A Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle da Assembléia Legislativa aprovou ontem dois requerimentos convidando o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), João Luiz Vargas, e o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo Costa Da Camino, para prestarem esclarecimentos sobre as denúncias do auditor substituto do TCE, Aderbal Torres de Amorim. O pedido foi feito pelo presidente do órgão técnico, deputado Nelson Marchezan Jr. (PSDB). A expectativa é que Da Camino seja ouvido no próximo dia 21, e João Luiz Vargas, no dia 28 de agosto.
No dia 10 de julho deste ano, o mais antigo integrante do Tribunal disse à Comissão no Parlamento que a instituição está impregnada de irregularidades e, se deputado fosse, “não hesitaria em propor uma CPI para investigar aquela Casa”. Amorim enumerou três práticas de nepotismo utilizadas, citou elevado reembolso de diárias por parte de alguns conselheiros e a existência de exagerado número de cargos de confiança (CCs) por parte dos conselheiros, a grande maioria (seis em cada 10), segundo ele, parentes dos próprios integrantes. Ele ressaltou, ainda, que as irregularidades denunciadas em estatais e departamentos como o Detran, Daer e Banrisul “são resultado da omissão do TCE” e que possivelmente elas não ocorreriam “se o órgão entregasse menos troféus e mimos e cuidasse mais do erário público”.