Uma aula pública, na noite de quarta-feira, foi a apoteose do OcupaDemhab, que durou 29 dias. Um público heterogêneo lotou o saguão – alunos e professores universitários, servidores públicos, representantes de entidades de categorias como os geógrafos, arquitetos e profissionais das carreiras jurídicas, líderes comunitários, moradores de loteamentos irregulares e de rua.

O mote para a aula pública sobre o problema habitacional foi a visita de Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). “É preciso abrir essa caixa-preta”, disse ao JÁ, referindo-se à dificuldade de obter informações sobre os encaminhamentos das políticas públicas para o setor. “Ninguém ocupa porque quer, mas por falta de oportunidade.”
Ao final de quatro semanas de ocupação, a avaliação geral foi de que o principal objetivo foi alcançado: denunciar a falta de uma política habitacional em Porto Alegre. “Se sairmos daqui sem conseguir nem uma reuniãozinha com a Prefeitura, não importa: mostramos que podemos nos mobilizar”, concluiu a urbanista Cláudia Fávaro, do MTST.
Desde o início, em 14 de julho, o que eles pedem é uma reunião com a Prefeitura, com pauta específica, discutida de forma integral, e não com cada movimento isoladamente.
Desocupação
No meio da tarde desta quinta-feira (11), o prédio foi desocupado. A operação envolveu o 1º Batalhão de Operações Especiais (1ºBOE), o 1º Batalhão de Polícia Militar (1ºBPM), agentes da Empresa Pública de Transportes (EPTC) e a Guarda Municipal.
Segundo a jornalista Kátia Marko, assessora de imprensa do movimento, os policiais entraram pelos fundos, antes da chegada do oficial de Justiça e sem que tivessem sido avisados pelo telefone, como determinava um despacho judicial posterior à autorização de reintegração de posse ao Município. A versão oficial, porém, é que,”acompanhadas de um oficial de Justiça, as autoridades apresentaram o documento para os manifestantes e ordenaram que se retirassem”.
No meio da tarde, quando a ação militar ocorreu, a maioria das 70 pessoas que ocupam o saguão do prédio há um mês está fora, trabalhando ou estudando.
Embora já houvesse um mandado de reintegração de posse ao Município, um despacho judicial posterior determinava que os manifestantes fossem intimados pelo telefone antes da expedição do ofício à Brigada Militar.
Não há relatos de truculência, como ocorreu em ações de desocupação de escolas estaduais, em junho.
Occupy
As ocupações são um fenômeno social recente nas metrópoles, e ganham cores locais em todo o Ocidente.
A primeira foi a Occupy Wall Street, um movimento de protesto contra a a desigualdade econômica e social, a corrupção e a indevida influência das empresas – sobretudo do setor financeiro – no governo dos Estados Unidos. Começou em 17 de setembro de 2011, no Zuccotti Park, no distrito financeiro de Manhattan, na cidade de Nova York.
Em 2013, em Porto Alegre, houve o OcupaCamaraPoA, quando vários movimentos sociais ocuparam a Câmara de Vereadores para pressionar por transparência nas licitações de transporte público.
Demhab desocupado sem resposta para a questão habitacional
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