Enquanto muitos velhinhos não encontram razões para comemorar o “mês do idoso” no atual outubro, em Porto Alegre outros encontram motivação e força para – usando a experiência de vida adquirida – planejar um futuro melhor, mais saudável e produtivo.
Um grupo de pessoas maduras criou a associação Cohousing-Brasil-Sul que, como o nome já adianta, pretende aplicar o sistema Cohousing para viver em coletividade sem perder a individualidade, criando assim o primeiro Senior Cohousing do Sul do Brasil.
Numa tradução livre, são “moradias colaborativas” organizadas de forma a compartilhar espaços e recursos comuns mas, principalmente, um senso de comunidade muito forte. Uma forma de envelhecer entre amigos.
A comunidade que se cria em Porto Alegre não é nova no mundo. A ideia – e as primeiras comunidades – surgiu na Dinamarca na década de 1970 e logo se espalhou por toda Europa e também nos Estados Unidos.
Foram tão bem-sucedidos, que na década de 1990 – tendo como primeiros moradores os habitantes jovens – começaram a pipocar os chamados Senior Cohousing, projetos que atendiam às necessidades daqueles que tinham chegado à maturidade e entrando na velhice. Hoje, espalham-se pelo mundo: Cohousing para os mais jovens, Senior Cohousing para pessoas com mais de cinquenta anos de idade e ainda os chamados Cohousings Inter Geracionais, onde ambas faixas etárias se misturam.
Não é condomínio, nem cooperativa, kibutz ou comunidade hippie
Embora tendo algo de cada um, os cohousing não são simplesmente condomínios, porque nestes, quem tiver dinheiro, compra ou aluga, mas as pessoas não se conhecem até serem vizinhas. No cohousing é feito um processo chamado ‘engenharia social’, antes que os moradores ocupem a comunidade. Quando o fazem já se transformaram em bons amigos ou pelo menos em bons vizinhos.
Em uma cooperativa há uma estrutura hierárquica de administração. No cohousing, não há hierarquias e todos participam e tomam decisões por consenso.
Num kibutz ao estilo israelense, a vida é totalmente associativa e nada é privado. Em cohousing, cada morador ou família tem sua própria casa e privacidade, mas divide os equipamentos como lavanderias, refeitórios, academias, bibliotecas, hortas, assim como serviços compartilhados de carros e bicicletas, a fim de economizar recursos naturais e aproximar pessoas.
Cada comunidade tem suas próprias regras, mas geralmente seguem os mesmos princípios, com moradias pequenas, de baixo custo e o uso de estratégias sustentáveis de construção e urbanismo. A tomada de decisão é em grupo, geralmente sem hierarquia, para lidar com as questões de manutenção e outras preocupações da comunidade. Está perfeitamente definida a propriedade particular, e os moradores podem escolher, segundo o dia e circunstâncias, permanecer nas suas residências ou participar das atividades colaborativas.
Embora existam comunidades chamadas ‘verticais’, onde as moradias são pequenos apartamentos, em um prédio ou numa grande construção adaptada (coisa frequente na Europa), as comunidades horizontais são as que têm dado melhores resultados: um conjunto de casas pequenas rodeiam ou ficam muito próximas de uma casa comum, onde as atividades coletivas são realizadas.
Um dos principais atrativos da ideia é que está cientificamente comprovado que a vida em comunidade propicia uma melhor saúde física e mental. Na velhice, quando já cessaram as atividades profissionais, o convívio com amigos diminui as possibilidades de depressão e até o Alzheimer e outras doenças senis são drasticamente reduzidas.
Além disso, o mero fato das moradias serem menores (pois muitas atividades são realizadas colaborativamente na casa comum) pode baratear os custos em até 60%. Serviços como vigilância, limpeza, manutenção, antes realizadas individualmente, podem ser coletivizadas com importante economia.
Os custos com alimentação também tendem a cair pelo simples fato de poder comprar volumes maiores de mantimentos.
Serviços médicos, que individualmente custam caro, quando contratados para uma comunidade, podem ser muito mais acessíveis.
Praticamente acabam-se as viagens de carro com um único passageiro, seja para compras ou lazer ou turismo, ficam mais baratas (e provavelmente mais divertidas).
Um dos organizadores da associação Senior Cohousing Sul Brasil, Rúsbel Nicola, lembra que “ainda não caiu a ficha” para quem está na faixa dos quarenta ou cinquenta anos de idade, mas que já é hora de planejar a forma que querem viver na velhice. “É nesta idade que começamos a fazer o caminho de volta”, afirma. E, para os que já vivenciam os 70 anos, sugere que sempre é tempo de se mudar. Nos Senior Cohousing, um dos critérios para localização é o acesso rápido a serviços médicos e arquitetura planejada pensando em segurança e mobilidade.
Mais informações:
(51) 98283-7765 e (51) 98117-1537 (ambos com WhatsApp).
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Cohousing: alternativa para envelhecer entre amigos
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