Casas da Luciana de Abreu se deterioram

Helen Lopes

Há um ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibiu a demolição de seis casas na rua Luciana de Abreu adquiridas pela empreendedora Goldsztein para a construção de edifício de 16 andares. O casario só poderá ser demolido após a conclusão da Ação Civil Pública do Ministério Público que verifica o valor histórico, cultural e paisagístico do local.

Como o STJ não previu manutenção, o conjunto de casas da década de 30 apodrece ao sabor do tempo. Árvores e arbustos tomam conta do pátio, telhas caem no gramado, esquadrias de madeira viram habitação de cupim e a tinta, em muitas partes, já não existe mais.

O MP chegou a pedir a conservação dos imóveis, no entanto, a Justiça entendeu que isso ocasionaria mais gastos à construtora – que teve o empreendimento suspenso e paga o aluguel de dois proprietários que receberiam unidades no novo imóvel. “A decisão do STJ foi muito importante, mas sem manutenção, as casas podem ser inutilizadas”, entende o presidente da Associação de Moradores do Bairro Moinhos de Vento – Moinhos Vive, Raul Agostini.

Segundo a promotoria do Meio Ambiente, o processo ainda está tramitando em primeira instância e não há previsão para conclusão.

Casa de mestre cervejeiro

O prédio número 272 é um palacete projetado em 1929 pelo arquiteto austríaco Egon Weindörfer, um dos introdutores da arquitetura moderna em Porto Alegre. Os outros cinco casarões geminados, entre os números 242 e 266, são do arquiteto alemão Franz Filsinger, que trabalhou com Theodor Wiedersphan, um dos mais importantes arquitetos da história do Estado.

As casas da Luciana de Abreu datam de 1930 e foram construídas para mestres cervejeiros que vieram da Alemanha trabalhar na Cervejaria Becker – que depois originou a Continental e mais adiante a Cervejaria Brahma.

*Esta reportagem é um dos destaques da edição 377 do JÁ Bom Fim/Moinhos, que já está circulando nos pontos de comércio da região central de Porto Alegre.

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