A avaliação que o Cepers e seus aliados fizeram publicamente da greve é positiva. “Nossa luta garantiu que os deputados não votem este ano o projeto do governo, nem qualquer projeto que retire direitos dos trabalhadores” explicou a presidente Rejane Oliveira. “Nunca na história do Cpers, tivemos tanto apoio da comunidade escolar”, completou.
Na verdade, a greve foi uma derrota. Os professores foram supreendido pelo projeto de um piso regional que o governo encaminhou aos deputados, em regime de urgência, dois dias antes da assembléia geral em que o Cpers pretendia definir uma pauta de reivindicações para 2009.
A greve então foi decidida em cima da hora e sem consenso. Logo em seguida foi abalroada por um endurecimento inédito da governadora Yeda Crusius que mandou cortar o ponto e descontar do salário os dias parados.
Quando os contra-cheques da novembro começaram a chegar aos professores, com descontos, o apoio à paralisação se diluiu. Um acordo com os deputados, que se comprometeram não votar antes do projeto do piso regional apresentado pelo governo, permitiu uma saída honrosa para o sindicato
A greve deflagrada por uma assembléia de dez mil pessoas, foi suspensa quinze dias depois por outra assembléia cinco vezes menor – não havia mais que duas mil pessoas no Gigantinho, na sexta-feira, 28.
Também não estavam na mesa os deputados de oposição que apoiam sistematicamente o Cpers. Alguns, como Raul Pont e Maria do Rosário, mandaram representantes, outros, como Raul Carrion, deram uma passada antes do início da assembléia “para deixar um abraço aos companheiros” e foram atender outros compromissos.
Na sexta, 28, de manhã, em reunião do conselho geral do sindicado, foi decidida a suspensão da greve e, como contrapartida, o acirramento do confronto com o governo, como forma de preservar a unidade entre as diversas correntes.
A tarde, as decisões foram referendadas pela assembléia: voltar às aulas, recorrer a justiça para recuperar o corte nos salários, reverter o corte do ponto, prejudicial para obtenção de licenças-prêmio, e reforçar o ataque político ao governo Yeda, que “sucateia as escolas e não hesita em cortar os míseros salários dos professores, ao mesmo tempo em que dá aumento de 89% aos secretários”. “Não pode continuar”, “Fora Yeda” e “Fora Mariza” serão as palavras de ordem dessa nova etapa do movimento, cuja estratégia será definida antes do início do ano letivo, em fevereiro.
Os atos dos professores vem gerando política destruidora, com o objetivo de sempre ser oposição aos governos para destacar um político desse movimento. Esses atos são irresponsáveis principalmente com quem vem governando corretamente. O povo gaúcho jamais concordará em derrubar um Governo que vem dando certo.