Mentiras na internet fomentam o golpe

GERALDO HASSE
Está em curso na Internet uma campanha marota intitulada “Obras Concluídas do PT”.
Exibe fotos de ferrovias, portos, usinas hidrelétricas, pontes e outras construções realizadas em países latino-americanos e africanos com financiamento integral ou parcial do BNDES.
O nome do banco aparece sobre as fotos das obras com uma tarja dando conta do CUSTO do empreendimento em dólares, como se o Brasil estivesse bancando o Pai João na Argentina, Bolívia, Venezuela, Panamá, Angola etc.

Campanha anti-PT confunde o BNDES com o partido
Campanha anti-PT confunde o BNDES com o partido

À jornalista de Brasília que me enviou o material venenoso, respondi que a campanha é fruto da ignorância e da má fé.
Mal sabem os ignorantes e mafiosos difusores dessas informações que desde a ditadura militar o Brasil financia obras em outros países, não para bancar o bacana, mas para que as construtoras brasileiras aumentem seu mercado de trabalho e os fabricantes nacionais de equipamentos, idem.
Já vai para meio século que a engenharia brasileira tem alto nível técnico na construção de hidrelétricas, portos, rodovias, pontes e metrôs.
A indústria de equipamentos caminha junto.
É uma grande bobagem achar que, ao financiar uma obra num país qualquer, o BNDES estaria “desviando recursos” do Brasil.
Ao ver as fotos da campanha anti-PT, lembrei-me de que em setembro de 1972, quando era repórter de economia da revista Veja, fui à Bolívia com um grupo de jornalistas brasileiros.
Fomos conhecer uma pequena hidrelétrica construída no meio dos Andes pela mineira Mendes Junior, que dava os primeiros passos no exterior (depois ela foi construir estradas no Iraque, onde quebrou a cara por confiar demasiadamente no ditador Sadam Hussein).
Não preciso dizer quem a financiava. Essas obras geravam empregos lá fora e aqui dentro, pois uma usina exige desenhos, insumos, equipamentos.
Depois, entre 1979 e 1981, repórter da revista Exame, fui duas vezes à Venezuela para ver o início e o fim da construção da grande Hidrelétrica de Guri, erguida num afluente do rio Orenoco, no meio das montanhas venezuelanas.
A construção era da Camargo Correa, que mantinha lá engenheiros e técnicos. As turbinas e outros equipamentos foram feitos no Brasil.
Ou, seja, Guri gerou empregos na indústria brasileira.
Uma obra desse porte, que custou cerca de US$ 500 milhões, gera encomendas e empregos em diversos setores. Nos setores de transporte, siderurgia e bancos, por exemplo.
Para emprestar dinheiro, o BNDES, como qualquer banco, exige garantias aos responsáveis pela obra, sejam os donos ou os empreiteiros.
Então é má fé achar que o banco nacional está custeando obras a fundo perdido nos países vizinhos.  Se fizesse isso, o BNDES não estaria líquido como está.
O que o BNDES faz é financiar o desenvolvimento da economia brasileira. Ao fomentar uma obra num país vizinho ou distante, aprimora as condições para a melhoria das relações de trocas com o Brasil.
Portanto, restam duas conclusões, que ficam como LEMBRETES DE OCASIÃO:
1 – as pessoas que repassam acriticamente tais mensagens malévolas são ingênuas ou inocentes úteis, como se dizia antigamente
2 – os autores e editores dessas mensagens e campanhas é que são maldosos a serviço da indústria de um golpe antidemocrático que se tenta aplicar no Brasil.
 

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