha, agora quer se afastar de Dilma?
O PSDB que nada fez em relação a Cunha, quer incriminar Dilma?
A mídia que nada cobrou em relação a Cunha, agora quer derrubar  Dilma?
(Uma pesquisa do Datafolha apontou Cunha como a figura menos confiável da República. Ninguém deu manchete!)
Uma situação de crise permite sempre muitas leituras. Ainda mais uma crise como essa, cercada de monumentais interesses por todos os lados.
Mas essa leitura de que falta legitimidade ao mandato de Dilma e que a retirada da presidente tem consistentes justificativas legais e políticas dentro do marco democrático, não resiste ao bom senso. Ainda mais com a assinatura de Cunha.
Essa é a fragilidade essencial desse processo. Ela poderia ser superada, talvez, por um maciço apoio popular ao impeachment.
É improvável que só  propaganda e manipulação do noticiário consigam produzir isso nas atuais condições. Como disse a revista The Economist, esse impeachment do Cunha pode aumentar as chances de Dilma chegar a 2018.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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