Assessor de Flávio Bolsonaro tinha "conta de passagem", suspeita Coaf

A conta bancária do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro,  mostra que os maiores saques realizados por ele, em 2016, foram antecedidos de depósitos realizados “geralmente na véspera”.
Isso aponta que Queiroz não era o destinatário final do dinheiro movimentado.
“Essa movimentação é característica de uma conta de passagem, na qual o real destinatário do valor creditado não é o seu titular. O uso de dinheiro em espécie nas duas pontas da operação reforça esse indício”, aponta reportagem da Folha de S.Paulo nesta terça-feira (12), que utilizou informações que constam em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Segundo o deputado Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara, a movimentação financeira sincronizada e os saques atípicos na conta de Queiroz colocam em suspeição a versão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e de seu filho.
“Falta sintonia nas versões dos filhos de Jair Bolsonaro. Qual é a versão oficial?”, questiona o parlamentar.
Entre os dias 16 e 17 de fevereiro de 2016, por exemplo, Queiroz fez três saques de R$ 5.000 cada um, totalizando R$ 15 mil.
Antes, cinco depósitos em dinheiro vivo foram feitos em sua conta, entre os dias 15 e 17 de fevereiro, totalizando R$ 15,3 mil. Movimentação parecida volta a ocorrer nos dias 14 e 15 de junho daquele ano, com outros dois saques de de R$ 5.000 que antecederam um depósito de R$ 15,3 mil.
Segundo a reportagem, as movimentações bancárias indicam a hipótese de que Queiroz fosse responsável por recolher parcela dos salários de outros assessores do gabinete de Flávio Bolsonaro – sete, segundo o Coaf – que depois eram repassados à família.
Bolsonaro e filho alegam que o dinheiro que Queiroz enviou à família, incluindo um depósito de R$ 24 mil reais em nome da futura primeira-dama, Michelle, se refere a pagamento de um empréstimo concedido ao ex-assessor, com quem manteriam laços de amizade.
O empréstimo, no valor de R$ 40 mil, teria sido pago com dez cheques de R$ 4 mil cada. O Coaf não identificou essas movimentações. Em vez disso, apontou que o ex-assessor movimentou R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
“Se eu errei, arco com a minha responsabilidade com o Fisco sem problema nenhum”, disse Bolsonaro, no último sábado (8).

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