Deputados de oposição defendem estatais de energia na Assembleia

O grande expediente especial da Assembleia Legislativa gaúcha nesta quarta-feira, 27/09, discutiu o projeto de privatizações do governo Sartori. Proposto pelo deputado Pedro Ruas (PSOL), o encontro destacou a importância da CEEE, CRM e Sulgás para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e avaliou as estatais de energia como patrimônio estratégico dos gaúchos.
“Como pode um governo que representa a sociedade ter tão pouco apreço pelo que é de todos”, disse Ruas. O deputado citou recente viagem do governador Sartori para Brasília para “dispor em todos os sentidos do patrimônio que é nosso”. Para Pedro Ruas a negociação é conduzida com desprezo: “vendemos o filé e ficamos com a carne de pescoço. Tudo isso ignorando o lucro da CEEE em 2015, de R$ 500 milhões, e o fato de que as empresas são lucrativas apesar de gestões temerosas”, afirmou Ruas.
Sobre a Companhia Riograndense de Mineração, a CRM, Pedro Ruas referiu o potencial de 90% das reservas de carvão mineral do país em solo gaúcho. “E o governador Sartori, em visita ao Japão” – contou o deputado da tribuna – “manifestou surpresa e encantamento ao conhecer usina termoelétrica a carvão e o aproveitamento dos resíduos do carvão, transformados em tijolos”. Essa experiência, o tijolo de cinza de carvão, relatou, em 1999 já era realizada pela Fundação de Ciência e Tecnologia, a Cientec.
Sobre a comercialização de gás, salientou que a Sulgás também é modelo, “só em Porto Alegre são 450 quilômetros, quero ver como vai ficar com a venda da Sulgás”, indagou. A intenção do governo, continuou Ruas, “é vender algo que tem muito valor de mercado”, afirmou, criticando essa visão de desconstrução da gestão.
O parlamentar acredita que a realização de plebiscito para decidir sobre a privatização ou não das empresas será uma oportunidade de reverter o que considera um panorama negativo. “Mostraremos à população os favorecimentos do governo aos sonegadores e o valor das empresas estatais para recompor o crescimento estadual”, observou.
Pedro Ruas ainda cobrou transparência do governador, considerando que antes de negociar o patrimônio dos gaúchos Sartori deveria reavaliar as isenções fiscais. “As isenções alcançam R$ 9 bilhões, a sonegação é de R$ 7,8 bilhões ao ano, e desconhecemos medidas de combate à sonegação”.
Na avaliação do parlamentar, “trata-se de incapacidade de gestão”, apontando para os prejuízos provocados ao Estado pela vigência da Lei Kandir, que alcança R$ 4 bilhões anuais, pedindo a revogação dessa medida que “só beneficia o agronegócio”.
O encontro durou cerca de uma hora, e foi acompanhado por cerca de 100 pessoas nas tribunas da AL. Além do deputado do PSOL, ainda falaram a deputada Juliana Brizola (PDT), que questionou o fim do legado trabalhista histórico de Leonel Brizola e lembrou do interesse de grupos internacionais no carvão gaúcho. “É o que está no subsolo o que interessa, sabem disso, e estamos entregando”, disse.
Manuela d’Ávila (PCdoB) também apontou que o Governo Sartori não apresenta soluções viáveis e anunciou que busca votos para a instalação de uma CPI dos parcelamentos dos salários. Ainda manifestaram-se sobre o assunto, com posições contrárias as vendas das estatais, a deputada Regina Becker Fortunati (Rede), e o deputado Tarcísio Zimmermann (PT).

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