Reconheço que a metáfora é gasta e, talvez, exagerada: a midia nativa, como um Titanic em rota de colisão com um iceberg, do qual se vê apenas uma ponta, à flor d’água.
Insisto, porém, já que uma metáfora não é uma verdade, mas um artifício, uma redução, uma tentativa, às vezes forçada, de síntese.
No caso, a dita “mídia nativa”, expressão cunhada por Mino Carta, é um pequeno e poderoso grupo de corporações empresariais (meia dúzia, não mais) que ainda controlam a produção e distribuição de informações no Brasil.
No conjunto e na aparência formam um reluzente e bem-sucedido setor empresarial com influência sobre todos os níveis da vida nacional.
Inabaláveis, se atentarmos para a maneira como se comportam e como acham que podem dispor dos fatos para favorecer seus pontos de vista e seus interesses.
Na realidade são o quê? Um corpo balofo, cevado no autoritarismo, que não consegue esconder seu mal estar com a nova realidade da democracia.
Fizeram a “mala” puxando o saco dos militares, enquanto eles estavam no poder e podiam lhes garantir benefícios incalculáveis.
Agora, são remanescentes de uma ordem arcaica que o pais rejeitou.
Claro, ainda continuarão mantendo a pose por algum tempo. A orquestra continua tocando e ainda ha muito uisque a bordo.
Mas o iceberg da realidade é incontornável.
Disse tudo. Infelizmente, sobra pra quem só quer trabalhar…