Crise das polícias militares pode ser fatal ao governo Temer

A cada dia fica mais claro o caminho que leva a atual situação política do país a um impasse, cuja saída pode ser um outro golpe, dentro do golpe que cassou o mandado de Dilma Rousseff.
O repúdio ao governo Temer por boa parte da população, as reiteradas denúncias de propinas e subornos, as manobras cada vez mais evidentes para esvaziar a Operação Lava Jato, hoje símbolo do combate à corrupção,  vão minando o que resta de credibilidade no sistema político.
Mesmo entre aqueles que foram às ruas e aplaudiram a derrubada da presidente Dilma Rousseff vai se ampliando o sentimento de que foram usados por um grupo de políticos corruptos unicamente preocupados em salvar a própria pele.
A persistência da crise econômica completa o quadro de incertezas.
A intervenção das Forçar Armadas no Espírito Santo, que há quase uma semana controlam as áreas mais movimentadas da capital e seu entorno, adquire um caráter simbólico nesse contexto.
Aplaudidos por uma população acuada pela violência,  os soldados do Exército nas ruas de Vitória reforçam o sentimento que inegavelmente cresce entre os brasileiros de que só uma intervenção militar pode “dar fim à bagunça”.
A crise no Espirito Santo, apesar do discurso das autoridades, não está inteiramente debelada.
Tanto que, mesmo com a volta dos policiais militares às ruas, anunciada pelo governo do Estado no fim de semana, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o Exército não tem data para voltar aos quartéis.
São mais de 3 mil soldados do Exército, 180 veículos, três helicópteros e sete blindados patrulhando as áreas de maior circulação das principais cidades do Espírito Santos.
Cessaram os saques e os arrastões, mas a criminalidade continua assombrando os moradores. Quando as tropas do Exército chegaram, na quarta-feira, a policia civil contabilizava 80 mortes desde o inicio da greve dos militares, na segunda.
Na noite deste domingo, já eram 144 o número dos assassinatos na Grande Vitória.
Ao mesmo tampo ganha contornos cada vez mais preocupantes a situação do Rio de Janeiro, onde um movimento de mulheres, semelhante ao do Espírito Santo, já pressiona os quartéis. O policiamento ainda não foi prejudicado, segundo as autoridades. Mas a crise do Rio tem outros ingredientes também explosivos.
À beira de um colapso financeiro, o governo do Rio negocia um pacote de ajuda do governo federal que exige cortes drásticos e privatizações rechaçadas pela oposição e pelos servidores.
A votação dessas medidas na Assembléia Legislativa, que tem provocado protestos e confrontos entre manifestantes e a polícia, prossegue nesta semana e nada indica que a temperatura vai baixar.
Neste domingo, o presidente Michel Temer reuniu-se com o ministro da Defesa, Raul Jungmann e todo seu staff de segurança e exigiu punição exemplar para os policiais militares do Espírito Santo.  Seu temor é que o exemplo do Espírito Santo se amplie a outros Estados.
Segundo um levantamento do jornal O Globo, em pelo menos oito Estados a situação dos policiais militares é igual ou pior do que a dos capixabas: reajustes abaixo da inflação há vários anos,  péssimas condições de trabalho, equipamentos insuficientes, etc.
 
 

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