Naira Hofmeister

Seis meses depois de formalizar um auxílio mensal com a Casa de Cultura Mário Quintana (foto) – que no início de 2007 perdeu o patrocínio do Unibanco – o Banrisul passa a constar também no nome oficial da instituição.
A partir de 2008, a CCMQ vai se chamar Casa de Cultura Mario Quintana – Espaço Cultural Banrisul. “A união das duas instituições é uma luta para manter a cultura viva”, defende o diretor interino da CCMQ, André Vecari.
O anúncio da parceria foi feito durante o Festival Internacional de Cinema de Gramado, pela secretária da Cultura Mônica Leal e fixava o repasse de R$ 30 mil por mês à instituição. Vecari não está autorizado a informar o valor exato dos repasses, mas garante que o banco cumpre o contrato, paga em dia, e o valor supera o previsto.
Na época do anúncio a cinemateca Paulo Amorim estava ameaçada de fechar após o término do contrato com o banco paulista, no início de 2007. Bilheteiros e projetistas, que mantém vínculo de trabalho através da CLT, foram obrigados a ratear o dinheiro das bilheterias para receber seus salários durante os primeiros meses do ano.
Atualmente esse pequeno grupo de celetistas segue enfrentando problemas para receber os salários integralmente. Isso porque o governo Yeda Crusius não repassou nenhum centavo para a instituição, que se sustenta através de projetos financiados, patrocínios e aluguel de espaços, especialmente das salas de teatro Bruno Kiefer e Carlos Carvalho.
“Ouvimos a solicitação da governadora de fazer mais com menos e não ocupamos dinheiro algum dos cofres públicos em 2007. A CCMQ funciona como uma empresa a ser gerida se forma auto-sustentável”, orgulha-se Vecari, que defende a posição de não buscar recursos junto ao Estado. “Todos conhecemos a situação do governo – com tanta gente precisando, não vamos ser nós que vamos pedir”.
O diretor da CCMQ observa que os R$ 30 mil mensais provenientes do Banrisul são fundamentais para manter a qualidade programação cultural, que além de ser diversificada, conta com preços populares: o cinema é um dos mais baratos da capital e grande parte da programação musical e de artes visuais é gratuita.
Desde que começou a receber auxílio financeiro do Banrisul, a CCMQ passou a oferecer uma oficina de balé para crianças com deficiência visual e o projeto Música na Travessa, com apresentações eruditas de graça no térreo da instituição. “Com o incentivo, podemos atingir o objetivo de promover a cultura para todos os gaúchos”, comemora Vecari.

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