A semana iniciou bem para os apoiadores da criação do Museu das Águas em Porto Alegre (Musa), cujas atividades recentes conquistaram adesões que aproximam um pouco mais o projeto de sua concretização – 11 anos após a ideia ser lançada.
No domingo, cerca de 200 pessoas prestigiaram a “fundação” do Museu em uma sala da Usina do Gasômetro. O ato, inusitado para uma instituição que ainda luta pela sua efetivação – foi a forma que a Associação dos Amigos do Museu das Águas encontrou para manifestar sua preocupação com a demora da prefeitura em determinar o local para abrigar a instituição.
Nesta segunda (23), foi a vez de vereadores dos mais diversos partidos declararem sua simpatia ao projeto, apresentado pela integrante do movimento pela criação do Musa, a artista plástica Zorávia Bettiol, na Tribuna Popular da Casa.
PCdoB, PT, SDD, PP, PROS, PMDB e PSOL se mostraram favoráveis à criação da instituição. A vereadora Sofia Cavedon (PT) protocolou uma indicação para que a Câmara municipal cobre da prefeitura a definição de uma área para o Museu – o plenário precisará aprovar a moção proposta pela petista.
“Precisamos urgentemente dessa definição da área”, clamou Zorávia na tribuna.
Ocorre que a Associação de Amigos do Musa aguarda desde 2012 a manifestação da prefeitura. Naquele ano, em março, o prefeito José Fortunati se comprometeu publicamente a determinar uma área para que o projeto possa ser construído. “Três anos se passaram e nada aconteceu”, critica a ativista.

Estudo aponta duas áreas na Orla
Um estudo do arquiteto Marcelo Allet, coordenador-geral do Grupo de Trabalho da Orla do Guaíba, aponta dois locais como os mais apropriados para o Musa. O primeiro seria ao lado do Anfiteatro Pôr-do-Sol e o outro, no eixo monumental do parque Marinha do Brasil.
As soluções, apresentadas na Câmara Municipal, excluem a possibilidade de o Musa ser integrado ao projeto de revitalização da Orla – assinado pelo arquiteto Jaime Lerner – que é objeto de uma licitação que já vai para a quarta chamada. As anteriores resultaram vazias.
“Pedimos ao Edemar Tutikian (secretário do Gabinete de Desenvolvimento e Assuntos Especiais) que nos colocasse em contato com Lerner para incluirmos o Musa nas linhas gerais do projeto de revitalização. Mas nunca fomos apresentados”, lamenta Zorávia.
A artista plástica, entretanto, evita entrar em atrito com o poder público. “Não queremos briga, por isso pensamos localizações que não estivessem em conflito com o projeto do Lerner”, revela.
IAB e ANA viabilizariam concurso
A urgência para a definição da área é justificada porque dessa etapa depende o seguinte passo para a concretização do Museu da Águas – um concurso público para selecionar o projeto arquitetônico para a instituição.
A Associação dos Amigos do Musa conseguiu o apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) na organização do certame e há um forte indicativo de que a Agência Nacional das Águas (ANA) poderia viabilizar o aporte financeiro necessário para realizar a concorrência – a estimativa de custo varia entre R$ 50 mil e R$ 80 mil.
“Temos as linhas gerais do projeto que queremos: tem que ser uma construção com traços contemporâneos e que seja totalmente sustentável”, explica Zorávia.

Área do Estaleiro se candidata
Além dos locais propostos pela própria Prefeitura para abrigarem o Museu das Águas, os empreendedores do Parque do Pontal – novo nome do projeto para a área do Estaleiro Só – se candidatam a receber a instituição.
No EIA-Rima do empreendimento consta a proposta de realizar um estudo para que o Museu das Águas seja instalado no píer público que existe no espaço. Zorávia Bettiol afirma desconhecer a intenção.
Caso a proposta vingue, será uma grande ironia, já que a ideia de criar o Museu das Água surgiu em um protesto contrário à construção de edifícios no local, em 2009. “Nos opusemos ao projeto, mas hoje não veria nenhum problema em conversar. Não queremos mais briga”, reitera a artista plástica.
Apoiadores pressionam para concretização do Museu das Águas
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