Secas periódicas no Rio Grande do Sul têm diagnóstico há mais de 70 anos

Desde 1950* são conhecidas as causas e as características das secas que assolam os moradores da Campanha do Rio Grande do Sul, a região de Pampa na fronteira com o Uruguai e Argentina.
Nessas regiões, que abrangem quase metade do Estado, os verões são sempre secos, com pouca chuva.
De seis em seis ou sete anos, por uma série de fatores meteorológicos, essas estiagens se agravam e configuram uma seca severa que castiga tanto os moradores das cidades quanto os produtores rurais, que perdem suas safras e veem morrer o gado no campo sem pasto.
Avaliando dados meteorológicos de mais de um século, a pesquisa de 1950, coordenada pelo geólogo Mariano Sena Sobrinho, diagnosticou o fenômeno das secas periódicas, constatando que não é um problema de falta, mas de má distribuição da água das chuvas e de dificuldade para acumulação da água, pelas características do solo, com poucas elevações, e vegetação rasteira.
As soluções seriam simples segundo aponta o estudo intitulado “As Estiagens na Faixa da Fronteira”:
“Verificamos então que para prevenir ou atenuar as consequências danosas das estiagens periódicas e prolongadas que tem se repetido mais ou menos de sete em sete anos na faixa da fronteira (Campanha) é necessário um programa de:

  1. Armazenamento de águas na superfície, nas estações mais convenientes (inverno e primavera), por meio de construção de açudes e barragens onde for exequível em bases econômicas.
  2. Captação de águas subterrâneas por meio de furos de sonda, trabalho esse que já vem sendo executado por intermédio da Diretoria de Produção Mineral desde 1947.
Desde então, a cada vez que ocorre a seca, o governo se vê diante da gravidade do  problema e anuncia grandes programas de construção de centenas (até milhares) de barragens, açudes e poços artesianos.
Quando volta a chover, o assunto some do noticiário, as verbas vão para outras demandas mais urgentes e o programa de prevenção da seca fica no papel.
Até porque, como o fenômeno é cíclico, o governo sabe que a próxima estiagem será problema do seu sucessor.
Nota do Editor: estamos tentando uma estatísticas dessas obras, ano a ano, mas até agora não conseguimos.
* O primeiro diagnóstico foi feito em 1942, por técnicos da Secretaria da Agricultura.

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