Depois da definição na cúpula da Brigada Militar, a situação na Polícia Civil permanece com muitas arestas.
Num governo que já teve três titulares na pasta da Segurança e quatro co-ronéis no comando-geral da Brigada Militar, o chefe da Polícia Civil, dele-gado Pedro Rodrigues, era quem vinha se mantendo no posto com silencio-sa solidez. No entanto, esta solidez sofreu uma rachadura a partir do mo-mento em que Pedro evidenciou fidelidade a sua antiga amizade com o de-legado Luiz Fernando Tubino, ex-chefe de Polícia. Irriquieto, polêmico e intimorato, Tubino assumiu, publicamente, posições que municiaram o ar-senal dos opositores da governadora Yeda Crusius ao prestar depoimento na CPI do Detran. Sempre discreto e silencioso, Pedro colocou seu amigo como diretor de um departamento administrativo da Polícia Civil, fazendo a governadora engolir em seco a medida. Simultaneamente, enquanto Pedro homenageava uma unha encravada de Yeda (Tubino), o coronel Paulo Ro-berto Mendes afirmava e reafirmava fidelidade a sua comandante-em-chefe e foi tornado juiz do Tribunal Militar do Estado. Passo a limpo este enredo que venho abordando há três meses, aproximadamente. Mas a história não pára e Pedro, no epílogo, não parece estar entre o coroados nestes tempos de reis Magos, como o foi o coronel Mendes. Sigam-me.
Cardeais
Embora todos os delegados de 4ª classe (os chamados cardeais) sejam candidatos em potencial à chefia de polícia, com direito, inclusive, de conspirar para chegar lá, no máximo três estão com chances reais de ocupar a cadeira que, hoje, é de Pedro. Nas últimas horas, a cotação maior tem si-do a do delegado Álvaro Steigleder que surge como que apresenta menor índice de rejeição.
Ar da praia
Da minha torre, observo que o ar que se respira na chefia de polícia é de tranqüilidade. Tanto é assim que o chefe de comunicação, comissário Nil-son Ramos, como acontece todos os anos, esta trabalhando a partir da praia (Capão da Canoa), com programação para lá ficar até o final do veraneio, isso na hipótese de seu chefe não cair.
Brigada
A solenidade de transferência de comando da Brigada Militar ocorrerá na próxima sexta-feira, às 17h30min, na Academia de Polícia Militar. O coro-nel João Carlos Trindade sucede no posto ao coronel Paulo Roberto Men-des na condição de 4° comandante-geral da corporação no governo Yeda Crusius.
Latrocínio
O proprietário de uma fábrica de rodas agrícolas, Renato Selma, 50 anos, foi morto com um tiro, ontem, na sede da empresa, em Glorinha. O crime ocorreu na véspera do empresário pagar o 13º salário de seus empregados. O corpo de Renato foi encontrado por operários da indústria em sua sala de trabalho. A polícia ainda não tem pistas sobre a autoria do crime.
Mortes
Cerca de 34 pessoas morreram em acidentes de transito ou em assassina-tos durante o fim de semana no estado. Somente no trânsito, 18 pessoas foram vítimas de acidentes fatais.
Assalto (1)
Uma quadrilha fortemente armada assaltou, na madrugada de ontem, a empresa de transporte coletivo Transcal, na rua Manoel Nunes, em Cacho-eirinha. Dois criminosos entraram em um ônibus na zona norte de Porto Alegre e obrigaram o motorista seguir até a garagem onde os vigilantes também foram rendidos. Cerca de dez homens invadiram a empresa. Eles arremessaram um ônibus contra a parede do escritório onde o dinheiro era guardado. Na fuga, obedecendo um planejamento perto da perfeição, espa-lharam 3kg de miguelitos nas ruas, o que retardou a tentativa de persegui-ção.
Assalto (2)
O diretor da 1ª DP Regional Metropolitana notificará Secretaria de Segu-rança sobre atitudes da Brigada Militar que ele considera prejudiciais a in-vestigação de crimes em Cachoeirinha. Segundo o delegado Edival Soares, o assalto a empresa Transcal foi o terceiro caso de atuação de quadrilha na cidade em que PMs registraram a ocorrência e nada comunicaram à Polícia Civil. O delegado lamentou que não houve isolamento da área e a perícia foi acionada horas após o fato.
Revisão
Pelos menos dois comerciantes me falaram sobre a ação de trombadinhas no Barra Shopping. Pelo sim ou pelo não, o sistema de segurança do novo complexo comercial da Capital merece uma revisão.
Informações
O assassinato do médico Marco Antonio Becker, ocorrido dia 4 último na capital, continua sem linha de investigação sólida. No entanto, estou im-pressionado com o número de entrevistas coletivas e avulsas que estão sen-do concedidas pela polícia que servem, inclusive, para quem estiver envol-vido no crime e que, naturalmente, se mantém informados.
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