Autor: Elmar Bones

  • Concepa retoma Free Way com o contrato antigo

    O contrato de concessão da Free Way, há dois anos prorrogado e, finalmente, encerrado em julho, depois que a concessionária não aceitou as tarifas definidas pela agência reguladora, está em vigor novamente.
    Ou seja: os 96 quilômetros dos mais rentáveis entre os pedágios brasileiros voltam a ser administrados pela Concepa, com as mesmas tarifas.
    A decisão é do juiz  Marcelo Albernaz, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
    Ele concedeu liminar à Concepa. Há mais de ano a empresa acionou a Justiça para manter o contrato até que todas as controvérsias entre ela e a agência reguladora ANTT fossem sanadas.
    A decisão saiu agora, provavelmente, pelo clamor ante a situação da principal rota rodoviária de entrada e saída do Estado. Um repórter contou mais de 200 buracos depois de um mês sem manutenção. A perspectiva de ter uma buraqueira interminável no caminho da praia exaltou a classe média. O juiz chamou a Concepa de volta.
    A ANTT vai recorrer para derrubar a liminar ou vai aceitar a tese de findar o contrato só ao final dos litígios? A agência ainda não se pronunciou.
    A empresa anunciou que pretende retomar a rodovia já nesta segunda-feira. Seu presidente esteve em Brasília, sexta-feira.
    Como as controvérsias entre a empresa e a agência não são poucas e nem simples pode-se prever que, se a tese for aceita, a Concepa terá ganho uma nova concessão sem ter que passar pelo aborrecimento de uma licitação.  
     

  • Sem candidato do PT, primeiro debate ficou entre Ciro e Alkmin

    Pela primeira vez os candidatos à presidência da República nas eleições de outubro estiveram frente a frente no debate da TV Bandeirante que terminou na madrugada desta sexta feira. Lula o candidato do PT está preso e seu porta-voz, Fernando Haddad não foi aceito.pelos organizadores do debate.
    O formato do programa com algumas inovações ajudou no andamento do debate, que não chegou a trazer novidades, mas teve bons momentos e permitiu ver quais vão ser os embates durante a campanha e os argumentos básicos que cada vai repetir à exaustão.
    Ciro Gomes e Geraldo Alkmin foram os mais consistentes. Guilherme Boulos tem um discurso claro articulado, vai crescer talvez até surpreendentemente.Bolsonaro foi apagado, Meirelles quase caricato e Marina Silva inexpressiva. Alvaro Dias fala em refundar a República, mas não consegue explicar e o Cabo Daciolo é um fanático.
    Um resumo parcial do que se viu:
    Alkmin começou dizendo que o essencial é fazer o Brasil crescer e citou alguns itens de sua receita: abrir a economia, ampliar acordos comerciais, reduzir custo Brasil. Crescer para poder investir mais desde a educação básica até a pesquisa.  
    Marina Silva declarou-se chocada com a violência contra as mulheres e emendou com a questão do emprego, que requer investimento público. “Eu sei o que é não ter emprego”.
    Bolsonaro invocou seus 40 anos no serviço público, sendo 16 no exército. Suas providências para mudar o Brasil, se eleito.começam por “abrir o comércio, com todo o mundo e agregar valor aos produtos exportados. Para chegar a isso a economia precisa ser desburocratizada, desregulamentada. Quanto ao desemprego: é alto, o salário é pouco, mas tem muito o que fazer. O trabalhador tem que entender que mais direitos e mais empregos nem sempre combinam, às vezes para ter mais empregos tem que aceitar menos direitos.
    Boulos lembrou “que Lula está numa cela em Curitiba enquanto Temer está em Brasilia” e que sua primeira medida será, se eleito, revogar as medidas que esse governo tomou: a reforma trabalhista, os cortes no orçamento. Com apoio de um movimento Levanta Brasil vai fazer uma reforma tributária, para desonerar o trabalhador e a classe média e taxar os ricos. “Nesse país carro paga imposto, paga pedágio. Helicóptero e jatinho não pagam”.
    Meirelles começou com um boa noite “aos que estão nos ouvindo” e fez questão de se apresentar dizendo que vem do “setor privado”, foi presidente de uma “organização internacional”, todavia tem serviços prestados ao público, como presidente do Banco Central e ministro de uma fase em que foram criados 10 milhões de empregos e, agora, novamente como ministro “tiramos o Brasil da maior recessão de sua história”. Ele sabe o caminho do crescimento.
    Ciro disse que sua meta é criar dois milhões de emprego no primeiro anos, porque o emprego é um dos motores do desenvolvimento. Para destravar, vai reduzir o endividamento das familias. “São 63 milhões de brasileiros que estão no SPC”. Seu governo vai ajudar a pagar. Vai ajudar também a aliviar o setor empresarial que deve R$ 2 bilhões. Como? Vai apertar o cartel dos bancos, para que reduzam taxas, ampliem prazos. Sua assessoria levantou que há 7.500 obras públicas paradas no Brasil, ele promete fazê-las andar, assim que remover os entraves burocráticos.
    O Cabo Daciolo dirigiu-se à Nação Brasileira na condição de “militar bombeiro e servo de um Deus vivo”. Disse que “acabou, soou a hora” e ele é o enviado para transformar o Brasil no maior país do mundo. Reconheceu que sua candidatura ainda é desconhecida e pediu ao Institutos de Pesquisa que incluam seu nome na próxima, “nem que seja para dar zero”.
    A primeira pergunta foi de Boulos para Bolsonaro e ele foi direto: “Bolsonaro, que você é machista, homofóbico, que fez da política uma fonte de negócio para você e seus filhos, isso todo mundo sabe. Mas o que não se sabe é quem é a Val…quem é a Val”.
    Bolsonaro acusou o golpe: “Pensei que vinha aqui discutir questões nacionais…” Mas explicou: “A Valderez é uma funcionária, disseram que é funcionária fantasma. O Janot já me absolveu… Os filhos eu indico e se elegem, vou fazer o quê? Pior é invadir propriedade dos outros com um bando de desocupados”.
    Na réplica Boulos seguiu: “Valderez era funcionária fantasma do gabinete dele, ela e o marido cuidam dos cachorros dele em Angra dos Reis e quem paga é a Câmara, que paga também o auxilio moradia, mesmo ele tendo apartamento em Brasilia. Aprovou dois projetos e tem cinco imóveis. Você não tem vergonha? Isso é imoral.
    Bolsonaro não tinha direito a resposta, mas retrucou: “Imoral é você debater com um cidadão desqualificado”.
    A pergunta passou para Ciro que escolheu Alkmin para responder sobre a reforma trabalhista que agravou a situação do desemprego. Alkmin em tom de pregador explicou ao “conterrâneo” que o essencial é emprego e renda e que a tecnologia hoje permite produzir mais com menos gente e que a reforma trouxe uma legislaçao moderna. Imagine o Brasil tinha 17 mil sindicatos! Cinco mil eram patronais! Eram cartórios…E esfregando as mãos: “A reforma trabalhista era necessária”.
    Ciro replicou lembrando que a Alemanha uma das economias mais poderosas combina crescimento com altos salário e que no Brasil a reforma aviltou os salários que já são menores do que na China.
     

  • A novidade é Manuela

    Aos 22 anos, Manuela D’Ávila, vinda do movimento estudantil, fez quase dez mil votos e se elegeu vereadora em Porto Alegre pelo PCdoB.
    Dois anos depois estava na Câmara Federal levada por 270 mil votos, da juventude principalmente. Fez 280 mil votos na eleição seguinte, a deputada mais votada no Estado. Sofreu duas derrotas quando tentou ser prefeita de Porto Alegre, mas em 2014 foi a deputada estadual mais votada no Rio Grande do Sul.
    Agora, aos 36 anos, estará disputando a vice-presidência da República.
    As duas derrotas, em Porto Alegre, tornam-se contribuições para o seu amadurecimento político.
    Jovem, inteligente, bem humorada e bonita, ela vai chamar a atenção quando começar a aparecer na campanha eleitoral. O discurso dela é forte, articulado, sem ser radical, e sua linguagem toca as mulheres e a juventude.
    Se é possível destacar uma novidade nesta “estranha eleição”, sem dúvida é Manuela.
    Para começar ela é vice antes que o cabeça de chapa esteja definido: é Lula, mas pode  ser Haddad.

  • Lula decide e indica Manuela DÁvila para vice na chapa do PT

    A candidatura do ex-presidente Lula ainda está pendurada por uma decisão da justiça eleitoral, mas o vice na chapa do PT para a presidência da República já está definido. É a deputada gaúcha Manuela DÁvila, do PCdoB.
    Embora as negociações entre os dois partidos, aliados históricos, a decisão final foi tomada pelo próprio Lula, que da prisão em Curitiba, referendou a escolha de Manuela.
    Se Lula for realmente impedido, o candidato do PT será Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, mas a vice não muda.
    Manuela fez sua iniciação na política  estudantil. Disputou a primeira eleição em 2004 e, com pouco mais de 9 mil votos, se elegeu vereadora em Porto Alegre. Tinha 22 anos, a mais jovem na história da Câmara Municipal.
    Dois anos depois foi lançada a deputada federal, elegendo-se com mais de 270 mil votos e reelegendo-se em 2010, com mais de 280 mil votos, a mais votada entre os deputados federais gaúchos e uma das mais votadas no país.
    Concorreu à prefeitura da capital gaúcha duas vezes. Ficou em terceiro lugar na primeira, em 2008. Tentou novamente em 2012 e ficou em segundo, derrotada por José Fortunati, que venceu no primeiro turno.
    Foi a deputada estadual mais votada no Rio Grande do Sul em 2014. Defende uma ampla aliança de esquerda “para derrotar os que deram o golpe em 2016”
     
     

  • Sete partidos estão na aliança que apoia Eduardo Leite

    O ex-prefeito de Pelotas, Eduardo Leite, é o candidato do PSDB ao Palácio Piratini, tendo como vice o delegado Ranolfo Vieira Jr (PTB).
    Sete partidos, além dos tucanos, estão na coligação que apoia Leite: PTB, PP, PHS, PPS, Rede e PRB.
    No sábado, depois que o deputado Luis Carlo Heinze afirmou que aceitava concorrer ao Senado e abriu mão da campanha para o governo, o Progressistas foi o último partido a se somar a coligação.
    Na convenção do PMDB, no domingo, o vice-governador, Cairoli definiu como “palhaçada” a decisão do PP de se aliar ao PSDB, abandonando a aliança com Sartori.
    A decisão veio pela aliança nacional, que colocou a senadora Ana Amélia Lemos como vice de Geraldo Alckmin (PSDB).
    Apesar de Leite ter comparecido à convenção do Progressistas no sábado, Heinze não esteve entre os tucanos no domingo. Apoiador do deputado Jair Bolsonaro, na sexta, ele disse que havia sido “surpreendido” pela decisão de Ana Amélia e teria que pensar se deixar a disputa pelo governo.
    (Com informações do Sul21)
  • Isolamento

    ELMAR BONES
    Informação que circula na Câmara de Vereadores: antes da primeira votação, que acabou em tumulto, até com bombas de gás dentro do legislativo, o prefeito Nelson Marchezan procurou o deputado Carlos Gomes, presidente estadual do PRB, para garantir os dois votos que o partido tem na Câmara.
    Recebeu como resposta que teria que mudar o projeto. Não mudou, perdeu com os votos contra dos pastores do PRB, mas também de gente da base como  Monica Leal e  Cassiá Carpes (PP).
    Na semana seguinte a prefeitura exonerou alguns ccs ligados aos PRB e isso foi interpretado como represália.
    Esse episódio é citado como exemplo da conduta que levou o prefeito a uma situação de isolamento no parlamento municipal. Na quarta-feira, seus aliados tiveram que retirar o quorum para evitar uma nova derrota.
    A pouco mais de 60 dias das eleições e com 20 vereadores em campanha, são raros, lá dentro, os que ainda acreditam que Marchezan consiga aprovar os projetos que tramitam em regime de urgência.
    Inclusive o IPTU, que é a cereja do bolo. Esse parece mais distante, porque tem resistência até entre os vereadores da base.

  • Magliani e outros "Improváveis" na Pinacoteca Aldo Locatelli

    Nesta quinta-feira, 2, serão abertas na Pinacoteca Aldo Locatelli, porão do Paço dos Açorianos, três novas exposições cujo foco é a emergência de artistas a partir da luta cotidiana para potencializar os próprios talentos, superando dificuldades e conquistando espaços no sistema das artes.
    Com curadoria de Charlene Cabral, a Pinacoteca receberá a exposição dos artistas selecionados pelo Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea 2018.
    O certame, que está na segunda edição, visa a apoiar e incentivar artistas em início de carreira.
    Na Sala da Fonte, será apresentada a exposição Desenhos Esquemáticos, com trabalhos do porto-alegrense Leandro Machado.
    Vencedor da edição 2017 do Prêmio Aliança Francesa, Leandro foi contemplado na ocasião com o prêmio-viagem, desenvolvendo uma residência artística de dois meses no Centre Intermondes, em La Rochelle, França.
    Nascido em 1970, o artista utiliza como referência o seu entorno, elementos do cotidiano e tudo o que encontra pelo caminho como matéria-prima para criação.
    A terceira exposição, intitulada Improváveis – A Força da Vocação Num Universo de Impossibilidades, apresenta um conjunto de obras da Pinacoteca Aldo Locatelli e da Pinacoteca Ruben Berta. Para um dos curadores, Luiz Mariano Figueira, o adágio popular o que não nos mata nos torna mais forte é a síntese da trajetória dos artistas que compõem esta exposição.
    ” Vieram de um meio onde o imperativo principal era a sobrevivência econômica e a maioria não teve acesso a uma educação e/ou formação no campo das artes. São autodidatas (naïfs) que aprenderam sozinhos a caminhar no céu”, completa Luiz Mariano Figueira.
    Artistas participantes da mostra Improváveis
    Antonio Cândido de Menezes (Porto Alegre, 1828 – 1908)
    Batista da Costa (Itaguaí/RJ, 1865 – Rio de Janeiro, 1926)
    Dimitris Anagnostopoulos (Grécia, 1930 – Porto Alegre, 1991)
    Garcia (sem dados biográficos)
    Guma (Tapes, 1924 – Porto Alegre, 2008)
    J.Altair (Porto Alegre, 1934 – 2013) / João Alves (Ipirá/Bahia, 1906 – Salvador, 1970)
    Magliani (Pelotas, 1946 – Rio de Janeiro, 2012)
    Manabu Mabe (Japão, 1924 – São Paulo, 1997)
    Manezinho Araújo (Pernambuco, 1910 – São Paulo, 1993)
    Otacílio Camilo (Porto Alegre, 1959 – 1989) / Paulo Chimendes (Rosário do Sul, 1955)

  • Ressaca

    Num momento de crise profunda todas as expectativas de um país sem rumo se concentram nas eleições marcadas para 7 de outubro.
    Em princípio, todo o poder político estará em disputa.
    Do presidente da República, passando por dois terços dos senadores, todos os deputados federais, deputados estaduais e governadores. Todos estarão, teoricamente, sob o crivo do voto.
    É uma eleição cheia de paradoxos.
    O nome mais citado nas pesquisas de intenção de voto não estará nas urnas. Estará na cadeia.
    Da cadeia, ele terá uma influência decisiva na escolha do novo presidente.
    Assim como, também da cadeia, outras influências (de Eduardo Cunha, por exemplo) poderão ser decisivas na composição do congresso.
    É a eleição em que a população mais espera renovação, mas é a que menos chance dá às caras novas.
    Pelo que dizem as pesquisas, o eleitor irá às urnas disposto a varrer os corruptos, mas a maioria acabará votando inocentemente num deles, pois esta será provavelmente a eleição com o maior número de corruptos candidatos, em tempos recentes.
    No Rio de Janeiro, que é de certo modo um espelho do Brasil, cinco dos candidatos ao governo do Estado respondem a processos por corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação  de impostos. Um deles, Anthony Garotinho, já esteve preso três vezes por compra de votos.
    Ou seja, essa eleição de tantas e tamanhas expectativas tem tudo para ser uma grande frustração nacional. Imprevisível será a ressaca.

  • Bombas de gás na Câmara de Vereadores levaram mais de 30 intoxicados ao ambulatório

    A médica Rosa Hartzen do ambulatório da Câmara de Porto Alegre confirmou ao JÁ que “mais de trinta pessoas foram atendidas” na quarta-feira, 11, quando uma tropa  de choque usou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra manifestantes dentro do legislativo municipal.
    O número não é exato porque não houve condições operacionais para fazer o registro dos atendimentos, segundo a médica. “De repente, isso aqui encheu de gente, um espaço pequeno, as pessoas bem desesperadas”.
    A maioria precisava apenas respirar ar puro e um copo dágua. Mas alguns precisaram medicação e em dois casos, de pessoas asmática, a crise de insuficiência respiratória foi severa. “Foi uma coisa bem grave”, diz a médica.
    Ela contou três estouros de bombas. Era um dia frio, portas e janelas estavam fechadas. Muitos dos atingidos foram funcionários do legislativo. “Eles jogaram no térreo, o gás subiu e desceu pelas escadas, inundando o prédio”.
    A porta de vidro do corredor que leva ao ambulatório estava fechada, por isso ali foi um dos poucos pontos os aonde o gás não chegou. “Jogar bombas de gás em ambiente fechado é um perigo enorme. Pessoas que tem doenças respiratórias, bronquite ou asma, podem ter um choque fatal”. A médica define o episódio como “lamentável para a história da democracia em Porto Alegre”.
    Um outro episódio ilustra a violência. Um grupo de manifestantes que ficou encurralado. Sairam do plenário, não conseguiram descer, porque o choque vinha subindo, se refugiaram no banheiro. “Eram 15 mulheres e um homem, ficamos trancados, sem ventilação.. Quando a gente abria a porta para sair, eles jogavam spray de pimenta”, conta Marilia dos Santos Iglesias, funcionária do HPS, que estava no grupo.
    Ela e outras oito pessoas que estavam no grupo fizeram um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil, por cárcere privado, constrangimento ilegal e lesão corporal. Ela disse que levou uma coronhada na cabeça.
    Violência sem precedentes
    Foi a inversão da pauta de votações, urdida às 11 horas da manhã, que  naquela quarta-feira acirrou os ânimos dos funcionários municipais, que resistem aos projetos do prefeito.
    Quando a sessão começou às 14 horas o clima já era tenso. Em votação o projeto que retira benefícios que o Plano de Carreira garante aos municipários.
    O presidente da Câmara mandou trancar os portões e distribuir senhas para acesso ao plenário. Havia mais de mil funcionários na frente, foram distribuidas 115 senhas. Em pouco tempo a situação foi saindo do controle, até que,  temendo que a Guarda Municipal não conseguisse dar conta, o presidente da Câmara, Valter Nagelstein pediu reforço do Pelotão de Operações Especiais, o pelotão de choque da Brigada Militar.
    O POE entrou pela garagem por volta das 15 horas. As 17 horas e pouco, a situação se descontrolou no plenário e Nagelstein suspendeu a sessão por falta de segurança.
    O choque, que estava na garagem entrou pelo térreo e o tumulto se generalizou. Segundo os vereadores mais experientes “nem no tempo da ditadura havia acontecido uma coisa dessas”.
    O episódio completou uma semana nesta quarta-feira, sob silêncio total embora os fatos não tenham sido minimamente esclarecidos.
     

  • Documentários de Joaquim Pedro de Andrade no Museu Iberê Camargo

    No próximo fim de semana, dias 21 e 22 de julho (sábado e domingo), a Fundação Iberê Camargo apresenta uma programação com oficina de escultura para crianças, no sábado, e o Cine Iberê no domingo, com exibição de dois documentários do cineasta Joaquim Pedro de Andrade.
    No sábado, dia 21, às 15h, o Programa Educativo oferece a oficina de escultura Inventando Inutensílios.
    Destinada a crianças entre 8 e 12 anos, a oficina explora os significados das palavras e das coisas e encoraja os participantes a expressar a inventividade para criar esculturas inspiradas em objetos já conhecidos, buscando outros olhares e atribuindo-lhes novos sentidos.
    As inscrições são gratuitas pelo link http://goo.gl/forms/Svp61Cq3zdOPo6EB2  e a atividade tem como ingresso a doação de uma caixa de leite limpa e vazia, para uso nas atividades do Programa.
    No domingo, dia 22, às 16h, o Cine Iberê exibe Couro de Gato (1961) e Brasília: contradições de uma cidade nova (1967) – filmes do cineasta Joaquim Pedro de Andrade, considerado por muitos como o mais autêntico precursor do Cinema Novo.
    A sessão única e gratuita será comentada pelo sociólogo, professor e doutor em Planejamento Urbano, Eber Marzulo.
    A exibição dialoga com a exposição Moderna para Sempre – fotografia modernista brasileira na Coleção Itaú Cultural, em cartaz na Fundação. A curadoria do Cine Iberê é de Marta Biavaschi.
    Com extrema originalidade para tratar os problemas brasileiros, os filmes de Joaquim Pedro de Andrade sobrevivem à mudança dos tempos.
    Em Couro de Gato, o cineasta faz uma observação social contundente, que se une à vertente política de um embrionário Cinema Novo, em um exercício de realismo lírico, síntese de ficção e documentário.
    O filme retrata as peripécias de um grupo de garotos da favela que, por necessidade, roubas gatos para vender seu couro para a fabricação de pandeiros e tamborins para o Carnaval.
    O documentário mostra várias situações em que os gatos são alimentados e capturados. Um dos garotos rouba um gato angorá de uma madame, brinca e divide a sua comida com ele.
    Ele hesita em vendê-lo para o fabricante de tamborins, mas a fome se torna maior que a afeição ao gato.
    Com fotografia de Mario Carneiro, o filme integrou, em 1962, o longa-metragem de episódios Cinco vezes Favela – filme fundador do movimento Cinema Novo no Brasil –, e recebeu o Primeiro prêmio no Festival de Sestri-Levante – Itália, a Menção especial no Festival de Oberhausen (1962), o Prêmio Francisco Serrador, e o Prêmio Governador da Guanabara.
    Em 1995, o filme foi escolhido entre os cem curtas mais importantes que integraram a Mostra Um Século de Curtas, promovida pelo Festival de Clermont-Ferrand, na França.
    Em Brasília: contradições de uma cidade nova, o cineasta apresenta imagens da Capital do País em seu sexto ano de existência e entrevistas com seus diferentes habitantes.
    Uma pergunta estrutura o documentário: uma cidade inteiramente planejada, criada em nome do desenvolvimento nacional e da democratização da sociedade, poderia reproduzir as desigualdades e a opressão existentes em outras regiões do país?
    Com fotografia de Affonso Beato, colaboração no roteiro de Jean-Claude Bernardet e narração de Ferreira Gullar, o filme recebeu o Prêmio Menção Honrosa ao Diretor no Festival de Brasília,1967.
    Joaquim Pedro de Andrade (1932 – 1988) foi diretor de cinema e roteirista, integrante do movimento Cinema Novo.
    Entre 1961 e 1962, dedicou-se aos estudos de cinema em Paris e em Nova York, onde teve aulas de técnicas de cinema direto com os irmãos Albert e David Maysles.
    Entre seus mais importantes filmes, estão: Garrincha Alegria do Povo (1963), O Padre e a Moça (1965), Cinema Novo(1967), Macunaíma (1969), A linguagem da persuasão (1970), Os inconfidentes (1972), Guerra conjugal(1975), O Aleijadinho (1978) e O Homem do Pau- Brasil (1981).
    Eber Marzulo é graduado em Ciências Sociais pela UFRGS, Mestre em Planejamento Urbano e Regional pela UFRGS e Doutor em Planejamento Urbano e Regional pela UFRJ. Sua tese de doutorado é sobre identidade social e territorialidade na modernidade tardia. É professor da UFRGS, nos departamentos de Planejamento Urbano e Regional da Faculdade de Arquitetura e de Desenvolvimento Rural da Faculdade de Ciências Econômicas. Coordena o Grupo de Pesquisa Identidade e Território, com pesquisa em identidade e território / imagem e território.
    A Fundação Iberê Camargo tem o patrocínio de  ItaúGrupo GPSIBMOleoplanAgibankBTG PactualBanrisul e apoio SLC Agrícola, Sulgás e DLL Group, com realização e financiamento do Ministério da Cultura / Governo Federal. A Traduzca e a Alves Tegam apoiam a exposição As Durações do Rastro.

    Serviço:

    Fim de semana na Fundação Iberê Camargo – programação

    Sábado, 21 de julho:
    Das 14h às 19h – visitação às exposições Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural e As Durações do Rastro – A fotografia de Jordi Burch frente à arquitetura de Álvaro Siza Vieira
    15h – Inventando Inutensílios | Oficina de escultura para crianças de 8 a 12 anos – Inscrições pelo link: http://goo.gl/forms/Svp61Cq3zdOPo6EB2. A atividade tem como ingresso a doação de uma caixa de leite limpa e vazia, para uso nas atividades do Programa Educativo.  Informações: (51)32478001 ou educativo@iberecamargo.org.br
    Domingo, 22 de julho:
    Das 14h às 19h – visitação às exposições Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural e As Durações do Rastro – A fotografia de Jordi Burch frente à arquitetura de Álvaro Siza Vieira
    16h – Cine Iberê – Couro de Gato (14min, 1961, Brasil) e Brasília: contradições de uma cidade nova (23min, 1967, Brasil), de Joaquim Pedro de Andrade – sessão única e comentada por Eber Marzulo. Entrada franca por ordem de chegada  | Classificação indicativa: 12 anos
     
    Exposição As Durações do Rastro – A fotografia de Jordi Burch frente à arquitetura de Álvaro Siza Vieira
    Exposição de fotografias de Jordi Burch
    Curadoria: Verônica Stigger
    Local: 4º andar
    Período de exibição: de 16 de junho a 5 de agosto de 2018
    Classificação indicativa: Livre
     
    Exposição Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural
    Curadoria: Iatã Cannabrava
    Local: 2º e 3º andares
    Período de exibição: de 19 de maio a 29 de julho de 2018 – EXPOSIÇÃO PRORROGADA
    Classificação indicativa: Livre
     
    Visitação: sábados e domingos, das 14h às 19h (último acesso às 18h45min). De quarta a domingo, a Fundação Iberê Camargo também atende a grupos agendados. Para fazer um agendamento, basta ligar para o Programa Educativo – 51 3247 8000
    ENTRADA FRANCA
    Endereço: Fundação Iberê Camargo – Avenida Padre Cacique, 2000
    Como chegar:
    A Fundação Iberê dispõe de estacionamento pago, operado pela Safe Park.
    As linhas regulares de lotação que vão até a Zona Sul de Porto Alegre param em frente ao prédio, assim como as linhas de ônibus Serraria 179 e Serraria 179.5. É possível tomá-las a partir do centro da cidade ou em frente ao shopping Praia de Belas. O retorno pode ser feito a partir do Barra Shopping Sul, por onde passam diversas linhas de ônibus com destino a outros pontos da cidade.
    Pedestres e Ciclistas: existe uma passagem para que pedestres e ciclistas possam atravessar a via em segurança. A passarela é acessada pelo portão de entrada do estacionamento. A Fundação também dispõe de um bicicletário, localizado nos fundos do prédio.