Depois do depoimento do ex-secretário de segurança, Enio Bacci, a CPI do Detran não tem como evitar um convite ao vice-governador Paulo Feijó. Se ele não aceitar o convite, tem que convocá-lo.
Mesmo que a conversa entre ambos não tenha sido exatamente como Bacci reproduziu perante os deputados, o fato é que Feijó falou e revelou ter informações importantes, senão decisivas para os rumos da CPI.
Bacci mostrou um papel que seria “uma denúncia sobre o Banrisul”, que Feijó teria lhe passado. Seria o indício de que o esquema criminoso pode ir além do Detran. Citou, além do Banrisul, a CEEE, a Corsan, e até a CGTEE, empresa de energia, que pertence ao governo federal.
Mesmo que Bacci dramatize um pouco, e até exagere – ou ele não seria um criminalista – o que ele disse é grave. Ele falou sob juramento e abrindo mão das suas prerrogativas de deputado federal.
O depoimento rende desdobramentos, não só pelo envolvimento de Feijó. Colocado na perspectiva das últimas semanas, ele revela uma sucessão de fatos preocupantes para o governo.
1) O flagra (resultado de denúncia anônima) que a Zero Hora deu no secretário do Planejamento Ariosto Culau, tomando chopp com o lobbista Lair Ferst, um dos principais implicados no desvio de mais de R$ 40 milhões do Detran.
A reportagem de capa da revista Carta Capital da semana passada trazendo aberta em duas páginas uma fotografia da candidata Yeda Crusius em campanha e, à sua espalda, Lair Ferst (Os dois mil exemplares colocados nas bancas de Porto Alegre, com Yeda na capa, esgotaram).
O secretário Busatto tem se desdobrado na construção de uma agenda positiva e na sexta-feira passada estava na primeira fila no lançamento dos Programas Estruturantes, em que o governo oferece uma ponte para o futuro.
Uma análise das presenças que superlotaram o Palácio Piratini na sexta-feira de manhã daria um ensaio de política. Algumas ausências, como o senador Pedro Simon, foram eloqüentes. Mas imprensa local foi generosa.
Reprodução:Carta Capital
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