Curso para leigos ensina a criar abelhas sem ferrão em apartamento

A bióloga Betina Blochtein, maior autoridade gaúcha em meliponicultura, aceitou o desafio de dar um curso rápido para leigos sobre a criação de abelhas sem ferrão.
Haverá uma aula teórica na noite de 9 de novembro e aulas práticas ao longo do dia 10, um sábado, na sede da Associação Gaúcha de Apicultura (AGA), que dispõe de uma área na Faculdade de Agronomia da UFRGS.
Em palestra “tira-gosto” na noite chuvosa de 1 de outubro, a professora da PUCRS atraiu à sede da AGA 40 pessoas, a maioria jovens, entre elas oito mulheres, um indicador de que o gênero feminino está de olho nas abelhas sem ferrão.
Nas aulas do curso superior de biologia, as mulheres são majoritárias, numericamente.
Segundo Betina Blochtein, a criação de abelhas sem ferrão tem potencial para ser bom negócio.
No momento, embora um quilo de mel de melípona seja vendido por R$ 80 a R$ 120, a melhor oportunidade para os iniciantes seria a criação e venda de enxames que podem ser criados em pátios, sacadas e varandas de casas ou apartamentos. ]
“Atualmente, vêem-se mais enxames nas cidades do que nas zonas rurais”, disse Betina, que preside o Instituto do Meio Ambiente da PUCRS.
Além de dirigir pesquisas com a ajuda de seus alunos, ela cria abelhas em casa, limitando-se a cultivar flores que servem de alimento para elas. “A abelha sem ferrão não dá trabalho, é só alegria”.
Atualmente, um enxame de abelhas nativas com ninho de madeira pode ser comprado por R$ 250, mas há quem faça dele um presente. Há notícias de pessoas que conservam até hoje um ninho ativo de abelhas indígenas ganho do avô, quando eram crianças.
Embora sejam produtores de mel convencional, alguns associados da AGA como o atual diretor técnico José Cunha criam abelhas nativas como “hobby” e se dispõem a vender enxames, dando alento ao comércio incipiente mencionado por Betina.
Um dos mais conhecidos meliponicultores do Rio Grande do Sul é Orlando Morschel, que tem apiário em Nova Petrópolis e esteve presente no estande da Emater na última Expointer, em Esteio.
Ali ele atendeu à curiosidade das pessoas sobre a meliponicultura, cujo estudo é facilitado por um livro escrito pela bióloga gaúcha Sidia Witter em parceria com a ecóloga Patrícia Nunes-Silva, formada pela Universidade de São Paulo.
Editado em 2014 pela Fundação Zoobotânica, o “Manual de Boas Práticas Para o Manejo e Conservação de Abelhas Nativas” tem 140 páginas e fotos/ilustrações coloridas de excelente qualidade – impresso na Palotti de Santa Maria.
No Rio Grande do Sul, foram identificadas até hoje 24 espécies de abelhas sem ferrão. Dessas, estão na lista oficial de extinção quatro espécies: guaraipo, mandaçaia, manduri e uma das mirins.
Segundo a professora da PUC, a criação doméstica das três primeiras pode levar à retirada do seu nome da lista de extinção, em futuro mais ou menos próximo.
A abelha nativa mais comum é a jataí, que ocorre em todo o Brasil. Amarelada, ela gosta de fazer ninho em frestas de muros e paredes, mas aceita viver em caixinhas de madeira oferecidas por seus hospedeiros.
Segundo Betina, a jataí é tão valente e atrevida que, em momentos de escassez, é capaz de furtar própolis de colmeias de abelhas melíferas.

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