Autor: Higino Barros

  • As cidades brasileiras são temas de discussões no Memorial Luís Carlos Prestes

    Higino Barros
    O local é icônico: o Memorial Luiz Carlos Prestes, próximo da orla do Guaíba, última obra projetada por um dos maiores arquitetos do mundo, o comunista Oscar Niemeyer. Os temas a serem discutidos fazem justiça e dialogam com o legado e a memória de Prestes e Niemeyer: memória cultural e física das metrópoles, uso social do espaço urbano, e o pensar um projeto para as cidades brasileiras, entre outros temas importantes.
    Tudo isso acontece nessa quarta-feira, 08/11, na Edvaldo Pereira Paiva, 1527, durante o Seminário “Olhares sobre a Cidade”, das 13h30 às 21h. Na apresentação do evento, seus organizadores afirmam que “o Seminário Olhares Sobre a Cidade é um fórum de reflexão sobre o desenvolvimento urbano socialmente justo, inclusivo, democrático e sustentável das cidades”.

    Professora Ermínia Maricato fala ao público às 18h30 / Reprodução

    A grande atração do evento é a presença e a palestra da professora Ermínia Maricato, apresentando e debatendo o “Projeto Brasil Cidades”. Professora universitária, pesquisadora acadêmica, ativista política e referência no tema, a presença de Ermínia será aproveitada para o lançamento de núcleo no Rio Grande do Sul, que se integra à uma rede de discussão formada em todo o País.
     
    Quatro mesas
    A primeira mesa da tarde, às 14h30, tem a curadoria da arquiteta Ester Meyer e como tema “Registro e Memória da Cidade”. Os palestrantes são o professor arquiteto e urbanista Günter Weimer, falando sobre “Porto Alegre em três tempos” e a artista plástica, professora e pesquisadora Maria Ivone dos Santos, falando sobre “Porto Alegre e o Guaíba: ambiência de muitas águas”.
    A segunda mesa, às 15h30, aborda o tema “Planejamento da Cidade – uso social do espaço urbano”. Os palestrantes são o arquiteto e o urbanista Rafael Passos e o arquiteto e urbanista, André Huyer.
    A terceira mesa, às 16h30, versa sobre “Os impactos da Lei de Conversão – 12/2017- Regulação Fundiária urbana e rural”. O arquiteto e urbanista Patryck Carvalho e a Promotora de Justiça, Débora Menegat, são os palestrantes.
    A última mesa, terá a palestra de Ermínia Maricato, às 18h30, sobre o tema “Projeto Brasil Cidade”.
    O evento é promovido pelo SAERGS e conta com patrocínio do CAU/RS e apoio da FNA, IAB RS e Memorial Luiz Carlos Prestes.

  • “A cabeça de Gumercindo Saraiva”: Tabajara Ruas filma um western em terras gaúchas

    Higino Barros
    As paisagens de Cambará do Sul serviram de cenário essa semana para as filmagens do longa metragem “A Cabeça de Gumercindo Saraiva”, uma realização da Walper Ruas Produções, com direção e roteiro de Tabajara Ruas. O diretor do filme, Tabajara Ruas, respondeu ao JÁ quatro perguntas sobre a obra:
    Já – O que representa “A Cabeça de Gumercindo”, na sua carreira como cineasta?
    Ruas – A Cabeça de Gumercindo Saraiva tem uma importância diferente: foi um projeto bem pessoal, o roteiro eu escrevi a partir de uma legenda gaúcha, que é o Gumercindo Saraiva. Ele realmente foi morto em uma tocaia, teve a cabeça decepada e enviada ao Governador que não quis recebê-la. Não se sabe o que foi feito desta cabeça.
    Aí entra a ficção, aí entra a história que criei: o major paulista Ramiro de Oliveira, a quem foi confiada a missão, parte para a Capital carregando a cabeça, saindo no noroeste do RS, com uma pequena vanguarda de mais dois oficiais. O filho de Francisco, instado pelo tio Aparício, sai atrás do trio, com um grupo de mais 5 rebeldes, na tentativa de resgatar a cabeça, numa perseguição que cruza o Estado.
    Episódios de aproximação e afastamento entre perseguidor e perseguido, confrontos e desafios num duelo de vontades movem os dois líderes até o encontro final em Porto Alegre. Fica aqui a dúvida: o que será feito da cabeça? No filme apresento a minha versão.
    O roteiro ganhou o concurso Prodecine 01, do fundo setorial do Audiovisual em 2013, sendo um dos 22 contemplados entre 142 inscritos e o único da região sul. E eu fiquei muito feliz, porque os analistas elogiaram muito o roteiro, dizendo entre outras coisas, que transpunha à perfeição o gênero western a uma situação histórica de nosso País.
    JÁ – O que difere e o que coincide com as obras anteriores?
    – Meus filmes anteriores “Netto perde sua alma”, “Netto e o domador de cavalos” e “Os Senhores da guerra” eram produções épicas, gigantescas, com batalhas a cavalo, muitos figurantes.
    Este filme é mais contido, tem cenas de ação e luta, mas com pouca gente. Então é mais simples no modo de fazer. Por outro lado, aposta mais na dramaturgia, nos personagens que são mais densos, mais cheios de nuances.
    Mas é também um filme de época, baseado em fatos históricos. Gostamos de fazer estes filmes, eles têm permanência, mostram nossa História de uma forma que a aproxima do público. Nossos heróis surgem de carne e osso, tem emoções, se movimentam. E contam uma história que daqui a cem anos vai fazer o mesmo sentido que agora.
    JÁ – Como é fazer cinema no Brasil, tão conturbado, de hoje.
    – Fazer cinema no Brasil continua sendo um desafio. Resolvemos boa parte do problema de produção, com a Ancine, o FSA, as políticas de Lei do Audiovisual. Mas ainda não temos público, não soubemos trazê-lo de volta para as salas de exibição. Por isso sempre digo que fazemos produtos audiovisuais, para que depois da estreia no cinema passem na TV. Netto perde sua alma e Netto e o domador de cavalos tiveram milhões de espectadores nas exibições que tiveram, após 5 anos em cartaz no Canal Brasil. E até hoje, mesmo assim, seguem sendo exibidos nas escolas de todo Estado a cada época da semana farroupilha.
    JÁ – Como se chegou ao nome do filme? Ele remete ao “Traga-me a cabeça de Alfredo Garcia”; do Sam Peckinpah.
    – A história deste filme é baseada na novela “Gumercindo”, lançada ano passado pela Besouro Box. Mas no filme, mantivemos o nome do ensaio que me inspirou a escrever este livro, que é “A cabeça de Gumercindo Saraiva”, que escrevi com o Elmar Bones nos idos de 1997. O ensaio foi o livro mais vendido da Feira do Livro de Porto Alegre naquele ano, teve edição também no Uruguai, e o prefácio foi do então presidente uruguaio Sanguinetti. Mas todo mundo achou que o nome era forte, por isso buscamos manter. Falei com o Elmar e ele concordou em usarmos “A cabeça de Gumercindo Saraiva” como título do filme.
    Cenários no interior
    Os parques nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral se transformaram no set de filmagens da produção que mostrará para o mundo as belas paisagens do local. Entre elas, o magnífico Cânion da Fortaleza e a deslumbrante cachoeira do Tigre Preto. Tudo isso, para emoldurar a história que acontece no final da revolução federalista de 1893.
    Nesta fase, está sendo utilizado um drone que ajudará a registrar com mais impacto a trama que percorre vários municípios gaúchos. O filme mostra a epopeia do capitão maragato Francisco Saraiva e cinco cavalheiros numa exasperante caçada para resgatar a cabeça de Gumercindo Saraiva, cortada pelos legalistas e levada como troféu ao governador Júlio de Castilhos, pelo major Ramiro.
    No fim desta semana as filmagens seguem para Gravataí. A catedral de São Miguel das Missões; o Theatro e também o Hospital São Pedro, em Porto Alegre, também serão cenários desta aventura.
     
     
     
     
     

  • Paulo Dorfman e Franciele Pereira são atrações do show "Da Bossa ao Jazz", no Chapéu Acústico

    Paulo Dorfman e Franciele Pereira, no show “Da Bossa ao Jazz” são os convidados do projeto Chapéu Acústico, na terça-feira, 24, na Biblioteca Pública do Estado (BPE). A apresentação ocorre às 19h, no Salão Mourisco, com entrada gratuita ou mediante contribuição espontânea.
    Natural de Porto Alegre e vindo de uma família muito ligada às artes, Dorfman é formado pela Ufrgs e pela Yamaha Foundation, com mestrado em educação musical. Pianista e maestro, tem muitas de suas músicas gravadas, tendo composto obras sinfônicas, executadas pela Ospa, Orquestra da Unisinos e do Theatro São Pedro.
    Foi o mentor, maestro e arranjador da lendária big band OPPA – Orquestra Popular de Porto Alegre. Músico de importância no cenário da música instrumental, especialmente da capital gaúcha, foi homenageado no primeiro Porto Alegre Jazz Festival.
    Franciele Pereira canta desde os sete anos e tem origem na música gospel. Formou-se em Música no IPA e cursa Fonoaudiologia no La Salle. Cantora de amplos recursos, interpreta vários estilos com fluência e criatividade. Seu repertório inclui musicas brasileiras, como Dolores Duran e do jazz.
    Chapéu Acústico
    Idealizado pelo fotógrafo e produtor Marcos Monteiro, o projeto vem, desde setembro de 2016, movimentando o Salão Mourisco da BPE – instituição da Secretaria da Cultura, Turismo, Esportes e Lazer (Sedactel) – com performances de grandes nomes do cenário musical gaúcho, entre instrumentistas de formação jazzística e cantores(as).
    A ideia surgiu da vontade de desenvolver atividades musicais sem depender de verba pública ou privada, com a parceria de artistas dispostos a movimentar a cena. A ação se dá sem cobrança de ingressos, usando o chapéu como forma de arrecadação.
    Serviço:
    Dia: 24 de outubro de 2017 (terça-feira);
    Hora: 19h;
    Local: Salão Mourisco da Biblioteca Pública do Estado/BPE (Riachuelo, 1190).
     

  • Grupo de artistas de Porto Alegre homenageia o centenário da chilena Violeta Parra, no Memorial da AL

    HIGINO BARROS
    Artista chilena mais conhecida no Brasil, a compositora Violeta del Carmen Parra Sandoval, recebe uma grande homenagem em Porto Alegre nessa quarta-feira, 04, pelo centenário de seu nascimento ocorrido em outubro de 1917. Um grupo de artistas gaúchos, argentino e chileno faz show, no Memorial da Assembleia Legislativa, com entrada franca, na rua Duque de Caxias, 1029, às 18h, cantando suas composições, entre elas “Gracias la Vida”, Volver a los 17″ “Casamiento de Negros”, “Que pena siente el alma” e “Rin de Angelito”, entre outras.
    O Rio Grande do Sul é um dos lugares com maior presença de chilenos no Brasil, grande parte deles vindo para cá, após o golpe militar que derrubou o presidente Salvador Allende, nos anos 1970. Muitos brasileiros também se refugiaram no Chile, depois do golpe militar no Brasil, em 1964.
    As canções de Violeta Parra foram popularizadas em território brasileiro, a partir dos anos 1980, principalmente, através de gravações de Milton Nascimento e Chico Buarque de Holanda, além da argentina Mercedes Sosa. No sul, músicos locais desenvolveram trabalhos conjuntos com músicos chilenos, incorporando em seus repertórios composições de Violeta Parra e Victor Jara, principalmente.
    Queremos mais?
    O cantor e compositor Raul Ellwanger, um dos artistas que se apresentará na homenagem gaúcha escreveu sobre o evento:
    “Poeta, compositora, letrista, pesquisadora, ativista cultural, artista plástica, feminista avant la lettre, política, independente, namoradeira, cozinheira, camponesa paupérrima, migrante econômica, mística socialista, de faca na bota, geratriz de um clã cultural – queremos mais?”.
    Os artistas que fazem a homenagem à Violeta Parra são: Maria Luiza Benitez, Daniel Torres, Grupo Sikuris, Lota Moncada, Martin Coplas, Nora Blanchet, Raul Ellwanger e Matias Carlucci.
    A iniciativa tem o apoio da presidência da Assembleia Legislativa, do Consulado Geral de Chile e a participação da comunidade chilena em Porto Alegre.
    SERVIÇO
    100 anos de Violeta.
    Quarta-feira- dia 04 de outubro.
    Memorial da Assembleia Legislativa.
    Rua Duque de Caxias – 1029.
    18 Horas.
    Entrada franca.

  • Ospa dá boas vindas à Primavera, depois de seis anos sem se apresentar no Jardim Botânico

    A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) dá as boas-vindas à nova estação em grande estilo. Depois de seis anos sem apresentar concertos no Jardim Botânico da Capital gaúcha, a Ospa, em parceria com a Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) ), realiza o tradicional Concerto de Primavera de volta ao local.
    No dia 1º de outubro, domingo, às 18h, o maestro Evandro Matté conduz os músicos, ao ar livre, em um programa repleto de trechos de óperas, danças e obras relacionadas a esta época do ano. O evento é aberto ao público, tem entrada franca e conta com os solos de Raquel Fortes (soprano) e André Carrara (pianista).
    O maestro Evandro Matté, que é também diretor artístico da Ospa, comenta a importância do concerto na Temporada 2017: “Entre as grandes orquestras do Brasil, a Ospa é uma das que mantêm uma programação mais diversificada. Realizamos concertos em vários locais da cidade e do Estado, abrangendo diferentes públicos. Nada mais sintonizado com nosso perfil do que retornar a um espaço tão importante e querido de Porto Alegre – o Jardim Botânico -, em um grande evento ao ar livre”.

    O Programa
    Ospa celebra nova estação
    Duas obras que retratam a Primavera integram o repertório da apresentação. Uma delas é Vozes da Primavera, valsa de Johann Strauss II (1825-1899), e a outra é “Primavera Porteña” de Astor Piazzolla (1921-1992) – parte do conjunto “Quatro Estações Portenhas” do compositor argentino. Desse grupo de obras, a orquestra também toca “Invierno Porteño”.
    O famoso primeiro movimento da Sinfonia nº 5 de Ludwig van Beethoven (1770-1827) é uma das primeiras atrações do fim de tarde. Óperas de Giuseppe Verdi (1813-1901) serão homenageadas – as Aberturas de “La Forza del Destino” e de “Nabucco” estão na lista, além de “Caro Nome, ária de “Rigoletto”. Raquel Fortes faz os solos dessa última, encarnando a personagem Gilda. A soprano participa, ainda, da interpretação da famosa ária “A Rainha da Noite de “A Flauta Mágica”, ópera de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791).
    A música latino-americana não fica de fora da seleção. A dançante “Malambo”, parte da “Suite Estancia” do argentino Alberto Ginastera (1916-1983), e o “Tico-tico no Fubá” de Zequinha de Abreu (1880-1935) (Arranjo: Jambere), uma das melodias símbolo da música brasileira, aparecem no programa. André Carrara, pianista da Ospa, faz uma participação especial como solista desta última obra.

    Concerto de Primavera da Ospa
    Quando: Dia 1º de outubro de 2017, domingo
    Horário: 18h
     
    ENTRADA FRANCA
     
    PROGRAMA
    Giuseppe Verdi: Abertura de “La Forza del Destino”
    Ludwig van Beethoven: Sinfonia nº 5 (1º Movimento)
    Giuseppe Verdi: Abertura de “Nabucco”
    Giuseppe Verdi: “Caro Nome”, da ópera “Rigoletto”
    Johann Strauss II: Vozes da Primavera
    Astor Piazzolla (Arr.: José Bragato): Invierno Porteño e Primavera Porteña
    Wolfgang Amadeus Mozart: “Rainha da Noite”, da ópera “A Flauta Mágica”
    Alberto Ginastera: Malambo
    Zequinha de Abreu (Arr.: Jambere): Tico-tico no Fubá
    Regente: Evandro Matté (Brasil)
    Solistas: Raquel Fortes (soprano) e André Carrara (piano)
  • Raul Ellwanger lança “Luar” e “Portuñol” em formato digital, no Clube de Cultura

    Higino Barros
    Raul Ellwanger é um dos músicos de maior projeção do Rio Grande do Sul. Suas composições foram gravadas por artistas da estirpe de Elis Regina, Mercedes Sosa, Beth Carvalho e por grandes músicos gaúchos, como Cenair Maicá e Renato Borghetti. Nessa sexta feira, 29/09, ele promove a apresentação dos discos “Luar” e “Portuñol” em formato digital e os originais em vinil, agora publicados em CD com envelope cartão. A função acontece no Clube de Cultura, às 19h.

    Divulgação

    Nos dois trabalhos, com 33 canções, aparecem participações especiais de Beth Carvalho, De Santana, Fafá de Belém e Numa Moraes, além do auxílio luxuoso, nos arranjos, de Dado Jaeger, Jota Moraes, Ivan Lins e Pedro Figueiredo.
    As capas dos vinis são de Luiz A. Catafesto, Assis Hoffman, Luiz Jakka e Santiago Ellwanger e, segundo Raul, os discos serão vendidos a preços “muy simpáticos”, o bar do Clube de Cultura estará funcionando e o microfone aberto para canjas, papos e poemas.
    Abaixo, as respostas de Raul Ellwanger para três perguntas feitas pelo JÁ Porto Alegre:
    JÁ – Faz um resumo da tua trajetória:
    Raul: Comecei em 1966, em show no Direito da PUC. Logo, fui para festivais da Arquitetura e TV Gaúcha, além de finalista no RJ. Interrupção por dez anos, devido à clandestinidade, perseguição política e exílio forçado.
    O que significa estes dois discos na tua carreira?
    R: “Portuñol” foi feito no mesmo semestre de “La Cuca del Hombre” (Argentina) e Gaudério (Brasil), que foram exercícios de perceber e plasmar a possibilidade de uma linguagem fraterna entre nossos países. Foram um salto grande na minha posição, nos ambientes respectivos.
    Como vê o cenário musical gaúcho?
    R: Muito criativo, no que depender dos músicos. Clandestino, no que depender da mídia corrupta e estrangeirizante. Juliano Barreto e Ana Lonardi, por exemplo, são excelentes, mas vivem ocultos.
    Discos saíram originalmente em vinil / Divulgação

    SERVIÇO
    Lançamento dos discos “Luar” e “Portuñol” em formato digital e com cds com envelope cartão.
    Local: Clube de Cultura, Rua Ramiro Barcelos- 1853.
    Data: sexta-feira, 29 de setembro, às 19 horas.
     

  • Fotos e pinturas em recursos figurativos na mostra de Marcos Monteiro e Pena Cabreira

    A mostra “S:O.M – Olhar Musical”, nasce do encontro de dois artistas e grandes amigos que se reúnem em torno de um tema caro aos dois, a música. Com o desafio de dar materialidade a esta paixão abstrata, Marcos Monteiro e Pena Cabreira utilizam-se dos recursos figurativos que dominam: fotos e pinturas.
    Segundo o material de divulgação, Marcos Monteiro capta, através de seus instantâneos rigorosamente enquadrados, a intimidade dos músicos, os momentos de profunda concentração e prazer que a arte proporciona aos que a executam com delicada obsessão. “A técnica educada e o olhar intuitivo de Marcos resultam em uma composição geométrica precisa que jamais trai a sua sensibilidade. Suas fotos são a combinação irretocável de beleza e emoção”, afirma o texto.
    Forma de expressão

    Desenho de Pena Cabreira / Divulgação

    Pena Cabreira é um desenhista obstinado que tem na imprecisão a sua melhor forma de expressão. “Combinando técnica com intuição, ele busca na agilidade de execução uma espontaneidade que imprime na obra um resultado de forte carga emotiva. Suas releituras de instrumentistas trazem o frescor do momento da execução musical. Suas mãos representadas graficamente não existem na anatomia humana, mas possuem uma liberdade gráfica vital à composição. O traço ágil e original de Cabreira assimila o possível erro e o torna belo e necessário ao desenho”, explica o texto de divulgação.
    Igualmente dinâmico é o modelo de comercialização das obras: além do formato convencional (entrega dos originais expostos após a mostra), as reproduções (impressão fine art  – qualidade museológica) em papel artístico e tiragem limitada, serão vendidas, autografadas e entregues presencialmente. Este modelo permite a aquisição imediata de peças de alta qualidade técnica em um valor bem mais acessível.
    SERVIÇO

    Serviço: S:O.M. (Série:Olhar Musical)

    Quando: terça-feira (19), às 19h. Visitação de 21 de setembro a 21 de outubro

    Local: Sala O Arquipélago, Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, na Rua dos Andradas, 1223, no Centro Histórico de Porto Alegre.
     

  • Origem do gaúcho é em terras do Uruguai e do Rio Grande do sul, aponta livro de Fernando Cacciatore

    Num período cheio de comemorações de façanhas – A Semana Farroupilha – um livro vem acrescentar uma polêmica no tema ‘a origem do gaúcho’. Ao contrário do que proclama o senso comum, sua origem não é na Argentina e sim em terras uruguaias e do Rio Grande do Sul. A tese é do embaixador Fernando Cacciatore e o lançamento do livro será na próxima terça-feira, 19/09, às 19h30, na Pinacoteca Rubem Berta. A obra, editada pela Buenas Ideias, é acompanhada de ilustrações de Bruno Junges e prefácio de Eduardo Bueno, o “Peninha”.
    Embasado em documentos e citações, o autor da obra coloca o gaúcho no que ele considera o seu verdadeiro contexto histórico e conclui que este nasceu não na Argentina, mas sim nas terras entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai. Ele sustenta também que a palavra “gaúcho” partiu do Brasil e se difundiu para o Prata.
    Pensamento argentino
    O autor revisou grande parte da literatura disponível sobre o gaúcho no Uruguai, na Argentina e no Rio Grande do Sul e, neste processo, se deu conta da pesada influência do pensamento argentino na visão que os rio-grandenses têm deles mesmos, porque sua história foi escrita segundo parâmetros argentinos. “O escritor uruguaio Fernando Assunção aprofundou muito a minha visão rio-grandense, mas eu fui além quando coloquei o berço do gaúcho na faixa que vai do Rio Cebolati, que desemboca na Lagoa Mirim à Serra do Caverá, sobre os campos do Jarau e do Quaraí”, comenta Cacciatore.
    Segundo ele, nessa região se concentravam muitos gaúchos e foi ali que se condensou esta cultura, pois eles usavam os mesmos trajes, tinham os mesmos costumes, hábitos, jeito de falar e modos.
    Já o registro mais antigo que se tem da palavra “gaúcho” é o texto em espanhol de Pablo Carbonell, comandante de Maldonado, direcionado a Juan José Vertiz, governador de Buenos Aires, em 1771. Escreveu que “tinha notícia de alguns gahuchos vistos na Serra”. O autor chama atenção para a pronúncia espanhola de haver então um hiato, “aú”, tal como em português. Ele mostra que a palavra “gaúcho” passou a ser usada na Argentina apenas entre 1806 – 1810 e que designava uma classe social pobre, de camponeses perseguidos pelas autoridades coloniais portenhas e montados a cavalo.
    Um fora da lei
    Para Cacciatore, o gaúcho de Buenos Aires não é o gaúcho que temos aqui. “O nosso gaúcho vem do livre e sem rei, gaúcho da campanha e que historicamente em 1875 deixa de ser livre por causa dos arames farpados”, pontua. No início, o gaúcho não era valorizado, era considerado um fora da lei e esse reconhecimento começou com Dona Leopoldina, que fez seu marido D. Pedro vestir um poncho na coroação, em 1822. Um imperador de todos os povos, culturas, raças e etnias, valorizando a identidade do brasileiro.
    “A imperatriz era divulgadora das ideias do iluminismo, de liberdade e este movimento também esteve presente na criação da Escola de Belas Artes de 1816, hoje Escola Nacional de Belas Artes”, esclarece o autor. Para ele, a escola acabou com resquícios medievais na arte brasileira e também da posição do artista na sociedade, deu identidade aos brasileiros, igualou a arte do Brasil à arte da Europa.
    A valorização do gaúcho, descrita no livro, continuou com José de Alencar, encaminhou-se com o trabalho do Partenon Literário de Porto Alegre, sobretudo Caldre e Fião e Apolinário Porto-Alegre, seguido de Simões Lopes Neto. “O gaúcho atual foi sendo construído pelos literatos da cidade”, conclui Cacciatore.
    Faca nos dentes
    Nessa formação ele também cita o papel importante de Oswaldo Aranha, que manifestava as qualidades do “gaúcho”; Erico Verissimo, com a publicação de O Continente, de valor internacional, e Paixão Cortes que, com seus colegas do Colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, fundou o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) em 1947.
    “Isso resultou na identidade do gaúcho hoje, no orgulho que nos dá em dizer o que somos, em tomar nosso mate nas tardes no Parcão e de montar verdadeiras ‘operetas guascas’ nos CTGs, para engrandecer Anita e Garibaldi”, finaliza Cacciatore que para tanto, segundo Eduardo Bueno: “…despiu-se das vestes da diplomacia, arregaçou as mangas e mandou às favas a polidez. Com o propósito de decifrar a esfinge – e cutucar o centauro –, entrou de cabeça na luta, com uma faca entre os dentes. Faca verbal, bem dito…”.
    Sobre o autor: Fernando Cacciatore é um diplomata brasileiro, nascido em Porto Alegre em 1944. Foi diplomata nas Embaixadas do Brasil em Londres, Bagkok, Bonn, Nova Délhi, Caracas e Berlim. Desde 2006 vive em sua cidade natal e se dedica a escrever. É autor de Fronteira Iluminada – História do Povoamento, Conquista e Limites do Rio Grande do Sul, a partir do Tratado de Tordesilhas – 1420-1920, Como escrever a história do Brasil: miséria e grandeza e O Ritual dos Pastores e A arquitetura neoclássica em Porto Alegre.
    SERVIÇO
    Lançamento e sessão de autógrafos do livro A Origem do Gaúcho e Outros Ensaios, de Fernando Cacciatore
    (editora Buenas Ideias, 128 páginas, R$ 50,00).
    Terça-feira, 19 de setembro, às 19h30. Onde: Pinacoteca Rubem Berta ( Rua Duque de Caxias – 973. Centro Histórico)

  • Biografia resgata a trajetória do ídolo colorado Sadi Schwerdt

    Um jogador com espírito de liderança e técnica apurada, que marcou época como capitão do Sport Club Internacional num período em que poucos atletas ousavam expressar suas opiniões e adotar atitudes independentes. Este é o perfil que desponta em Sadi Schwerdt – Nosso Capitão, autobiografia do lateral-esquerdo que vestiu a camisa colorada na década de 1960, lançada pela editora Libretos, na quinta-feira, 14/09, no restaurante Terra & Cor Gastronomia.
    No livro, Sadi traz à tona, pela primeira vez, na condição de protagonista, os bastidores da década perdida do Internacional, tempo em que o clube investiu mais na construção do estádio Beira-Rio do que na formação de equipes competitivas, preparando o terreno para as conquistas que viriam a seguir, quando o time se consagraria tricampeão brasileiro em 1975, 1976 e 1979. Reconstitui ainda polêmicas que marcaram sua época de jogador, como a disputa entre futebol-arte e futebol-força, além de esclarecer o episódio no qual perdeu o posto de capitão por se negar a criticar um colega diante do grupo de atletas, como desejava a diretoria colorada.
    Ambiente tenso
    Eleito melhor lateral-esquerdo do País em 1967 e 1968, Sadi atuou nove partidas com a camisa da seleção nacional ao lado de craques como Tostão, Rivellino, Djalma Santos, Jairzinho e Carlos Alberto Torres, além de disputar outros dois jogos por um selecionado gaúcho que representou o Brasil em amistosos internacionais. Em Sadi Schwerdt – Nosso Capitão, o autor relembra o ambiente tenso no hotel da concentração brasileira em Montevidéu, vigiado por agentes policiais a serviço do regime militar do Brasil, além de expor a guerra de vaidades que dividia comissão técnica e jogadores do escrete nacional durante excursão por quatro continentes.
    Nascido em Arroio dos Ratos (RS) em 1942, Sadi aprendeu a jogar bola nas calçadas esburacadas do bairro Jardim Botânico, em Porto Alegre, para onde a família Schwerdt se transferiu no início da década de 1950.
    Antes de seguir carreira profissional, enfrentou os campos de várzea da Redenção e deu os primeiros passos nos juvenis e aspirantes do Internacional sob a inspiração do ídolo de infância, Paulinho de Almeida Prado, o Capitão Piranha, líder do Rolinho, equipe vitoriosa do Internacional dos anos 1950. Por coincidência, Paulinho – já na condição de técnico – lhe daria o posto de capitão em 1966.
    A autobiografia resgata também a bem sucedida trajetória política que o jogador construiu após abandonar a carreira de atleta, aos 29 anos, devido a um grave acidente automobilístico – com dois mandatos de vereador entre 1973 e 1982, Sadi é o  autor da lei que criou o táxi-lotação na capital gaúcha.
    SERVIÇO
    Obra: Sadi Schwerdt – Nosso Capitão
    Autor: Sadi Schwerdt
    Edição de Textos: Paulo César Teixeira
    Design gráfico: Clô Barcellos
    Produção de imagens: Marco Nedeff
    Editora Libretos
    224 pgs, 14 cm x 21 cm
    Preço sugerido: R$ 30,00
     

  • O tempo e as memórias de imigrantes italianos, no livro de estreia de João Agostini

    O tempo e as memórias construídas ao longo de 53 anos não se perderam nas paisagens da pequena Monte Real. E a vida que corria por lá era tão ou mais semelhante a de outras paragens, com seus dramas e paixões embalados por lembranças longínquas. Essa é a apresentação do romance de estreia, “O Lagarto na Taipa” – 1936 (Editora AMZ), de João Celeste Agostini que aborda a relação conflituosa entre duas famílias de imigrantes.
    Segundo o material de divulgação da obra, “os momentos ora dramáticos, ora pungentes, ora líricos, que se intercalam com os acontecimentos, aos poucos vão intensificando os embates entre as famílias Giovelino e Piúco”.
    “Vincenzo, o personagem principal, retorna a casa numa pacata colônia italiana, em 1936, depois de 18 anos preso injustamente. Vem com a cabeça cheia de ideias para melhorar a vida da família, mas o que encontra parece querer fazê-lo desistir de seus sonhos: Luigi, o homem que fez com que fosse preso continua lá, ainda disposto a roubar-lhe as terras nas quais acalentou durante vários anos, na prisão, a construção de um moinho d’água, que traria energia elétrica à sua família. E enquanto ele luta para reaver as próprias terras, buscando provar na justiça que são suas por direito e herança, são lembrados pelos diversos personagens os acontecimentos que tiveram início em 1883, com a chegada de seus antepassados ao Brasil, todos eles interligados às duas famílias de colonos”.
    João Celeste Agostini é formado em Letras pela PUC-RS, e foi durante muitos anos professor de Língua e Literatura Brasileira e Portuguesa.
    SERVIÇO
    O LAGARTO NA TAIPA -1936, de João Celeste Agostini
    Dia: 14 de setembro (quinta-feira)
    Hora: a partir das 18h30min
    Local: Livraria Bamboletras (Rua General Lima e Silva, 776 – Centro Histórico)