Dois milhões vivem em áreas controladas por milícias no Rio

As milícias tem caminhões, escavadeiras e até uniformes idênticos aos da prefeitura, em  áreas áreas urbanas do Rio.
Uma estatística divulgada recentemente aponta que cerca de 2 milhões de pessoas vivem em áreas controladas por grupos de criminosos organizados no Rio de Janeiro. Gás, telefone, tv a cabo, internet e segurança, tudo é a milícia que fornece.
Investigações da Secretaria de Segurança, das polícias Civil e Federal e do Ministério Público fluminense revelam que o mercado habitacional é o mais novo segmento explorado por essas organizações criminosas.
Há milicianos envolvidos em grilagem, remoções, obras e até corretagem imobiliária. Diante da falta de terrenos para construção em vários bairros da Zona Oeste, as quadrilhas avançam sobre áreas de proteção ambiental, que são desmatadas para abertura de loteamentos ou usadas para extração de pedra e saibro.
‘Eles passaram a vender até terrenos que são da União’, diz sociólogo sobre atuação de milícias no Rio
Quatro detidos em operação contra milicianos eram das Forças Armadas
No último fim de semana,  a polícia prendeu 140 milicianos numa festa em Santa Cruz, com quatro mortos, e diz que diz que maior milícia do Rio está enfraquecida. Na verdade, não se sabe a extensão do fenômeno das milícias.
Entre os detidos na última operação, quatro eram militares das Forças Armadas
Além dos lucros obtidos com a venda e o aluguel de imóveis irregulares, as novas ocupações proporcionam um crescimento das atividades que rendem uma fortuna para as milícias, como cobrança de taxas de proteção, oferta de sinal clandestino de TV a cabo, venda de botijões de gás e exploração do transporte alternativo.
A expansão imobiliária impulsionada pelas quadrilhas é vista, por exemplo, nos arredores de Rio das Pedras, a primeira comunidade carioca controlada por um grupo paramilitar.
Com cerca de 80 mil habitantes,  Rio das Pedras não tem mais como crescer. Não há mais terrenos desocupados na comunidade. Mas, em localidades de seu entorno, como a Muzema, a profusão de placas de venda e aluguel de imóveis é impressionante.
Dez anos depois da CPI das Milícias da Assembleia Legislativa do Estado, a expansão dos negócios ilegais prova que, em vez de recuarem, esses grupos estão diversificando suas atividades.
Nos últimos anos, as quadrilhas passaram a praticar crimes que vão do furto do óleo que passa em tubulações da Petrobras à receptação e à comercialização de mercadorias roubadas, mesmo que, para isso, tenham de se associar a traficantes.
Sem limites, milicianos aterraram Rio das Pedras e Muzema, áreas do entorno da Lagoa de Marapendi que eram protegidas.
Tocadas em terrenos de turfa — que, segundo o biólogo Mário Moscatelli, dificulta a decomposição do material orgânico devido à saturação por água —, as obras deveriam contar com um estaqueamento profundo, algo que raramente é feito.
Desrespeitando a legislação sobre o uso do solo, as edificações também ultrapassam o gabarito da região.
E o fenômeno não é restrito ao Rio. Há milícias atuando em muitas regiões da periferia de Porto Alegre. É um fenômeno que atinge todas as grandes áreas urbanas e cuja dimensão não se conhece.
(Com informações da RDA)

Adquira nossas publicações

texto asjjsa akskalsa

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *