Um grupo de expositores da Feira de Artesanato do Bom Fim lançou a campanha Artesanato Gaúcho: compre de quem faz. O objetivo é estimular o consumidor a dar prioridade ao produto artesanal. Há anos, os artesãos do Brique se queixam da proliferação de camelôs ao longo da José Bonifácio.
Para o expositor Paulo Eduardo Gralas, o problema é ainda mais amplo. “Não é só no Brique, na cidade inteira está acontecendo uma invasão de camelôs. Foi criado o camelódromo para resolver o problema no centro, no entanto, hoje tem camelô pra tudo quanto é lado”, afirma Paulo, um dos fundadores da Feira de Artesanato do Bom Fim, criada em 1982.
Para Rolando Romero, da Comissão da Feira de Artesanato, o objetivo é a retomada do espaço. Rolando, que expõe seus artigos em couro há 12 anos no local, acredita que o Brique está sendo descaracterizado. “Era um espaço social, cultural e de convívio, hoje não tem espaço para os artistas, porque o leito da rua está tomado por revendedores”, afirma.
O movimento iniciou há algumas semanas, em bancas do primeiro canteiro, junto à Osvaldo Aranha. Hoje são cerca de 30 bancas que exibem a faixa.
Uma das idealizadoras, Maria Amorim, diz compreender a situação dos revendedores, mas pondera: “Todos precisam trabalhar, mas são situações diferentes, nós somos produtores.” Ela elenca uma série de exigências que são feitas aos artesãos para poderem expor no local, como ter carteira de artesão, fornecida pela Fundação Gaúcha do Trabalho.
Para colocar uma banca, é preciso aguardar a abertura de novas vagas. A última seleção foi em julho de 2015. O inscrito passa por uma triagem, caso aprovado recebe uma visita da SMIC em sua oficina, para comprovar que produz seu artesanato e que utiliza a matéria-prima com a qual está cadastrado.
Para Maria, a presença dos camelôs é uma concorrência desleal. “Eu fiz triagem com marionetes e papel machê e só posso vender isso. O revendedor vende chapéu e óculos no verão e, no inverno, touca, luva e manta.” Outra desvantagem apontada por ela é que a feira de artesanato funciona na José Bonifácio somente aos finais de semana, enquanto os revendedores comercializam em qualquer ponto da cidade diariamente.
Para os expositores, a situação vem se agravando nos últimos cinco anos. Há relatos inclusive de atacadistas que encostam caminhões e distribuem produtos para os revendedores diretamente na José Bonifácio, aproveitando-se da fragilidade da fiscalização.
Atualmente a Seção de Fiscalização de Atividades Ambulantes da SMIC conta com 29 fiscais. Aos domingos, são apenas seis para cobrir toda a cidade. Quando há jogo de futebol, a situação piora. O Brique conta com 182 bancas de artesanato, 40 de artes plásticas, 10 de alimento e 70 antiquários.
Além do pouco efetivo, a Secretaria não conta mais com o apoio da Brigada Militar desde outubro de 2015, quando o convênio encerrou e não foi renovado pela BM. Sem reforço policial, não há abordagens. Resta aos poucos fiscaispassar de carro ou estacionar próximo aos camelôs. Segundo os artesãos, inibe as irregularidades, mas não resolve.
Para Paulo Grala, a solução é que a Prefeitura contrate novos fiscais. “Antigamente nós tínhamos seis fiscais só para o Brique. Não podemos penalizar o Brique e a cidade pela incompetência do poder público.”
Artesãos do Brique lançam campanha "Artesanato Gaúcho: compre de quem faz"
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