Um grupo precursor do Pelotão de Operações Especiais (antigo Choque) da Brigada Militar esteve por duas horas no terreno da Avipal, na tarde desta segunda-feira, 29.
A área de dez hectares num dos pontos mais valorizados da Zona Sul de Porto Alegre começou a ser invadida há um mês e já tem, segundo a Brigada, 400 famílias, cerca de duas mil pessoas, a maioria remanescentes de antigos reassentamentos e desocupações.
Eram oito oficiais e suboficiais comandados pelo capitão Heraldo. Entre eles, duas tenentes, encarregadas do levantamento fotográfico.
Cada um tinha uma tarefa: um ouvia os moradores (de onde veio? quem disse que podia vir pra cá?) outro marcava as posições dos barracos no mapa da área, as duas tenentes fotografavam tudo. Apenas um com arma pesada: um fuzil metralhadora.
Foi cordial a relação dos invasores com os brigadianos. As tenentes fizeram selfies com crianças e as senhoras que tomavam chimarrão na frente dos barracos. O capitão Heraldo ponderou: “Temos que pensar que isso não é um problema policial, é um problema social”.
Mas lei é lei e a ordem judicial já foi dada. “Já tem a data para retirada?” O capitão sorri: “Ainda não, o problema é complexo”
Um morador veio chamar atenção para uns tanques cheios de algo que eles supõem ser veneno ou ácido. Seriam tanques com um caldo químico onde os restos das aves abatidas no extinto aviário seriam dissolvidas.
“Caiu aí já era”, diz o rapaz, diante dos enormes tanques cobertos com uma camada esverdeada. Um dos tenentes examina e explica: era um sistema de tratamento de efluentes. A água com os restos dos frangos eram lançadas em lagoas, num sistema de decantação, não tem veneno. Um sapo salta num canto do tanque, provando que o tenente tem razão.
Eram quatro da tarde, o sol batia inclinado, até os barracos feitos com pedaços de eucatex e cobertos com sacos de lixo brilhavam.
Os brigadianos se despedem apertando as mãos dos moradores na entrada da invasão, sombreada por frondosas arvores.. Um carro, duas caminhonetas e quatro motos levam os representantes da autoridade.
“Se eles me tirarem daqui vou pra cima da árvore”, diz Eva Morais, olhando de alto abaixo um enorme eucalipto. Pensa melhor: “Ou vou voltar pra baixo do viaduto”.
Todas as histórias ali são assim: situações-limite. “Um punhado de arroz e um punhado de feijão era ouro pra nóis”, diz Maura de Lourdes, na frente da moradia improvisada – quatro paredes de tijolo, sem porta sem janela e sem teto.
Nem ela e seus dois filhos, nem a vizinha que está no mesmo espaço, com quatro filhos, almoçaram. Ganharam um litro de leite e um pote de nescau, que deram para as crianças.
Até quando ficarão ali?
Paulo Pimentel, um dos coordenadores, sobe a ladeira avisando: “Não aconteceu nada, pessoal, não para nada, segue arrumando os barracos”. (E.B.)
Brigada prepara retirada de invasores da Avipal
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texto asjjsa akskalsa
Comentários
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Isso tudo é mentira se for publica q coloque algo verdadeiro e não de pura mentira. a pm teve la sim e não para tirar o pessoal de la e sim para ver a área e eles avisaram q não vao tirar em quanto a prefeitura nao se manifesta. nao adianta tirar o pessoal de la sem ter pra onde ir talvez as pessoas dos condomínios ali perto qrem o local vazio para os bandidos. e não pessoas de bem
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