Djamel Sandid volta ao Brasil e se impressiona com a tensão no país

“Eu morei no Brasil entre 2005 e 2008 e venho seguidamente ao País, mas nunca tinha visto uma situação igual a esta. O Brasil está passando por uma crise muito grave, as pessoas vivem uma tensão muito forte. A situação econômica e a situação política a meu ver nunca estiveram tão difíceis”, a afirmação é do secretário permanente do Fórum das Autoridades Locais de Periferia (FALP), Djamel Sandid, que está em Porto Alegre para organizar uma reunião preparatória ao Congresso Mundial de Periferia que acontecerá em novembro deste ano.
O diplomata ficou impressionado na segunda-feira (20), quando numa reunião no gabinete da deputada Stela Farias (PT) na Assembleia Legislativa, ouviu quatro estampidos e em seguida lhe disseram que eram tiros e que havia um morto. Para ele este é um dos preços que a população está pagando pela crise econômica e pela crise política. “ O Brasil está pagando pelo pecado de acreditar que o crescimento econômico seria eterno, mas o que estava sendo montado era uma bomba de efeito retardado”. Disse ainda que “os atuais governantes do País optaram por um freio muito perigoso e as pessoas mais humildes irão ainda sofrer muito pois a crise tende a ficar ainda pior”.
Ele vê um grande descrédito na política e nos políticos por conta das denúncias de corrupção em todos os níveis. “Porém esse fenômeno não é só brasileiro, na França a situação é parecida e no debate sobre as eleições presidenciais que serão dentro de um mês”. Para Sandid, a democracia representativa chegou no seu limite. “Acho que devemos partir para uma democracia mais participativa e aberta possível”, explicou ao ser interrogado sobre a situação brasileira.
O Fórum
O diplomata de Nanterre explicou que a escolha da capital gaúcha e de São Leopoldo para a realização do encontro que acontecerá em novembro tem um simbolismo muito forte, porque aqui nasceram o Fórum Social Mundial e o FALP. Esta rede hoje se estende por cerca de 200 cidades de periferia em 32 países.
“No Fórum Social Mundial somente tinham voz os prefeitos das grandes metrópoles, como Paris, Barcelona, São Paulo, Porto Alegre. Por isso em 2003, a então prefeita de Alvorada Stela Farias, junto com o prefeito de Nanterre resolveram criar este Fórum paralelo, para discutir os problemas das cidades periféricas”.
Ele lembrou que a ONU prevê que em 2050, 2,5 bilhões de pessoas habitarão a periferia das metrópoles e os problemas ficarão ainda maiores. Moradia, com habitação digna, trabalho, segurança alimentar, mobilidade, gestão ou acesso a água, são alguns dos grandes problemas enfrentados pelas autoridades da periferia.
Segundo ele, os desafios são muito parecidos em qualquer lugar do planeta e os participantes deste Fórum entendem que são direitos humanos que devem ser garantidos. Por isso a participação com as autoridades das universidades e dos movimentos sociais para que com a discussão se consigam soluções para estes graves problemas.
O encontro será no teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa e nas dependências da prefeitura de São Leopoldo, porque o prefeito Ari Vanazzi (PT) se antecipou a oferecer a cidade. No entanto, será aberto a todas as correntes de pensamento. “Não excluímos ninguém, e pode haver até mesmo confronto de ideias, mas é assim que teremos um crescimento da reflexão”, concluiu.
 
 

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