Acordo deu presidência ao PT

Há 22 anos o Partido dos Trabalhadores tem presença no parlamento gaúcho e há uma década é a maior bancada.
Mas só agora chega à presidência, graças a um acordo com as outras três maiores bancadas da Casa ( PP, PMDB e PDT).
Esse acordo, firmado no início da atual legislatura, deu a presidência à Frederico Antunes, do PP, em 2007, e a Alceu Moreira, do PMDB, em 2008. Agora, em 2009, foi a vez de Ivar Pavan, do PT.
No ano que vem, já está certo: o presidente será Giovani Cherini, do PDT.
No discurso de posse, Pavan anunciou “o aprofundamento de uma gestão compartilhada com o PDT em 2009 e também em 2010”.
O novo presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Ivar Pavan é do interior da Aratiba, pequeno município do noroeste do Estado, região de minifúndios, com intenso êxodo rural. Aratiba é um caso exemplar: tinha mais de 12 mil habitantes na zona rural em 1970, hoje não tem mais do que 4 mil moradores no campo (na cidade são pouco mais de 3 mil).
Oriundo do PT igrejeiro, Pavan militou nos movimentos de pequenos agricultores e chegou à Assembléia em 1990, sem experiência parlamentar.
Está no quarto mandato, foi líder da bancada e do partido por oito anos, líder do governo Olívio Dutra por três anos. Foi uma indicação unânime dos dez deputados da bancada petista para a presidência, que assumiu sábado à tarde.
Tem 47 anos, é casado e tem dois filhos. Em seu discurso de posse manifestou a preocupação com
“a redução dos parlamentos ao papel de meros homologadores dos projetos dos executvos”.
“A função de legislar ficou extremamente limitada e a prerrogativa de fiscalização, anteriormente exclusiva dos parlamentos, em grande parte foi assumida pelos Tribunais de Contas e pelos Ministérios Públicos. Aliado a isso, os parlamentos já não conseguem mais ser palco dos grandes debates políticos e muito pouco influenciam os governos nas escolhas de suas prioridades”.
“Na Assembléia do Rio Grande, isso se traduz no acanhado debate político no Plenário, no esvaziamento das comissões e no distanciamento da sociedade”.
“Para valorizar a principal instância do parlamento precisamos transforma-lo no palco dos grandes debates da política gaúcha”, propôs Pavan.
Os petistas que lotaram o plenário e as galerias na sessão de posse do novo presidente, aplaudiram de pé o seu discurso.

0 comentário em “Acordo deu presidência ao PT”

  1. “a redução dos parlamentos ao papel de meros homologadores dos projetos dos executivos”. deve-se ao simples fato de que a maioria deles tem optado historicamente por essa posição confortável e rendo$a. A maioria já entra comprada e permanece vendida durante toda sua “vida pública”, sempre tentando chegar mais perto das boca$$. E as melhores boca$$ estão na mão do executivo (vide DETRAN). É o círculo vicioso do baronato ladrão, do qual o RS, sob o efeito hipnótico da grande e ofídica empresa de mídia e mando, não consegue se livrar, nem mesmo com o governo federal no campo oposto por dois mandatos.

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