Se os caingangues que ocupam o Parque Natural do Morro do Osso abandonarem o local, irão ter luz, água, telefone público na esquina, ônibus na porta de casa, escola bilíngüe, centro-cultural e muito mais. A promessa é da Prefeitura, em parceria com o governo do Estado.
Enquanto espera a decisão do cacique Jaime Kentanh Alves, o município está negociando a desapropriação de uma área de 10 hectares no Beco Otaviano Pinto, no bairro Canta Galo, na zona Sul. O cacique ainda mantém a posição de “não arredar o pé” do Morro do Osso. Apesar da teimosia, foi obrigado pela Justiça Federal a retirar uma casa que a tribo havia construído na área de reserva ambiental do morro.
A área que a prefeitura pretende oferecer aos caingangues é um terreno plano, de vegetação nativa das plantas taquara e cipó utilizadas pelos índios na fabricação de utensílios e artesanato. O terreno possui poço artesiano, e, segundo a Emater, tem condições de abrigar dois açudes. O local fica à beira da estrada do Lami, a 30 quilômetros do Centro. O meio de acesso é o ônibus Canta Galo – Lami, com terminal na avenida Borges de Medeiros.
No entorno do terreno tem uma escola e um posto de saúde. A Prefeitura também está estudando a possibilidade de criar uma feira de artesanato junto à Praia do Lami. “Ali eles terão toda infra-estrutura para viverem muito bem. A Secretaria Estadual do Planejamento irá construir um centro cultural, um local para a escola bilíngüe e 26 casas, que serão de excelente qualidade”, diz Kevin Krieger, secretário municipal dos Direitos Humanos e Segurança Urbana.
Krieger esteve no local nesta segunda-feira, junto com Dulcimar Portella, coordenador do Programa Indígena da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) para apresentar o terreno ao secretário do Planejamento e a integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal e da Emater.
O presidente da comissão de Justiça e Direitos Humanos da Câmara, vereador Ervino Besson (PDT), disse que ficou convencido de que a mudança irá melhorar em 100% a vida dos caingangues. “Não conheço área melhor para eles morarem em Porto Alegre. Sugiro que a Funai venha conhecer. É um lugar excelente”.
Na sexta, dia 22, um grupo representante da tribo de 114 adultos e as 53 crianças esteve na área do bairro Canta Galo. A primeira reação foi gostar bastante do lugar. No entanto, mudou de opinião, após uma reunião “interna”.
ola soy una jovem mutho entereçada na vida destes indios!